Capítulo 3 - Saindo da solitaria

13.7K 538 394
                                    

POV JUSTIN BIEBER

O seu pior inimigo é a sua própria cabeça. Os demônios internos que assolavam sua sanidade, levando os pensamentos banais a serem obscenos, esdrúxulos... existia uma voz, aquela que costumávamos chamar de consciência, que estava ali, prestes a alerta-lo dos erros.

Quando se está sozinho por tanto tempo, aquela consciência passava a ser o seu pior inimigo, a voz em que te alertava sobre não replicar as coisas estúpidas, começa a encoraja-las.

Esse era o motivo pelo o qual existiam solitárias.

Nenhum ser humano, consegue viver com os seus próprios pensamentos.

Dias, horas, minutos... segundos... não existiam quando se estava preso em uma cela com menos de 5m², uma cama feita de concreto com um colchonete em cima, apenas uma coberta fina e aquela combinação de pia e sanitário que não servia pra absolutamente nada, quase nunca funcionavam e por isso transformava o seu cubículo em um inferno particular.

As celas têm grossas paredes de concreto e portas sólidas de metal, com um pequeno espaço pra passagem de comida. As paredes são sufocantes e as vezes parece que o teto estava prestes a desabar, era tudo branco, silencioso e sufocante.

Eu não sabia quanto tempo estava lá dentro, contar não era uma opção saudável e levaria a ansiedade ao extremo.

Mantive a cabeça fria pelas duas vezes que consegui dormir, na terceira o meu corpo já não aguentava a fadiga.

Meus pensamentos direcionam para a Mulher que tinha me jogado aqui dentro, não existia uma razão pro seu comportamento hostil. Era uma vagabunda, sou acostumado a lidar com esse tipo de gente.

O que ela queria? O que ganharia fazendo aquela represália quando tinha acabado de assumir um cargo que qualquer inútil poderia.

Eu não tive informações o suficiente sobre ela, Harold pediu pra que tomasse cuidado enquanto estavam na minha cola. Até o julgamento, deveria me manter sob controle.

No entanto, aquela mulher me tirou do sério. Os olhos escuros demonstravam um tipo de insegurança que não condiziam com a personalidade daquela mulher, a expressão seria, frígida como se jamais tivesse sido tocada por alguém. Ela me causava um sentimento de pena e curiosidade.

Eu não iria matá-la.

Seus olhos marejando, imploravam por ajuda e ao mesmo tempo pediam para que acabasse com tudo de uma vez. Ela era difícil, gélida e ao mesmo tempo em que parecia ser interessante.

O barulho da porta abrindo devagar, me faz erguer a cabeça. Levanto o rosto acostumando com a claridade mais fraca da luz do corredor.

A mulher estava armada, usava uma blusa de gola alta tentando esconder as marcas na sua pele, mas ainda estava lá, dava pra perceber.

— Espero que tenha refletido esse tempo a sós. -a inronia transbordava em seu meio sorriso amarelo. Ela parecia confiante — Está até sem palavras, Bieber! Teve uma grande melhora.

Não retruco a sua provocação, os dois agentes entraram para me algemar, me puxam pelo braço os colocando para frente do meu corpo, a mulher faz questão de entrar na cela e ficar a poucos centímetros de distância de mim. Silver ergue a cabeça para me olhar nos olhos e ri pelo nariz — Parece que o senhor Bieber, não é tão valentão assim. -seu cheiro adentra em minhas narinas, eu nunca tinha sentido perfume tão bom quanto o dela, parecia algo que me entorpecia ao ponto de querer senti-lo um pouco mais perto.

Ela passou as mãos no pulso ao fechar as algemas.

Silver deu de costas para mim e começou a andar na minha frente, os dois homens estavam ao meu lado praticamente me empurrando para que andasse mais rápido.

smooth criminalOnde histórias criam vida. Descubra agora