Capítulo 11

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Deixo ele lá mesmo plantado, tá estranho, o cara mal olhava pra minha cara, aí do nada, começa a dar investidas. Algo me diz que sim, tem algo de errado.

- Burra, burra - olho para o céu.

Mais eu tenho que me dar um desconto, ele já chegou beijando e nisso eu não tenho culpa.

Chego  em casa morta, vou direto para o banho e vou descansar. Meu pai me deixou mensagem que ia trabalhar em um bico com um amigo e não voltaria hoje. Ele está tentando e isso me deixa muito feliz.

Me jogo na cama, com tudo. Meu corpo dói, hoje foi foda, ajudei dona Marlene na cozinha e ajudei ela a limpar também demos uma geral no bar.

Mereço um descanso, hoje Lorena que me perdoe. Porque eu não saio daqui não. Escuto meu celular tocar, vejo as horas no relógio e atendo.

- alô - falo

- Vem abrir pra mim sua piranha - me levando indo abrir o portão pra mesma.
Desligo meu telefone e abro a porta da sala, ela está lá, com uma mochila.

- amiga, cancela baile, quero dormir aqui hoje - Ela diz entrando

- graças a Deus porque eu não ia mesmo - Ela me olha. - o que? - pergunto

- sua vagabunda - entra em casa, reviro os olhos e vou atras.

- Fiquei com o Heitor  - Ela diz - amiga, eu peguei o amigo do meu irmão. - dou risada indo pra cozinha pegar suco.

- Tá rindo de que? - Ela me olha

- olha que coincidência, seu amigo lá me beijou - Ela estava agitada, quando me escuta ela para  na hora.

- Quem? - Ela me olha

- o chefão daqui me beijou - Ela abre a boca em formato de " o "

- como foi isso? - conto a ela como foi.

- Tá estranho, o cara do nada começa a investir em mim, me chamar pra churrasco. - Ela me olha - Lorena, algo tá errado eu sinto.

- amiga, ele é galinha. Mais as vezes ele se interessou mesmo. Fábio tem várias minas se jogando nele, e fora que ele só é de pedir uma vez. Eu conheço aquele embuste - junta as mãos.

- Sei  não - eu digo pra ela.

- maia foi bom? - Ela me olha e eu assinto bebendo meu suco.

- o Heitor beija bem? - Ela me encara rindo

- foi - eu dou risada.

- Então está ótimo, da onde ele é mesmo? - pergunto.

- ele é do asfalto amiga, filhinho de papai - Ela revira os olhos.

- Tá explicado o nome então - Ela ri .

- bora dormir que eu tô mortinha, mortinha - falo e ela vem atrás.

Lorena foi para  o banho,  aproveitei escovei meus dentes. Fofocando sempre e depois fui pro sono dos justos.

[...]

Acordei com uma ligação da dona Marlene que nao iriamos abrir o restaurante porque os mesmo estão na casa da filha. Ela disse que eu poderia descansar, falou pra me cuidar e eu voltei a dormir. Como eles iam ficar três dias lá eu estava de folga.

Durmo bastante, almoço com a Lorena e depois ela vai embora. Lorena é minha parceira pra tudo, desde sempre.  Confidências é o que mais temos, desde o primeiro beijo, a primeira vez e etc. Aquela  menina  anima minha vida, faz tudo ter sentido, ela me ajuda bastante e eu sempre estou aqui por ela.
Criamos um vínculo tão grande que não me imagino sem ela, não mesmo.

Somos carne e unha, já são quase oito da noite. Estou na área vendo as pessoas passarem na rua, lavei roupa, tudo certinho. Posso descansar esses dois dias, tranquilona.

Caike disse que viria amanhã, me deu um bolo naquele dia. Cachaça do rabo e acordou depois de uma da tarde com uma puta dor de cabeça.

Começo a organizar minhas coisinhas, logo mais pretendo estudar e me formar em alguma coisa. É o que eu quero, futuro pretendo ter algo meu, um negócio só meu.

Olho para o colar que papai me deu, era da minha  mãe. Aperto na minha mão, uma dor que nao passa é saber que nunca tive um carinho dela, nem sei como ela é ou foi. Até porque não sei se ela realmente morreu ou está viva, meu pai nunca me mostrou nada dela, apenas esse colar que diz ele que é único.

Coloco no meu pescoço e entro pra dentro de casa, fazer uma jantinha mara pra mim comer. Como meu pai ao chega depois de amanhã, vou fazer pouco. Por um filminho de comédia e assistir comendo, é isso, xô tristeza.

A DAMA DO TRAFICANTE Onde histórias criam vida. Descubra agora