Será que é sim?

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Segunda Feira, 12 de Março de 2018

- E aí, ele apareceu?- perguntei muito curioso.

Por sorte achei Marcelo na porta da casa dele. Já era noite. 18hs precisamente.

- Ainda não.- ele responde me frustando.

Fico desanimado.

- E agora?

- Espera ele aparecer.- ele me consola.

Fico olhando pra rua na esperança de vê-lo aparecer. Mas nada. Então tenho uma ideia.

- Tu quer ir na casa dele? Eu te empresto meu celular.

Marcello é muito interesseiro. Bastava dizer que emprestava meu celular pra ele, que fazia qualquer coisa pra mim.

- Vou sim.- Marcelo concorda- Me dá tua bicicleta que eu vou lá.

Empresto minha bicicleta. Ele vai. Fico esperanto sentado na porta da casa dele muito aflito.
Eu era e sou um viado muito fogoso. Meu Deus que situação que eu tava. Mas Hugo jogou lenha, agora eu tinha que queimar.

Esperava, esperava, esperava, e nada. Marcello nunca aparecia.

Até que muito tempo depois ele chega.

- E aí conta o que aconteceu.- falo tropeçando as palavras.

Ele explica.

- Eu cheguei lá e vi ele na porta de casa queimando uns lixos. Chamei ele e falei que tu queria ficar com ele. Ele deu um sorriso como se tivesse gostado. E disse que já já vinha.

Marcello termina de contar.

Fico feliz. Muito alegre. O bicho era fera rapaz. Dou o meu celular pra ele. Diz que vai entrar no facebook dele.

Não muito tempo depois, saio da porta de Marcello. Vou lá pro bueiro. Lá não tinha luz. Tinha postes mas a luzes não ascendiam. Um ponto pra mim. Fiquei lá. Estava muito nervoso. Até que vejo Hugo vindo de bicicleta. Ele continuava na mesma camisa. Camisa azul do capitão América, lembro até hoje.

Hugo passa por mim como alguém que não quisesse nada. Percebo a estratégia dele. Daí ele volta. E pede pra eu ir atrás dele. Meu coração acelera muito. Quase saindo pela boca. Minhas pernas ficam bambas quando pedalo a bicicleta. Me dar um frio na barriga, como nunca antes. Ele para. E pede pra eu ir atrás dele. Hugo entra pelo mato e vou seguindo, até que chegamos num mini campinho de gramas. A lua no céu está muito brilhante. Refletindo nossos olhares. Nos encaramos e desvio o olhar dele. Fico tímido.

Ele pergunta:

- Por que de tarde tu disse não?- pergunta curioso.

Preparando minha voz para falar, falo timidamente.

- Porque mesmo.- digo sem ter o que dizer.

Ele só suspira. E começa a tirar roupa.
Fico constrangido de vê-lo tirando a roupa, e para afastar aquele sentimento pergunto a ele:

- Tu vai estudar no Espírito Santo?- pergunto com curiosidade.

- Vou sim. E tu?- ele responde.

- Eu também.

Confesso que fiquei feliz por ele ir estudar na mesma escola que eu. Iríamos fazer o 1° ano do ensino médio. Agora bastava saber se cairíamos na mesma sala.

- Quantos anos tu tem?- faço outra pergunta.

- Vou fazer 16 e tu?

- Tenho 14.- digo pra ele.

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