Capítulo 37 - Bathtub

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As opções são simples e nenhuma que pudesse me levar a outra. Bieber olhava para a arma como se pudesse movê-la com seu pensamento, me induzindo a fazer aquilo.

Naquele escritório não era só eu e ele, podemos contar sua arma como um ser vivo que a qualquer momento pode querer brincar com um de nós dois.

Aquilo era um teste. Desde quando me trouxe aqui para cima, colocou a arma na mesa e cruzou os seus braços na frente do peito, que subia e descia com calma.

Ele parecia completamente calmo enquanto me induzia a fazer aquela barbaridade.

— Temos todo o tempo do mundo -sua voz deixou meus nervos à flor da pele. Olhei para ele e no momento não movia nenhuma um músculo se quer.

— Essas são as opções?

— Se for fazer o que eu mandei você tem três opções, se não fizer -sorriu com escárnio — portanto restam apenas duas. E você sabe que uma dessas duas é a morte.

— Você não sente nenhum remorso por isso? -coloquei minha mão esquerda em cima da mesa pegando a arma. Bieber analisou calmamente e sorriu.

— Tenho que ter? Perdi a capacidade em sentir remorso há um tempo atrás.

— Ela é sua mulher! -vociferei — Não sente nem que seja um pouco de amor?

— Amor? Eu tenho dois filhos com ela. Isso já é amor o suficiente.

— O que você vai contar aos seus filhos?

— A verdade. Elisha é descartável, não existe nada que me prenda a essa mulher e eu não vou permitir alguém falar dessa maneira dentro da minha casa.

— Vão achar que estou fazendo isso por... ciúmes?

— Docinho... você trabalha pra mim. Precisa de dinheiro, não é? Estarei sendo generoso.

O que me pedia era simples: matar Elisha como se fosse um acidente, passando despercebida pelas câmeras. Por alguns segundos concordei mentalmente, eu não tinha apego algum aquela mulher, muito pelo contrário. De todas as outras, ela era a mais inconveniente.

E eu sabia que se não fosse por mim, seria pelas mãos das outras. Elisa não suja suas mãos com sangue; mas era uma puta psicopata neurótica, ela acabaria torturando a mulher por puro prazer, era só o Justin Bieber pedir.

Por outro lado na minha cabeça ecoava uma voz que perguntava incessantemente: Ele faz isso quando suas mulheres não são mais úteis?

Bieber vai me matar quando não me quiser?

Respirei fundo e olhei em seus olhos perdidos, transbordar ódio por eles, conseguia enxergar a maneira que Justin repudiava a mulher. O desejo de vê-la morta.

— Não vou matar Elisha dessa maneira.

— Bem pensado! Um tiro seria demais.

— Bieber, não quero matar sua esposa.

— Isso é um jogo, amor. Ela ou você. Pense pelo lado humano onde precisamos sobreviver e essa é sua tarefa, missão de vida.

— Porque não faz você mesmo?

— Por que, eu tenho você. O inconsequente sem coração sou eu e você é a minha prisioneira acuada -respondeu. — Você já foi bem mais inteligente que isso. -ele coçou a nuca inclinando seu corpo para frente, apoiando seus cotovelos sob mesa.

— Uso minha inteligência para outras coisas.

— Se fosse esperta o suficiente faria o que mandei.

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