Capítulo 1

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Acordo com o barulho do despertador, minha vontade é de tacar na parede. Só que eu dependo dele, até porque é o meu celular, e está fora de cogitação comprar outro.

Eu moro em uma das comunidades do Rio de Janeiro, como todos vêem não é nem um pouco fácil morar em uma favela, mortes, invasões sendo de rivais de facções ou até mesmo os homens loucos pra tomar e pacificar a comunidade.

E o mais ridículo é como somos discriminados por ser " favelados", somos pessoas normais que buscam trabalho fora do Morro pra manter a comida dentro do armário.

Ou até mesmo o descaso que sofremos por todos nós sermos pessoas humildes e acharam que por isso temos que ser humilhados. Cara, da um tempo, quando voce morrer vai pro mesmo lugar que todo mundo, então faz um favor? Vai pra casa do caralho.

Trabalho em um barzinho que tem aqui perto de casa, desde os meus 16 anos. Moro com meu pai, minha mãe não conheço, meu pai não fala muito sobre ela e eu também nem entro nesse assunto, não gosto de ver ele triste.

Meu pai? Ele é o melhor do mundo, tem seus defeitos mais pra mim ele é a melhor pessoa da fase da terra. Eu não sei como seria sem ele, minha única família.

Como a vida também tem seu lado bom  ganhei amigos que são mais que amigos, pra mim são irmãos, maravilhosos. Caique e Lorena, Lorena estuda administração e meu querido amigo preferiu o lado do crime, mais ele teve seus motivos

Se a vida fosse fácil, as pessoas não dariam tanto valor ao pouco que conseguem. Sim, alguns nascem com a bunda virada pra lua, outros como eu, virada para o sol, tem que batalhar pra ter suas coisinhas, e uma coisa eu digo, que orgulho de mim quando consigo comprar algo que tanto queria.

Só quem batalha muito, sabe, o quão é maravilhoso ter as coisas conquistas com o próprio suor. Maravilhoso, é como se ganhasse na loteria.

Papai sem opção veio para o Morro, morávamos no asfalto, e foi ai que ele se perdeu no vício do alcoolismo. Mais tenho fé que ele vá melhorar, eu sei que vai!

Olho no espelho, meu moletom que fazia tempo que eu não usava, até porque aqui no Rio o calor é intenso. Hoje tá um friozinho Mara, vou usar minha roupa preferida, meu moletom.

Vejo as horas, e saio correndo. Como lá no bar mesmo, reparo que meu pai não veio em casa, mais um dia. Odeio quando ele some do nada, odeio, é angustiante sem saber de nada!

Vamos começar mais um dia, e que Deus abençoe cada passo que dermos. A Vitória está próxima, pego meus fones na mesinha da sala e bora para o trampo.

Bom dia amores!
Primeiro capítulo novamente, o que acharam?
Votem por favor, me dêem essa força ! ❤

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