smooth criminal

Capítulo 33 - Nanny

Senti toda a comida revirando em meu estômago, perdi o fôlego quase instantemente ao ser pressionada.
As palavras de Bieber não se encaixavam em meus pensamentos, ainda era um compilado de imagens passando em câmera lenta diante dos meus olhos. Eu o ouvia distante, sua boca movia devagar enquanto não consigo me manter estável.

Meu corpo inteiro ficou trêmulo.

O que tinha acabado de acontecer lá trás era completamente surreal. Estávamos "bem", quem tinha sido alvejado por tiros e pra onde estávamos indo?

Coloquei a mascara cobrindo o rosto, com receio do que poderia acontecer. Independente do que fosse, eu não quero ser reconhecida ao lado dele.

Eu nunca precisei tirar a vida de outra pessoa injustamente, isso jamais se passou pela minha cabeça. Embora tivesse certeza de que faria alguma vez na vida. Mas, não dessa maneira, muito menos com ele.

— Que merda você está me enfiando, Bieber?

— Você não está em uma posição de escolha.

— Eu escolho não me envolver.

— Você escolhe fazer o que eu quero. Se não...

— Se não, o quê? -esbravejo — Vai me matar? Vá em frente, Bieber. Jogue cobras em mim, passe com o carro por cima da minha cabeça, seja lá qual for a merda doentia que vai satisfazer a porra do seu ego.

— Machucar você seria fácil demais.

— Vai matar a minha família? Boa sorte! Você acabou de me fazer regressar ao passado e perceber que sempre estive sozinha, irá me fazer um grande favor matando aquela vadia velha.

— Você é burra.

— Vamos Bieber, continua as ameaças! Quem será o próximo da lista? Harry?

— Cala a maldita boca.

— Qual é a porra do seu problema? Resolva suas diferenças comigo, se eu estou dizendo que não quero me envolver nas suas merdas, me trate como a porra de uma prisioneira e não como a sua cúmplice. EU. NÃO. QUERO. -ele freio bruscamente o carro, se o cinto não tivesse preso em meu corpo praticamente teria sido jogado pra frente do carro. A tração nas rodas fez com que o carro praticamente virasse saindo da rota.

Aqueles olhos castanhos me fitaram como se fossem me devorar naquele momento, não aquele olhar sedento e sim um olhar de um canibal como se eu fosse seu único alimento e ele tivesse de ter uma luta corporal comigo só pra sentir o prazer do meu sangue em suas mãos. Justin foi ultrapassado pelos carros que faziam a escolta e sem demora alguma foi mais rápido do que pensei em pegar a arma.

— Você não se importa?

— Eu não me importo.

Estava tão assustada que mantinha meu corpo distante do dele, praticamente agarrada à porta do carro.

Ele apontou a arma bem na frente da minha cabeça. O cano gélido encosta na minha pele e eu prendi a respiração errática, engoli a seco tomando aquela premissa de que não sairia dali viva.

— Eu já cansei, você é descartável. -o impulso que dei ao soltar o cinto de segurança e puxar a trava, meu corpo cai pra fora do carro com tanto impacto da minha cabeça batendo no chão me deixou imóvel por exatos três segundos, eu me arrasto um pouco até levantar do chão.

— VOLTE AGORA! -gritou saindo do carro. Eu mais forte que pude

— Eu não aguento mais. -minha voz ecoava pela aquela estrada abandonada, não sabia nem onde estava muito menos se existia alguém naquela região.