Quarta feira, 05 de Dezembro de 2018
O último dia aula foi um tanto despretensioso. Abalante. Surpreendente. Chocante. Triste. Feliz. Mas enfim, cumprimos os nossos deveres. Entrei no ônibus sabendo que seria o último dia de aula. Um ciclo que ali estaria se fechando e ao tardar abrindo mais um. Cheguei na escola um dos primeiros, coisa que acontecera constantemente diante o ano. Os instantes íam se passando e mais alunos íam chegando. Rafaela, Ana e Gustavo ovacionados, por enfim estarem na escola depois de várias falta. Eles andaram faltando muitas aulas devido à chuvas constantes que vem tendo ao longo dos dias.
Sabíamos que o último dia de aula iria ter apenas 3 aulas devido a reunião com os alunos e pais dos terceiro anos após o intervalo. A primeira aula seguiu com o nosso professor de Biologia. Um professor extremamente calmo que não se estressa nunca, digo isso pelo fato de ele nunca ter demonstrado isso na sala de aula. Alguns gostam dele. Eu também. Mas ele não chega a ser meu professor preferido. A segunda aula de história foi maravilhosa. Me apaixonei por história por causa da professora. Ai meu Deus! Eu amo muito aquela mulher. Ela corrigiu com a gente a nossa atividade de revisão pra prova, que tem como assunto a Ditadura Militar. Foi uma aula muito produtiva e que ficará para a história. A última aula foi extremamente chata e irritante. Química. Odiei química no terceiro ano. Ai como eu gostava de química no ano passado, mas esse ano a química se baseou praticamente em "química orgânica". A aula dela terminou. Intervalo.
Foi muito gratificante para mim este último dia aula. Nunca pensei chegar esse dia. E quando chegou eu nem acreditava.
A reunião estava para começar. Alguns pais já se faziam presentes no auditório da escola. Gustavo, Ana, Rafaela e eu fomos para lá. Fomos os primeiros alunos a chegar, o que tinha lá era somente pais. A sala era composta por várias fileiras de cadeiras e um corredor no meio, separando-as das outras fileiras ao lado.
A reunião começara. Como proposta de falar sobre a documentação dos alunos que iriam deixar a escola após o término do período letivo, ou seja, do terceiro ano.
O diretor falou muito. Gustavo, Rafaela e eu sentamos na primeira fileira. Mateus ao lado. Mas o pai dele.
A reunião como tema proposto havia acabado, e o diretor começou a falar sobre uma suposta "festa de confraternização do terceiro ano". Alguns ficaram contagiantes. Mas logo não deu em nada. Pelo fato de estar muito em cima. De que ainda falta pelo menos uma semana para o fim do ano letivo. A professora de português do ano passado protestou e disse o mesmo. Depois começamos a gritar e a bater as mãos, chamando pelo nome da nossa professora de história. Ela falou o mesmo, e adentrou no assunto de nos parabenizar pelos dois anos que ela passou com a gente. E falou palavras lindas de motivação. Claro, batemos palmas e gritamos gratos pelas suas palavras. Logo em seguida, mais gritaria e bate bate com as mãos, com intuito de fazer zoada, gritamos pelo nome da professora de química. Depois de ela ter falado, a mais detestável para alguns, e mais amada por outros, ou não, a professora de matemática. Acho que pedimos para que ela falasse por não deixarmos ela triste, então ela começou a falar. Para que nunca deixarmos de seguir na vida e nunca desistirmos de nada. E talvez, daqui alguns longos vinte anos, voltarmos a nos ver pela rua por obra do destino como alguém na vida.
Já tava virando rotina na reunião, queríamos que todos os nossos professores falassem. Agora o nosso professor de biologia. Ele ditou palavras lindas que me fez quase chorar, mas como sou forte, não chorei. Mas por fim, a nossa eterna professora de sociologia e filosofia que não nos ensinou esse ano. Como foi bacana estudar com aquela mulher. A boca dela era falar sociedade. Mas mesmo que ela não tivesse ensinado a gente esse ano, ainda guardamos ela no coração. Porque foi muito lindo a construção do nosso conhecimento ao longo dos dois últimos anos.
A reunião acabou. E todos aufóricos começaram a sair. Eu já no bebedouro da escola começei a gritar "acabou-se o último dia de aula". Rafaela sorriu. Em seguida todos nós fomos embora.
Na volta para casa a cidade onde eu estudo estava nublada e com climas de que ia chover. Comecei a escutar músicas do meu celular pelo fone de ouvido. Músicas essas que me deixou em situações nostálgicas. Quase choro, lembrando dos momentos em que passei com os meus amigos. Momentos que ficaram para trás, mas que nas nossas memórias nunca deixaram de existir. Momentos oportunos vividos por nós todos os dias. E que nos deixaram tristes, chateados, eufóricos, e muito muito muito felizes.
Os dias na escola ainda continuam até dia 14 de Dezembro, mas não como aula, mas com provas finais de cada disciplina.
E assim me despeço, volto em breve.
Com amor, Edson
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O Garoto do Diário [ REVISADO]
No FicciónMinha vida nunca foi uma daquelas que digamos "melhor de todas." Apesar de já ter passado por muitas coisas ao longo da minha vida, continuo lutando para que se torne melhor. Bem, meu nome é Edson, e quero dizer que minha vida mudou drasticamente de...