Acordo cedo, sinto cheiro de café e tenho a certeza que meu pai chegou. Tomo meu banho, me arrumo pra ir trabalhar, e vou tomar café.
Ele me olha e sorri, eu continuo de cara fechada. Brincadeira, fica dias sumido, parece que esquece que tem filha.
- Não vai falar comigo filha? - ele me olha - fiz café pra você, comprei seu bolo preferido - ele sorri
- Onde o senhor tava pai? - ele abaixa a cabeça - senhor tem o que na cabeça? Merda? - ele me olha
- Alicia - corto ele
- Alicia nada, o senhor tá errado - eu digo nervosa
- Eu sei minha filha, eu sei, não queria te decepcionar - ele me olha triste.
- Volta pra realidade pai, pelo amor de Deus - eu digo bebendo o meu café
- Vou filha, você vai ver - ele sorri, mais da pra ver que ele tá triste.
- E não some mais - como um pedaço de bolo rápido de levanto pra ir trabalhar.
- Eu te espero pro almoço filha - ele diz sorrindo
- Tá bom pai, até o almoço - ele sorri pra mim
Saio de casa, a rua tá tranquila, os becos a mesma coisa. Uma paz que só, e eu amo isso. Isso é muito bom, se não tivesse outras coisas ruins, o Morro seria um bom lugar pra morar. Agora, é complicado, ultimo lugar que o pobre quer vir, só ficam aqueles que não têm opção.
Por isso trabalho desde nova, pra ter minhas coisinhas. Estou muito orgulhosa de mim, principalmente da pessoa que me tornei, isso me faz feliz.
Um carrão para na porta do bar, quando eu chego, vou pra abrir e desde uma mulher que me olha de cima em baixo. Para olhando para o meu colar em meu pescoço, fico olhando pra cara dela sem entender nada.
Volto a abrir o bar e ela fica parada me olhando, quando entro ela vem atrás me analisando.
- Pois não, deseja alguma coisa senhora? - Ela fica me olhando.
- Sim, uma água por favor - pego a água gelada na geladeira e dou a ela.
- quando fica? - ela pergunta
- 4 reais - Ela me dá uma nota de cinco e eu devolvo um real.
- obrigada - balanço a cabeça e ela sai olhando pra trás.
Reparo em seu belo cabelo, lindo demais. Logo ela some do meu campo de vista e eu volto a trabalhar. Arrumo algumas coisas e fico sentada esperando os clientes.
A tarde passa se arrastando, quando vou ver são quase 19 horas da noite e eu ainda tô fechando o bar. O dia foi corrido, mais Graças a Deus eu recebo na terça, isso que me alegra.
Começo a pensar nas coisas que eu preciso comprar pra casa, contas e se sobrar comprar umas roupas pois estou precisando. Vida adulta não é fácil, mais um dia vai valer a pena, eu tenho fé.
Fecho o bar e vou pra casa, desço o morro, como eu moro próximo a entrada, é mais fácil voltar do que ir. No caminho, Heitor e o amigo dele dono daqui, cara fechado, me dá medo.
Os dois me olham e eu comprimento o Heitor e dou um boa noite para o rapaz, não tive resposta, ninguém é obrigado a ser educado né minha gente. Escuto Heitor xingar ele e depois uma risada.
Continuo meu caminho, até chegar na minha casa. De longe sinto um cheiro de comida, e essa eu conheço bem. Meu pai sempre cozinhou muito bem, e tudo que eu sei aprendi com ele.
Quando estou preste pra entrar pra na área, que eu abro o portão. O mesmo carro da madame passa por mim, sinto que quando chega perto de mim passa bem devagar, eu olho e entro pra dentro de casa.
Assim que entro meu pai vem com o pano de prato no ombro, dou um sorriso e vou para o meu quarto tomar um banho. Estou cansada, demais. Quebrada mesmo, é jantar e ir dormir.
Depois do banho, janto com meu pai e dou boa noite, escovo meus dentes e vou para o quarto. Fico deitada, olhando para o teto e fecho os olhos pra dormir.
[...]
Arrumo minha cama e saio para o trabalho, estou atrasada, saio correndo praticamente dou tchau para o meu pai e saio de casa.
Heitor e Caike estão na entrada e eu dou tchau pra eles e subo o morro igual um flash, quando chego no bar vejo dona Marlene abrindo.
- Minha menina, trouxe bolo pra você - ela sorri - Cenoura com calda de chocolate. - dou um sorrisão, meu preferido.
Começamos a preparar as coisas, para o almoço e tomo café com ela. Dona Marlene me ajuda em tudo, foi como minha mãe. São como minha família, eu amo eles demais.
- Minha menina, você acredita que eu escutei aquele safado do meu filho dizendo isso - eu dou risada. - casado com dois filhos querendo vadiar - Ela fala indignada
- A senhora é a melhor - dou risada
Logo chega clientes, começo a atender.
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A DAMA DO TRAFICANTE
Teen FictionEm meio de tantos problemas, eu conseguiria me manter de pé e feliz, mesmo sem a minha mãe, meu pai conseguiu suprir todo afeto e carinho que me faltava, sempre fomos nós dois, isso já me basta. Só que eu não imagina, que o verdadeiro problema est...