Capítulo 18

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Aaron

- Boa noite senhor Matteo - entrei no seu escritório, ele se assustou e ficou em pé rapidamente.

- Quem é você ? Não estou recebendo ninguém agora, pode se retirar.

- Infelizmente não posso fazer isso, preciso conversar com o senhor ?

- Quem é você ? Se foi mandado pelo delegado não precisa perder seu tempo já entreguei todo dinheiro que tinha pra ele, não tenho mais nada então não adianta me ameaçar, só preciso de mais tempo pra conseguir mais, tudo que era do Paolo acabou. - Não entendi muita coisa, mas sei exatamente o que fazer.

- E o dinheiro da vinícola ? O senhor sabe o que pode acontecer caso não pague. - minha voz saiu mas grave do que esperava, espero tem convencido afinal não sei do que estamos falando.

- Não estamos em um bom momento e vocês sabem disso, os papéis não foram encontrados e a única testemunha está morta não se preocupe com dinheiro.

- Precisamos de uma garantia caso não consigua quitar a dívida e os documentos são perfeitos.

- Não venha com essa história policial, se descobrirem sobre isso o delegado e todos que colaboraram com isso vai sair prejudicado, não vou entregar nada a você pode ir embora agora.

- Não temos nada com a morte do Paolo já o senhor ? O que me diz ?

- Foi um acidente, já falei que vou conseguir o dinheiro não se preocupe - andou até a porta me pedindo pra sair.

- O que o senhor me diz sobre Enrico Marchetti ? - sentei na ponta da mesa cruzando os braços, ele se aproximou ficando bem na minha frente.

- Tem certeza que é da polícia ? Que tipo de perguntas são essas ? Quem é você ?

- Não se preocupe com minha identidade, com que o senhor deve realmente se preocupar é procurar um bom advogado porque seu caso vai ser difícil e você pode passar o resto da vida na cadeia.

- Você não tem medo do perigo rapaz ? Se estiver me ameaçando pode se considerar um homem morto, não gosto desse tipo de coisa se não sair agora vou chamar a polícia.

- Eu vou não se preocupe, não precisa ligar pra polícia sei que eles são seus cúmplices mas só te aviso uma coisa, você não tem muito tempo livre e aproveite os últimos dias como dono desse lugar - me virei pra sair mas sua fala me interompeu.

- Foi o Enrico que te mandou aqui ? Aquele desgraçado não cansa de ferrar com meus planos.

- Não, ele não sabe que estou aqui, agora preciso ir boa noite senhor Matteo. - sorri debochado e sai.

Entrei no carro e segui até o endereço que o detetive havia me passado, deixei o gravador na bolsa espero que a gravação tenha ficado boa, não sei se ele falou o suficiente. Prestei mais atenção na estrada, pensando em tudo que estou fazendo se realmente é algo que faria pelo menos a um mês atrás antes de conhecer uma certa pessoa, que convenhamos não sai da minha cabeça. Pode parecer idiotice mas me pergunto o que ela está fazendo agora e se ela está sentindo pelo menos um pouco a minha falta como eu estou dela, e isso também é estranho, não deveria pensar tanto em uma mulher, mas ela não é qualquer mulher.

Cheguei a pequena pousada depois de poucos minutos, o lugar me parece bem antigo e modesto mas ao mesmo tempo aconchegante. Entrei no quarto e me assustei ao ver o detetive sentado na pequena mesa. Sentei em uma das camas de solteiro me livrando dos sapatos.

- Descobriu alguma coisa importante ? - perguntou, coloquei o gravador na mesa e voltei pra cama. Ele começou a ouvir. - Agora tudo faz sentido.

- O que o senhor descobriu ? - sentei na sua frente.

- Aqui estão os antigos documentos falsificados - me entregou uma pasta com alguns papéis de aparência um pouco antiga.

- Como conseguiu ? O que descobriu detetive ? - minha impaciência e curiosidade só me deixava mais nervoso.

- A esposa do falecido respondeu algumas perguntas e a convenci de testemunhar amanhã no julgamento, ela me entregou esses papéis que seu marido a fez jurar que ela deveria usa-los quando necessário, vou levá-los para o advogado da família junto à sua gravação mais tarde.

- O que ela falou sobre a relação dele com o Matteo ? Pelo pouco que entendi eles não se davam bem e o Paolo talvez não concordasse com tudo que aconteceu.

- Você tem razão, a esposa falou que o marido sempre elogiava o Enrico e toda a família e a amizade entre os dois era muito antiga, eles até prometeram seu filho mais velho em casamento a filha dos Marchetti, meses antes de tudo acontecer ela falou que o marido se tornou completamente diferente com a família, e se tornou uma pessoa mais fria com a própria esposa e os filhos ela disse que ele contratou até seguranças, pouco tempo antes de morrer ele disse que tinha que pagar pelo que fez e se entregaria, ela disse que não entendeu o que o marido estava dizendo, encontraram o corpo ao lado de vários remédios e o caso foi encerrado como suicídio, ela disse que não suspeito de nada ja que o marido andava estranho.

- Mas a polícia não pode falar que foi suicídio e pronto, tem que ter exames médicos ou algo do tipo.

- Não foram feitos exames pra saber se ele realmente tomou os remédios, antes de morrer ele havia dado pra esposa essa pasta mas ela não sabia o que fazer.

- Aposto que esse Matteo estava o ameaçando e como a polícia é cúmplice, ele não podia recorrer a ninguém.

- Agora só precisamos saber aonde estão os papéis atuais. - falou levantando e vestindo o sobretudo.

- Aonde vai ?

- Vou falar com Marchetti e o advogado dele, falei que era da defensoria pública e me interessei pelo caso, vou levar essas coisas, falei com ele e consegui uma vaga no corpo de defesa, amanhã posso estar no julgamento.

- Mas você não falou nada em relação a mim né ? - me levantei preocupado.

- Não se preocupe sou um profissional - disse e saiu.

Voltei a cama, me deitei com os braços cruzados por baixo da cabeça, que história é essa da Lily se casar com um filho desse difunto, ela nunca me falou sobre isso. Levantei da cama preocupado agora, talvez não deveria me preocupar já que essa história é antiga, e por que isso me deixou tão chateado ?. Abri a bolsa pegando meu computador, fiquei tão concentrado e focado nessa minha atuação como detetive que ate esqueci que tenho uma empresa. Verifiquei algumas coisas e alguns e-mail do Erick e do meu irmão. Deixei o computador de lado e entrei no pequeno banheiro, preciso tirar esse incômodo das minhas costas, meu corpo está cansado e nada  melhor que um banho.

Sai do banheiro e foi apenas o tempo de me vestir alguém bateu na porta, era uma moça da pensão, deixou algumas coisas, que me pareceu ser o jantar aceitei talvez o detetive tenha pedido antes de sair. Deixei na mesa junto ao computador, percebi que na pequena sobremesa tinha calda de chocolate, sorri ao lembrar da Lily toda suja enquanto come. Realmente eu não estou no meu estado normal.

Meu irresistível chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora