Capítulo XVII -

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[ALERTA GATILHO – Assédio Sexual]
Para denunciar disque 181 ou 190 (em caso flagrante ou esteja acontecendo no momento)


Acordei horrorizada ao sentir a saia do vestido roçando contra as minhas pernas e antes que eu pudesse reagir, gritar ou emitir qualquer som que fosse, um homem suado, sujo como se houvesse rolado na lama, grande e com pelo menos três vezes o meu peso, estava praticamente sobre mim cobrindo a minha boca com uma mão enquanto com a outra que estava livre começou a desafivelar o cinto, ao mesmo tempo que umedecia os lábios como um animal faminto ou um demônio. Tentei empurrá-lo, deslizar para longe, usar as pernas para dar joelhadas mas mal conseguia me movimentar sendo esmagada por seu peso, embora quando conseguia acertar algo ele nem parecia sentir. Meus olhos se enchiam de lágrimas que escorriam como dois rios. Em uma prece confusa feita mentalmente eu implorava ao Deus de meu pai, aquele de quem eu tanto ouvia falar mas já havia começado a duvidar da existência, que me salvasse ou que enviasse um dos seus Anjos em meu favor.

— Olha o que temos aqui? Você é uma das garotas da Madame Vinogradov, não é? Se for, a Madame já foi melhor em escolher suas vadiazinhas, está muito pálida, magrinha e sem curvas.

Tentei invocar os elementos, no entanto, o desespero atrapalhou na tarefa de me concentrar. Embora tivesse noção de que ele era mais forte do que eu independentemente de poder ou não dispor das minhas habilidades elementais, continuei me esforçando para me soltar sem ser preciso usá-los. No momento em que o vi conseguir retirar seu órgão genital para fora da calça, recorri a única saída que encontrei antes que acontecesse o pior. Cravei meus dentes em sua mão com toda a força até sentir o gosto de sangue em meus lábios, ele se afastou com um grito que mais parecia um rugido e me desferiu um tapa na cara.

— Sua puta nojenta!

Insultou e se afastou de mim. Aproveitei aquilo para rolar pelo chão e tentar fugir mas a saída do celeiro estava trancada. Desferi socos e gritei por socorro por algum tempo, depois desisiti de tentar aquilo e vasculhei o local com os olhos decidindo correr na direção contrária. Comecei a subir as escadas, já estava no quarto degrau quando fui impedida de completar a ação pelo homem que retornou e me puxou pelo cabelo com a mão ensanguentada. Ele basicamente rosnava como um cão do inferno. Eu ainda tentei lhe dar um chute e socos mas fui atirada ao chão onde bati com a testa. Uma vez que estava estirada sob a palha de feno, tentei novamente buscar meus poderes lembrando do que Phil havia dito, eu precisava tranquilizar minha mente porém nela só encontrava um caos, estava em uma situação impossível de conseguir fazê-lo.

— Você vem comigo, garota.

Ele tornou a se aproximar, puxando meus braços para trás e tentando prendê-los juntos em minhas costas utilizando seu cinto. Enquanto o maldito me arrastava para o outro lado do celeiro onde havia outra porta, eu berrava a plenos pulmões.

— Me larga! Não vou a lugar algum com você. Alguém me ajuda!

Gritei alto e com tanta força até sentir as cordas vocais arranharem. Em seguida, como por milagre, alguém veio em meu socorro. Eu havia orado por um Anjo ou pela intervenção divina, mas o que recebi foi completamente diferente do que imaginava. Escutei um estrondo e assimilei uma figura furiosa depois que a porta foi arrebentada no chute. O som de passos rápidos e pesados estalando contra o assoalho de madeira se tornando ainda mais nítidos e finalmente reconheci quem havia chegado pelo tom autoritário e frio com que sua voz soou em forma de ameaça. Eirie.

— Tire as suas mãos dela ou as tirarei para você. — Dois feixes metálicos escorregaram entre os seus dedos e se solidificaram em duas lâminas que foram giradas com maestria nas mãos do garoto — E vai ser de um jeito permanente.

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