Capítulo 21 - O primeiro traidor

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Entre a sua coleção de relógios o vejo fechar no pulso um Audmars Piguet antes de arrumar seus cabelos.

Essa era a segunda noite na sua casa e a primeira vez em que tinha saído de um quarto para entrar em outro. Consequentemente acabando no mesmo lugar que começávamos: Na cama.

Entortei os lábios ao ter que colocar aqueles sapatos mais apertados, não eram confortáveis de usar quanto os que tinha, no entanto parece combinar com suas vestes.

A segunda lição ao falar na frente do espelho foi: — Tenha uma boa aparência, docinho. Uma boa aparência vai livrar você de qualquer enrascada que possa cair. Eles nunca vão desconfiar do homem bem vestido.

Sua interação foi quase um incentivo para usar as roupas apertadas e os vestidos caros que eu não sabia de onde estavam vindo até vê-lo com uma aliança no seu dedo anelar.

Engoli á seco.

Levanto sentindo a pequena pressão do salto no peito do pé. Ficando um pouco mais alta que ele, o vejo pelo reflexo do grande espelho no canto de seu quarto, era como uma porta que dava para um closet.

— Temos um trabalho a fazer. -limpa a garganta antes de terminar de falar, ele me analisa dos pés à cabeça e solta um arzinho pelo nariz — Retire.

— Não é algo confortável.

— Eu estou conseguindo ver a cor da sua maldita calcinha por baixo desse tecido. -rolo os olhos, ergo o vestido até o meio das coxas colocando as mãos por baixo dele, puxo a renda da calcinha a tirando de uma vez. Jogo a peça em cima da cama enquanto ele assiste em silêncio — Muito melhor. É deselegante isso que estava fazendo.

— Tem regras de etiqueta também?

— Tem regras de se portar como uma dama. Você vai está ao meu lado e eu quero que esteja apresentável.

— Sou brega demais pra você.

— Muito. -Justin faz um sinal cima não me chamando para fora do quarto, eu o acompanho em passos mais lentos logo atrás dele. Não era fácil andar com um homem que possuía dois guarda costas ao seu lado, uma arma em um coldre na cintura, enquanto eu sou apenas uma mulher desarmada e me movimentando devagar por sentir minhas coxas roçando uma na outra sem usar uma calcinha.

Desço as escadas segurando no corrimão, logo na entrada posso ver Jeremy junto à sua fiel esposa, essa eu conhecia muito bem, já tinha visto no presídio uma vez.

A relação do Justin com o pai não era boa. Ambos se suportavam e se não fosse pelo dinheiro, um já teria eliminado o outro sem nenhum remorso. Era notório o quanto Jeremy odiava aquele homem, mesmo que tivesse alguma relação parental. O ego falava mais alto e ele estava em uma posição menor na hierarquia da máfia.

Não chegava nem a ser um conselheiro, era um mero peão que mesmo depois de tanto tempo tinha que fazer serviços pequenos para o próprio filho.

A mãe me fuzila com os olhos, aperta o braço do homem que comenta alguma coisa ao pé do ouvido. Mantenho a cabeça erguida sem nenhum receio, ele não poderia me machucar enquanto minha foto estivesse estampada no jornal do dia. E foi isso que aconteceu, da forma que Bieber premeditou.

A polícia estava atrás de mim, não porquê sou importante já corporação, mas por ter livrado o homem sem nenhuma motivação. Eles queriam alguém para culpar á fulga.

O lugar para o qual estávamos indo era a sua própria sala de jantar, em cima da mesa tinham pratos cobertos e algumas taças postas até me deparar com rostos conhecidos do sistema da Interpol.

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