Capítulo XXXIV -

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Ficamos simplesmente parados. Olhando para elas. Robertta parou, cruzou os braços e esperou, segurando-se para não transbordar toda sua indignação irônica. Mas nós não nos movemos.

- Desconsiderem nossa presença e continuem. - Ela bateu palmas, lentamente, para mostrar seu falso incentivo. - Que tal colocarmos letreiros luminosos também, para que assim, todos nos vejam até no mundo antigo?

- Você acha que estamos tentando sabotar a rebelião? - Perguntei.

- Sabotar. Eu não tenho uma palavra melhor para descrever.

Ela avançou mais um pouco. Seu andar era desafiante.

- Como nos encontraram aqui? Você deveria estar em repouso. -

Eirie a olhou com desconfiança. Robertta o respondeu.

- Os nossos são leais somente a nós. E isso não inclue estranhos e forasteiros, como vocês dois.

- Tem certeza disso?

Todos nos voltamos em direção à floresta. Eirie levantou as mãos e exclamou:

- Sério isso? Se tiver mais alguém escondido aí, já pode sair.

Alexandra surgiu, altiva e decidida como sempre, só que desse vez, acompanhada de um rapaz desconhecido - não fosse pelos traços característicos da Casa Gregor. Ele trajava a vestimenta de guarda da Contenção - que eu reconhecia graças ao livro "Hierarquia de Una Royal", que tratava de nada mais, nada menos que: a hierarquia de Una Royal - cada Regência e cada Casa de uma Ordem, possui um manuscrito onde fatos como glórias, batalhas e uniões são relatados à medida que ocorrem. E o mais bizarro é que o livro é bem claro e específico no quesito "não cumprimento das regras de hierarquia", sendo essa uma falta de peso moderado, punida fisicamente ou por banimento e extendida a qualquer membro da sociedade, inclusive os que ocuparem as mais altas posições.

- Porque se tiver certeza absoluta, não se surpreenderá quanto a isso.

Alexandra estalou os dedos e mais que depressa, o rapaz a sua esquerda caminhou até Robertta e lhe entregou uma pasta. A garota o encarou profundamente antes de tomar os papéis e analisar.

- O que é isso?

- Documentação que comprova o envolvimento do seu pai, um líder rebelde, com os desenvolvedores responsáveis pelo "Projeto Regenciadores". Desvio de recursos destinados à rebelião; conspiração, está tudo aí.

- Isso é mentira! - Ela começou a folhear os documentos, com os olhos arregalados e um sorriso nervoso nos lábios. - Meu pai nunca faria isso conosco. Ele só quer nossa liberdade.

- Então talvez você devesse começar a questionar as operações secretas do Comando Rebelde.

A notícia veio como um soco no estômago para Robertta, que se recusava a acreditar. Honn parecia menos abalada do que sua amiga, mesmo que aquela tenha sido outra decepção para ela.

- Até onde eu sei, isso pode muito bem ser uma conspiração. Quem lhe entregou isso? - Robertta se exasperou.

- Espionagem é o nosso negócio. - Alexandra disse em resposta.

- Então vocês são Lanovienses. Como não percebi antes?

Honn exclamou em tom surpreso e se aproximou dos dois.

- Eu sou Alexandra e ele é meu irmão, Brandon. Somos da Casa Gregor.

- Nós já nos conhecíamos. - Robertta não perdeu tempo. - Seu irmão é da Guarda de Azkaere.

- Ele me ajudou a atravessar a Contenção quando fugi do oeste. - Complementou Honn.

- Ótimo, bom que já se conhecem. É o seguinte: você não vai fazer nenhuma idiotice com a informação que acabamos de fornecer.

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