Capítulo 30

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Seguir em frente é continuar vivendo mesmo que uma parte de você esteja agora abalada [Bruna Andreoli]

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DEREK

Lágrimas grossas e incessantes corriam livres pelo meu rosto. Na minha mão uma foto que já estava amassada tamanha a força que eu segurava. João sorria... Pra mim. O sorriso era tão grande e sincero que por um momento fiquei sem ar. Esse sorriso era meu, era só meu! E o que eu fiz? — não dei valor, não soube cuidar, não soube... Quanto mais eu passava a mão no rosto tentando evitar o choro, pior era. Em um momento eu queria sumir, desaparecer, não queria saber de nada. Como se isso fosse aliviar a for que eu sentia. Mas por outro eu tinha que refazer minha vida não é? Seguir em frente. — É o que ele tá fazendo.

Não sei se me doeu mais ele tá namorando ou ele tá namorando uma garota. Uma garota linda, cheia de vida e que provavelmente está fazendo ele muito feliz. Porque o sorriso que antes era meu, agora é dela.

Eu nunca imaginei que fosse doer tanto. Mas o que eu queria? — comecei a rir. Quase um ano se passou e ele não voltou. Quase UM ANO. E eu deveria imaginar que isso ia sim acontecer. Só não esperava que fosse tão rápido. A única coisa que passava pela minha cabeça, era que eu não tinha colocado um ponto final e muito menos ele. A única coisa que ele pedia, raras as vezes que a gente conversava era: Tempo.

E eu pensava estar dando um tempo a ele. Tanto é que eu pensei diversas vezes em ir atrás dele, mas eu não fui. Não fui porque ele me pediu um TEMPO e eu estava lhe dando.

Eu pisei na bola, eu fui o causador dos problemas. Por minha culpa ele falou coisas duras demais pro Gui. Coisas essas que ele não merecia ouvir de ninguém, muito menos de um garoto que não sabia a metade do que ele já tinha passado. Fizeram as pazes porque Guilherme tem o coração enorme, mas acredito que se fosse outro talvez não tivesse perdoado tão fácil.

Com o pai demorou mais um pouco, Maurício e ele tem o mesmo temperamento e nenhum dos dois tinham coragem pra se desculpar um com o outro. Mas Gui como sempre, convenceu Maurício a ir atrás dele. E ele foi, conversaram, se entenderam e hoje estão novamente como era antigamente.

E foi tudo culpa de quem essa bagunça toda? Minha e de ninguém mais.

Quando eu encontrei aquele garoto um dia antes na porta do prédio e que se dizia perdido. — coisa que nem sei se é verdade. Eu fiquei mexido, não vou mentir. Ele apesar de ter mais de vinte anos, parecia ingênuo e vulnerável. Seus olhos castanhos e grandes me chamaram a atenção demais. Seu corpo era esguio e meio termo. — entre o magro e forte. Seus cabelos eram volumosos e cacheados. Ele era simplesmente lindo. E eu realmente não sei o que me deu ao chamar ele pra subir no outro dia. — aliás, sei sim. Eu senti necessidade em conversar um pouco mais. Poucas foram as coisas que ele me contou. Na verdade eu nem sei se o nome dele era mesmo Igor. E se ele realmente é mineiro, mas isso não é mentira pois o sotaque não engana. Foi coisa de segundos, talvez minutos enquanto ele falava e gesticulava eu só conseguia prestar atenção na sua boca que era linda e parecia ser gostosa demais. Ele parecia estar mais interessado em me contar sobre a infância difícil que teve e que seus outros três irmãos ficaram pra trás enquanto ele vinha pra cá atrás de trabalho, do que em mim que estava literalmente comendo ele com os olhos.

Primeiro foi minha mão que encontrou seus cabelos. Eram macios e muito bem cuidado. Depois foi o dedo que contornou seus lábios enquanto ele me olhava com o olhos baixos e cerrados. E por fim foi o beijo que eu não segurei e dei na sua boca. Um selinho que se intensificou e se tornou um beijo molhado e intenso. Eu não sentia nada mais que tesão, muito tesão. Quando ele disse que queria me chupar não neguei, pra quem já tinha praticamente trepado com a boca dele, o que era um boquete?

Fascínio [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora