She's Evil - Teen Wolf

n i n e t y - f i v e

Eu não sei o que aconteceu. Não tenho ideia de onde Aurora puxou aquele punhal, ou quando ela fez isso. A única coisa que eu conseguia fazer era olhar o corpo de Max no chão.

Ele não sofreu. Estava desmaiado na hora que morreu. A única coisa que passava pela minha cabeça era Mia. Ela amava o Chagny e vice-versa.

___ Mamãe! ___ as filhas de Aurora gritaram em pânico

___ Não gritem, suas imprestáveis. Não é como se vocês nunca tivessem visto um morto. ___ Aurora disse sentada ao lado do corpo com as mãos manchadas de vermelho

___ Você não vai falar nada?! ___ Dianna perguntou de braços abertos sem saber o que fazer

Eu fiquei em silêncio sem saber o que dizer. É, com certeza depois dessa o destino de Aurora era direto para a vala mais próxima, mas...

___ Você não consegue sentir mais, não é? ___ Aurora tirou as palavras da minha boca ___ A verdade, Selina, é que você nunca sentiu de verdade. Você só fingia. Tentou aprender a sentir, mas isso não é algo que se aprenda.

Olhei para o chão e vi que não tinha nada o que pudesse fazer. Fiz uma escolha e agora eu tenho que conviver com as consequências. Afinal, me lamentei por tudo que eu perdi todos esses anos, e olha onde fui parar com isso.

___ Aurora, vai a merda. ___ foi a frase mais sincera que eu disse em séculos

Aurora e suas filhas me olharam sem entender nada. Não queria comentar isso, mas a cara de Aurora estava hilária.

___ O que? ___ perguntei com um sorriso sarcástico ___ Achou mesmo que eu ia ficar parada olhando o corpo do Max apodrecer? Você não me conhece tão bem quanto pensa.

Aurora estava sem palavras enquanto Dianna e Ariana estavam se decidindo sobre de quem elas deviam correr.

___ Eu iria te matar, mas agora eu vou deixar a Mia fazer isso. ___ eu disse trocando o peso das pernas ___ Me conte: Agora a gente vai lutar, ou você vai me deixar ir?

Aurora ainda estava processando a informação. Eu acho que a minha falta de sentimentos não foi bem calculada por Aurora.

___ Você não vai sair daqui. ___ ela falou com uma cara séria e se levantando calmamente ___ Ou você entra por bem, ou por mal.

___ Tudo bem. ___ eu disse vendo a aura alaranjada dela aparecendo novamente e eu abri um sorriso maldoso ___ Vou pegar leve com você, velhinha.

___ Você nunca pega leve com ninguém. ___ ela disse levantando uma sobrancelha

Vi ela puxando duas espadas das costas. Sinceramente não sei como ela carrega tanta tralha. Aurora com um sorriso de lado segurou as duas espadas.

___ Vamos fazer como antigamente. Sem truques. ___ ela disse erguendo uma das espadas

___ Tudo bem. ___ concordei e ela jogou uma das espadas na minha direção

No momento que eu peguei a espada, senti um arrepio percorrendo toda minha espinha, junto com uma memória.

Meu pai tinha feito a mesma coisa há séculos atrás. Eu me lembrei dele. O meu pai era um pirata e eu também era, mas nós tínhamos um código de honra entre os nossos. Cada um recebia parte da recompensa e com a minha eu sempre tentava ajudar as pessoas. Naquela época eu me recusava matar uma pessoa. Eu não me reconheço olhando no espelho.

Provavelmente aquela Selina diria que eu sou apenas um reflexo distorcido e que ela nunca se tornaria eu. Ela nunca poderia imaginar todas aquelas pedras no caminho.

Eu não sei o que eu devo culpar. O nogtsune, eu mesma, os médicos do medo, Aurora... Mas falando seriamente, eu não sei se eu culparia alguem ou agradeceria. As pessoas normais não tem ideia de como o mal é bom. De como o gosto da maldade na boca é doce.

Você não liga mais com os outros, seus problemas são resolvidos tão mais facilmente, todos te obedecem. Você se sente o máximo e como se pudesse alcançar as estrelas.

Eu odeio o que me tornei, mas me faz sentir tão bem, e quando estou alucinada sou forte como ninguém. Eu tenho um monstro dentro de mim. Sem ele eu sou nada, com ele sou tudo.

___ Já está desistindo? ___ Aurora me tirou de meus pensamentos

___ Nem por um segundo. ___ disse desembainhando a espada

Eu sou um monstro. Estou de acordo com isso. Se eu tiver que perder tudo para começar a ser eu mesma de novo, que seja. A dor pode não sumir completamente, mas eu eu posso conviver com mais algumas mortes na minha conta.

Me entrego a escuridão.