Capítulo 2 - The cage

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Estava sobrevivendo a base de cafeina após seis horas com a bunda colada em uma cadeira. O trabalho estava acumulado e já não contava com a ajuda de Harold.

Os registros estavam trocados, bagunçados mesmo que fossem em ordem alfabética, tudo parecia uma grande merda e quanto mais eu mexia, mais fedia.

Pego as anotações que já tinha feito antes de chegar aqui, alguns rostos conhecidos do sistema e não me surpreendia com suas sentenças. Eu tinha quatro nomes crucias naquela investigação, e por ironia do destino já tinha conhecido um dos nomes... em uma apresentação não tão amistosa.

Levantei da cadeira para pegar sua ficha criminal, quando deu entrada e se sua sentença já havia sido marcada.

A foto que estava anexada ao seu arquivo mostrava o quão aquele homem poderia ser arrogante, seus olhos beiravam ao sarcasmos e de alguma maneira pareciam vazios, como se não demonstrasse arrependimento por alguns de seus crimes. Ele era réu confesso, tinha sido apanhado em uma operação simplória de uma forma inusitada, no meio da rodovia ele recusou entregar os documentos do carro, mostrou resistência e acabou sendo preso. Entre sua prisão e o registro das digitais caírem no sistema, o governo tinha ganho o maior presente de natal dos últimos tempos. Justin Bieber, era envolvido com homicídios ate o pescoço, tráfico de drogas e índices de tráfico humano, estimava que aquele homem fosse o mandante de dois homicídios que repercutiram o país. Um senador, foi morto logo após ter seu nome atrelado ao dele. O segundo homicídio, era de fato o "acidente" de Simon Crut.

Mafia russa, extorsão, lavagem de dinheiro... esse homem tinha no mínimo três perpétuas. E mesmo assim parecia se divertir ameaçando outras pessoas.

Soltei um riso pelo nariz, ao reler a sua idade, 32 anos e era um homem prepotente. Francamente!

Justin Bieber, era como se fosse uma figura Hollywoodiana. Aquele tipo de criminoso que só víamos em filme, que de alguma forma iria se salvar de todas aquelas perpétuas por ter apenas um rostinho bonito.

Joguei a ficha na mesa e relaxei meus ombros, encostando minhas costas na parte de trás. Estava ficando sonolenta, talvez, trabalhar sozinha fosse tedioso e eu sentiria falta de ter prazos até o fim do dia.

Me levantei da cadeira alongando meus braços, caminhei lentamente pela sala ate a janela. Precisava fazer o meu sangue circular antes que começasse a ter câimbras, era um pouco cedo pra tornar um dos comprimidos, mas, aquilo me faria manter tudo sob controle.

Era o horário em que os presos poderiam circular o pátio do lado de fora, olho no relógio de parede e vejo que esse é o momento perfeito que estávamos esperando.

Passei meus olhos por cada canto daquela quadra, tentando ligar os nomes as fichas de entrada que já tinha lido aquela manhã. No canto esquerdo onde a grade metálica separava um pátio do outro, percebo que estava sendo observada mesmo pela distância considerável entre eu e ele. O homem era o mesmo que deixei a noite na solitária, ele estava afastado dos outros detentos como se estivesse os observando. Seu olhar me desafiava, ele me testava como se pudesse medir forças comigo, sentia que a minha presença seria um grande incomodo e se isso o deixava desconfortável, poupa-me uma investigação mais á fundo. Tínhamos um culpado da morte de Simon Crut, e ele era quase um réu confesso.

Foram mais de trinta segundos sem ao menos desviar os olhos da minha direção, me sinto desconfortável com o risinho irônico brotando em seus lábios a ponto de virar o rosto para o outro lado.

Ouço duas batidas na porta, desvio minha atenção do pátio lá fora e peço para que entre.

— Senhora Silver. -cumprimenta erguendo a cabeça — Está tudo pronto.

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