Capítulo 23

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Bora matar uma saudadezinha do Gui?

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GUILHERME

Eu vou matar aquele desgraçado!

Gritou ele, andando de um lado pro outro.

- Calma Gui. Tú nervoso assim não vai adiantar nada, é pior - tentei acalmar ele - faz assim, senta aqui e me conta o que descobriu e a gente pensa no que faz - falei com jeitinho, chegando perto, segurando seu ombro e levando ele até a cadeira.

Quando me ligaram dizendo que tinha um rapaz fora de si querendo falar comigo de qualquer maneira, não passou em nenhum momento por minha cabeça que fosse o Guilherme. Mas quando escutei sua voz xingando o segurança e dizendo que ia falar comigo nem que passasse por cima de todo mundo com uma retroescavadeira, sai correndo pra ver o que era. Guilherme estava fora de si. Nunca tinha o visto transtornado daquele jeito. O fato de não querer deixarem ele entrar, foi porque estava de chinelos, com um shorts simples de dormir, camiseta e com o cabelo que só Jesus na causa. Parecia um ninho de passarinho. Sem contar é claro, seu olhar psicótico como se fosse capaz de matar qualquer apenas com a intensidade deles.

- Se ele acha que vou aceitar esse tipo de coisa ele está redondamente enganado comigo. Primeiro eu mato ele antes de qualquer coisa. Depois eu sumo no mundo e ninguém mais vai ver o meu rosto outra vez.

- O que aconteceu? - perguntei perdido.

- O que aconteceu? - repetiu a pergunta e balancei a cabeça, concordando - aquele escroto desgraçado está me traindo! Me TRAINDO Derek. Tem noção disso?

O Maurício? — pensei.

Não tem lógica isso não. Ele ama mais o Gui do que qualquer outra coisa nesse mundo.

- Eu acho que tú tá engana...

- ENGANADO? - ele gritou se levantando e colocando as mãos na mesa. Seu olhar era tão... Intenso que me enchi de medo - eu não sou LOUCO Derek - falou baixo e devagar, acho que pra eu entender. Balancei a cabeça concordando com ele e me levantei.

- Claro que não Gui - falei chegando do seu lado - eu só quis dizer que... Não sei, talvez...

- Talvez? - ele girou seu corpo, encontrando seu olhar com o meu - talvez o que Derek? - perguntou com um leve sorriso surgindo no rosto.

Não sei porque mais me veio a mente na hora aquele palhaço do filme It a coisa. Aquele sorriso demoníaco.

Respirei fundo e apoiei o peso do meu corpo em uma perna só, enquanto mordia a bochecha, pensando.

Nervoso desse jeito não adianta querer tentar conversar.

- Hã... - dei uma tossida e cocei a cabeça - o que pretende fazer?

- Bom - se levantou - eu ainda não sei... - se apoiou na mesa e me olhou com a mão no queixo - tenho que ser esperto, porque senão ele vai se safar e eu ainda vou sair como o paranóico da história.

- Entendi - pensei um pouco - o que tú descobriu? - perguntei curioso, é claro.

- Uma mensagem de texto - ele riu - uma única mensagem. Com um número desconhecido, escrito Robert, que na verdade é Roberta. Morena, alta, uma mulher pra ninguém botar defeito - ele parou, respirou e me olhou - ele deve achar que sou muito idiota...

- Uma mensagem com o nome Robert, que na verdade é Roberta? Como?

- Ah - ele olhou pra cima e passou as mãos no cabelo - com certeza as outras últimas foram apagadas.

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