Manhã louca/ Eu te amo

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Sexta Feira, 06 de Abril de 2018

Querido Diário,

Ontem fui pra escola. O dia até correu bem. O bom que não teve avaliação de nada. Graças a Deus, as provas que teriam ontem foram remarcada, uma pra hoje e outra pra terça da próxima semana.

Sentei dessa vez num lugar diferente da sala. Na fila uma antes do meio.

Quando saímos da escola, começou a chover. Tivemos que correr.

Já na parada de ônibus o primo de Gustavo pediu, para que ele comprasse biscoito pros dois no supermercado. Ele foi. Que garoto obediente.

Já estava perto do ônibus chegar, por volta das 5:23 da tarde.

Eu disse algo, que queria falar pra Gustavo antes de ir embora. Rafaela perguntou o que era. Eu disse que era só pra ele. Então Ana falou: "Mas tu é besta, Edson.” Rafaela começou a dizer o mesmo. No momento não entendi o que elas queriam dizer, mas depois raciocinei, e hoje perguntei pra elas. Elas queriam dizer que Gustavo não me quer e eu fico atrás dele.

Quando estava dentro do ônibus, eu só queria chorar por tudo o que estava acontecendo. Meu, Deus aonde que fui chegar. E não consigo sair deste túnel sem fim. Não sei mas o que fazer. Queria poder parar de gostar de Gustavo. Mas eu não consigo.

Eu amo tanto Gustavo.

Passei o início da noite super chateado, mas desabafei com minha amiga e me senti bem. E dormi bem. Não bem, porque não tem hora que não penso naquele menino.

Hoje o dia aqui foi cheio. Acordei com minha mãe brigando comigo, por eu ter gastado o dinheiro quase todo e não ter deixado quase nada pra ela fazer compra no supermercado.

Fiquei chateado porque acordei cedo. Aonde se viu Edson acordando cedo, rapaz.

Ela teve de viajar.

Ela saiu. Mas mesmo assim não consegui dormi. Tive de me levantar.

Mais tarde, minha amiga apareceu aqui. Conversamos um pouco.

Deixa eu contar um pouco disso aqui pra vocês:

Então, eu há 8 meses atrás, inventei de trabalhar com cosméticos da Natura e acabei me dando mal. Eu não trabalhava sozinho. Mas, com uma desgraçada aqui, que é minha vizinha. Então trabalhemos por uns dois meses, até que chegou uma vez em que percebi que ela não estava me repassando o dinheiro pra pagar os boletos. E acabamos não pagando. Passei muitos dias cobrando ela pra pagarmos isso, e ela não fazia nada. E o nome da minha foi pro SPC. Por culpa dessa miserável. Ai Deus como sou burro. Minha mãe não sabe que o nome dela está "sujo". Eu menti dizendo que parei, simplesmente isso. Não sei como vou pra ela que o nome dela está no SPC.

Torço pra ela não descobri isso. Se não, já era pra mim.

Vamos pra outra parte:

Eu comprei o aparelho celular desta mesma mulher. Já tem mais de 2 semanas. E adivinham só, minha amiga falou pra eu não pagar ela. Fazer o mesmo que ela fez. E vou fazer. Não vou pagar porra nenhuma. Farei o mesmo que ela fez comigo. Tudo o que você faz um dia volta pra você.

E tem mais gente.

Ela é conhecida aqui pela sociedade como: "caloteira", gente que não gosta de pagar ninguém. E a minha vingança é tão bela que, ela está grávida.

Isso mesmo. Então vejam só.

Ela bateu a ultrassom nas primeiras semana de gestação; deu menino. Até aí tudo bem. Ela fez o chá de beber dela, que foi no fim de semana passado. Ela fez tudo pensando que era menino. Ganhou muitas coisas de menino e tudo lá. E essa semana- na segunda- ela voltou a bater a ultrassom. E imaginem.

Deu que era menina.

Se fudeu!

Ela ficou a mulher mais puta de raiva da vida!

“ Mas que peste”. “Né que a boba deu menina”. “Mas eu tô com tanta raiva”. “Eu tô sendo a mulher com mais raiva nesse mundo” ela dizia.

E amei o desespero!

Tudo o que você faz um dia volta pra você!

E voltou. Porque agora ela não tem dinheiro pra comprar roupas pra menina. Sendo que ela ganhou tudo que era de menino.

Pra largar de está enrolando as pessoas daqui, ela ficou no prejuízo. Vai ficar sem o dinheiro do celular, e ainda vai ter de se virar pra comprar roupas para menina, porque a bebê está para nascer.
E agora voltando à atualidade.

Depois que minha amiga foi embora, a vizinha daqui da frente da minha casa, veio aqui em casa me chamando.

- Bora ali, resolver uma parada ali.- disse minha vizinha no meio da rua.

- Tenho de ir pra escola.- disse não querendo ir.

- É rapidão.- disse ela insistindo.

- Vou me atrasar.- disse não querendo ir.

- Vamo lá.- ela insistia, acabando me convencendo.

Mentira minha, estava um pouco longe do horário de ir pra escola. É que eu não estava muito com vontade de ir na rua.

Então fui. Chegando lá, essa vizinha começou a resolver a parada dela. Claro, tem dinheiro nessa porra. Tudo é dinheiro. Ela então resolveu. Deu treta, hem gente. Eu fiquei até com vergonha alheia lá. Voltei pra casa.

De volta pra casa, no banho, fiquei rindo das desgraceira do pessoal do meu interior. Lembrei também dessa vizinha do que fiz com ela. Isso foi algum tempo atrás...

Trabalho com cosméticos da Avon. Foi bem no início, e ela fez pedido de um tênis pra ela. Pois bem, ela parcelou. O tênis chegou, e ela pagou apenas a primeira parcela. E depois ficou me enrolando. Foram meses enrolando. E eu já puto de raiva disso.

Então, um dia o irmão dela sofreu um acidente de moto. Daí a casa ficou cheia de gente e desespero para lá e para cá. E foi exatamente aí, que me surgiu uma brilhante ideia.

“É hoje que essa caloteira dos inferno me paga” dizia.

Ela não estava nesse dia em casa. Entrei e fui lá saber notícia do acidente. O pessoal lá estava todos ocupados. Ninguém estava prestando atenção em nada.

Me deparei com o quarto dela à minha frente. Ficava perto da sala. E o povo estava pro fundo da casa. Abrir o quarto e entrei. Meu coração estava louco pra sair do peito, só de medo. Abrir o guarda-roupas e vi as caixas. Eram várias. Até que achei a caixa com o tênis. Abrir e constatei que era mesmo ele.

“Não me pagou o tênis, então não terá ele”, disse sorrindo.

Botei a caixa com o tênis, por de baixo da minha camisa. Sair do quarto e corri pra casa das minhas primas que morava ao lado.

“Conseguir, conseguir”, dizia pra elas todo nervoso.

“Tu é doido menino” elas disseram.

“Que nada. Ela nem pagou. Pois também ela não vai ter. Quem mandou ela brincar comigo. Eu disse pra vocês, que eu ia conseguir.” Disse.

No dia seguinte, ela voltou pra casa.

Era um fim de semana, e ela costumava sair aos fins de semana.

Era uma manhã de domingo, do dia seguinte que eu peguei de volta o tênis, quando ela me chamou.

Ela perguntou se eu tinha pego o tênis dela. Disse que não. Ela até perguntou se o irmão dela tinha me dado, o mesmo que sofreu o acidente. Neguei que ninguém me deu. Fingir demência e voltei pra casa.

Disse para minha mãe o ocorrido e me vitimei. Minha mãe foi até lá saber dessa história. Não deu em nada. Ela não descobriu nada. Mas que o tênis dela ( meu mesmo) tinha sumido.

Ela xingou pra caralho nesse dia. Tudo que era “nome” se ouvia saindo da boca dela. Morri de rir nesse dia.

Agora lá estava eu tomando banho e lembrando desse dia. Sorrindo pra caramba. E ela nunca descobriu quem pegou o tênis.

Mais tarde fui pra escola. Chegando lá, sentei na mesma fileira de ontem( uma cadeira à frente).

Cuidei logo de falar pra Gustavo que tinha algo pra falar pra ele, mas só ia contar depois.

No terceiro horário de aula teve prova de Inglês.

Saí da escola. Fomos pra parada, eu, Ana, Rafaela e Gustavo.

Ele ficou pedindo meu celular de um jeito, que tive que emprestar.
No mesmo instante entreguei um bilhete pra ele. Onde me declarava pra ele. Contei tudo. De tudo. Que não consigo parar de pensar nele. E o mais importante eu disse: Eu Te Amo.

Ele não disse nada. Falei na carta pra ele não dizer nada. Porque eu ia ficar com vergonha, ele entendeu e não falou nada. Mas mesmo assim me senti um idiota.  Fiquei me chamando de burro.

Quando estou longe dele, consigo arrumar tudo aqui na minha cabeça, mas quando chego perto dele, isso tudo vai embora. Começo a ficar nervoso.

Apesar de tudo, ainda estou gostando muito dele. Não consigo parar de pensar nesse menino. Pareço um menino besta apaixonado. Mas é, eu gosto muito dele. Não posso me enganar.

Edson

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