Capítulo 17 - Bode expiatório

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O homem me encara com um olhar cerrado dilacerante. Justin é rápido o suficiente para me soltar quando estava perto demais dos meus lábios.

— Você é só mais um verme. -balbucia tentando convencer a si. Mantenho uma expressão apática, sendo ágil no seu momento de distração em deixar minhas mãos livres, tenho minha arma em punhos.

— Sejamos práticos, você vai aceitar a sua transferência para a segurança máxima e fingir que isso nunca existiu. –Justin estava em choque, como se ainda ligasse todos os pontos daquela conversa. O olhar repulsivo me encara de baixo para cima, a raiva parecia transbordar pela iris castanha e se ele pudesse me enfiaria sua mão em minha boca e arrancava a língua.

— Esse tempo todo, você era um deles.

— Você sabia. -o revolver começa a pesar em minhas mãos.

— Era divertido! Você parece ser tão ingênua e despreparada que era uma grande mentira. -confessa incrédulo.

Dou um passo para trás, impulsionando a arma. Tento demonstrar que ele não me intimidaria com aquele olhar furioso. Meu peito acelera, sinto que poderia vomitar a qualquer instante. A cadeira na frente da mesa voa para direção contrária, ele tinha feito uma cadeira se despedaçar na parede.

O homem estava frustrado consigo mesmo, sem conseguir assimilar tudo.

Quando o vejo vir na minha direção acabo dando um disparo de alerta que acabou atingindo a parede ao lado e em vez de afasta-lo, minha ação o trouxe. Justin praticamente avançou em cima da mesa, tentando me desarmar.

Aquela pequena luta corporal não se inicia como esperado, eu tinha o controle e sabia onde machuca-lo. Com a própria arma, atinjo seu nariz dando uma coronhada, um segundo golpe em sua testa.

— Me deixe em paz, Bieber. -peço mais uma vez. Ele me encarou furioso, estreitando os olhos.

— FBI? Ele quer mesmo a minha cabeça?

— Eu não sei do que está falando. –Justin me olha como se fosse o óbvio, como se eu soubesse de tudo.

Estremeço.

— Como quiser. -faz uma pausa — Quer que eu desenhe quem está por trás de você? -novamente trás o seu lado sarcástico de volta.

— Não existe ninguém atrás de mim, Bieber! Eu estou seguindo ordens, tais ordens que eu falhei e tive que assinar essa transferência. A única coisa que eu sei é que eles te querem na Califórnia e que lá podem tem acusar do que em outros estados não podem, lá o que está na sua ficha te leva ao corredor da morte. Eu mudei a sua transferência antes que pudessem notar. -ele passa a mão na sua testa e olha para a ponta dos dedos sujos de sangue. Seu nariz estava machucado.

— Fale a verdade.

— Essa é a verdade! -altero a voz — Eu vou me foder, Bieber. Eu não vou ganhar uma promoção dentro do FBi, vou voltar pra minha mesinha de distrito. No entanto, você vai está a salvo por um tempo.

— Como eu sei que não está mentindo?

— Essa é a minha última semana, eu vou me casar na próxima sexta. Essa não será a minha vida. -confesso, falar aquelas coisas em voz alta parecia ser uma tremenda idiotice. Porque eu me importava ao ponto de me pôr em risco, eu não tinha que confessar nas a Justin Bieber, só tinha que faze-lo abrir a boca e ser julgado pelo crime contra o estado, só precisava de uma maldita prova que o jogasse de uma vez no
corredor da morte. Mas, tudo parecia ser um complô, uma grande mentira.

Eu não sabia em quem acreditar, talvez estivesse sendo precipitada.

— Você não vai casar semana que vem, porquê já casou dois dias atrás no cartório. -fala baixo — Você não vai perder seu emprego aqui dentro porque ainda vai ter Horan e Malik pra te passarem informações. Não tente bancar a esperta.

smooth criminalOnde histórias criam vida. Descubra agora