Capítulo 18 - Sequestro

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Phill Jones me deixa com os nervos á flor da pele. Suas palavras são tão severas quanto a ameaça posterior.

O superintendente saberia sobre o ocorrido e eu teria uma punição. De primeira mão, deveria sair do presídio o quanto antes e ir para o prédio federal onde poderia deixar o distintivo e a arma até uma segunda ordem.

Eles iriam me deixar vulnerável, um alvo certo que não causaria problemas.

— O que fez você assinar uma transferência pra Montana? -indagou, enquanto eu estava de joelhos limpando o sangue no chão da sala. Levanto o rosto e o encaro por alguns segundos — Justin Bieber pagou bem ou você se afeiçoou por ele?

Meu peito queima no mesmo instante em que ele profana tais palavras. Estreito os olhos o encarando com a boca aberta, tentando formular as palavras certas para respondê-lo. Isso é inacreditável!

— Tinha alguma coisa errada, Phill. Eu senti isso na última reunião.

— E a mocinha tentou salvar o vilão. Ele não é um anti-herói, Silver. Esse homem mata com requintes de crueldade... ele quase te matou quando você entrou aqui.

— Eu sou uma pessoa justa. Os crimes que foi acusado devem ser julgados por uma jurisdição parcial. Eu não ficaria bem comigo mesma sabendo que iriam aumentar mais quatro atenuantes e duas acusações sem provas, não poderia jogá-lo na frente de um júri ensandecido pelo corredor da morte.

— Fala isso quando eles procurarem por você. -solta um risinho — A máfia vai se compadecer com a mulher que atirou no queridinho deles, quem sabe não poupam a sua vida.

Levanto do chão tirando as luvas de látex, pego o balde metálico e jogo toda a água suja no vaso sanitário do banheiro privativo, jogo quase todo o recipiente de cloro tentando apagar vestígios de sangue, mesmo sabendo que as chances eram impossível.

Estava agindo como uma criminosa, omitindo provas, escondendo a cápsula da bala e até mesmo trocando a blusa que estava pra não ficar com os resquícios de pólvora. Nada daria certo, eu trabalho com isso e sei o quão podem ir longe em uma perícia.

— Você tinha um bom material, Silver. -fala mexendo nos papeis — Só com essa foto, poderia adicionar mais cinco agravantes.

Pisco os olhos rapidamente, pego a minha bolsa jogando minhas coisas dentro dela.

— Que porra de mulher seria eu? Não entrei na polícia pra mentir.

— Entrou na profissão errada, polícias mentem, roubam, matam... se queria justiça, que fosse uma promotora de causas pequenas. Uma advogada de casos pro bono.

— Tinha os meus motivos.

— O que vai dizer ao doutor?

— Eu não sei. -pego as pílulas dentro do recipiente laranja tomando duas de uma só vez. Engulo com a própria saliva os comprimidos pequeno, respiro fundo — Eu vou mantê-lo seguro.

Phill estende a mão em minha direção, me cumprimentando: — Foi bom trabalhar com você, Silver!

— Pelo amor de Deus, Phill. Para de me torturar!

Dou as costas para o homem, saio da sala penando como poderia explicar a Harry o que estava acontecendo. Ao passar pelo corredor que me levava para fora da área administrativa, vejo um homem com aproximadamente 1,85 de altura, ombros largos e seus olhos castanhos me foram fazendo com que eu erga a cabeça, tentando fingir que nada tinha acontecido.

— Kristen Silver? -sua voz me faz parar automaticamente enquanto estava segurando a maçaneta, viro a cabeça para o lado devagar olhando por cima dos ombros e não vejo ninguém no mesmo corredor que nós dois. Isso é estranho.

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