smooth criminal

Capítulo 38 - Stean Ivank

Bieber não disse nada, ficou estático, observando cada movimento que dava como se eu estivesse premeditando um plano contra ele.

O vejo encostar as mãos no mármore da pia, suspirar dando um risinho frouxo: — Você me lembra Yumi.

Era uma vaga lembrança que vinha em sua mente. Seus olhos estavam fixos ao meu corpo, no entanto perdidos aos pensamentos.

— Yumi?

— Ela tinha mãos delicadas. Tão delicadas quanto o quimono de seda que costumava usar.

— Bieber? -tentei tirá-lo dos seus pensamentos. Nunca o vi se distanciar da realidade dessa maneira.

— Os cabelos de Yumi eram negros como a escuridão da noite, tão belos e longos. -ele balançou sua cabeça negativamente e depois suspirou — Nanny a conhecia, Stean a tomou de mim.

— Yumi? Stean? -puxei toalha após desligar a ducha. Bieber levantou sua cabeça e acordou do seu devaneio.

— Stean. Aquele filho da puta! Ele a tomou de mim. -suspirou e sorriu de lado — E eu a matei -falou com orgulho.

— Você a matou? Stean, sabe disso?

— Ninguém sabe. -deu as costas. Ele era tão meticuloso que tomava as palavras certas, como se quisesse falar "eu posso fazer o mesmo com você".

Na minha cabeça imaginei Yumi poderia ser, a sua pequena descrição e de como seria diferente de todas as outras. O que passou a se tornar ciúmes, ao que parecia, ela tinha sido importante em sua vida para que pudesse ser lembrada em momento inoportuno.

Fui para o quarto na direção onde estavam as roupas que eu usava, mesmo que ficasse no quarto, Justin faz questão de todas as mulheres que ocupam o andar de cima. Impecáveis damas para que ele possa admirá-las.

E enquanto estava ali na frente do espelho me vem na cabeça a mesma pergunta: Porque ele lembraria de Yumi, quando sua terceira esposa estava morta no quarto não tão distante do que estávamos.

Virei para procurá-lo no quarto e ele estava sentado na cama usando um notebook. Aproximei-me sentando ao seu lado, apenas sob a sua vista baixa no momento em que me aproximei dele.

Bieber parecia checar o sistema de câmeras, tendo a total certeza de que não teria nada que pudesse mostrar o que foi feito. O vejo reativar quando os corredores estavam vazios e o vejo saindo do seu escritório para o quarto que estávamos, ele alterou o horário.

— Acha mesmo que vai precisar usar isso?

— Porque ainda está despida? -disse ríspido.

— Estou confortável, não preciso sair desse quarto quando a bomba explode lá fora. -fechou o notebook empurrando pra longe e virou em minha direção.

Passou seus dedos em meus lábios, fez pressão com eles ao chegar em meu maxilar e logo apertou puxando meu rosto para perto do seu. Senti seu hálito fresco contra meus lábios, olhos perdidos, ele passou a língua entre os seus — Não brinque comigo. Faça o que eu mando.

— Você sabe -falei com dificuldade até ele soltar meu maxilar — Que nunca faria nada comigo.

— Não seja presunçosa. Eu me condeno todas as vezes que olho você desse jeito! -empurrou meus braços e impulsionou seu corpo para cima do meu, passando suas pernas ao redor de mim. Deixando sem escapatória — Você é extremamente irritante, senhorita Silver. Tão irritante que me faz pensar duas vezes antes de agir.

— Está tentando mandar algum recado subtendido?

— Sabe o quanto tem sido irritante? Eu odeio mulheres irritantes.