Capítulo 31

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*Ford

Depois de mais aquele dia terrível na empresa e de ter ficado na frente de Moose a sós após  tanto tempo eu não via a hora de ir para casa,ele estava visivelmente nervoso na minha presença e mesmo que me doesse eu o tratei muito duramente,Se ele me afastou e me fez tão infeliz com sua covardia eu não teria pena e nem compaixão com aquele pessoa.

Tão logo eu iria descobrir que eu havia me tornado uma pessoa cujas palavras podiam ser alterados num piscar de olhos,quando se tratava desse moleque.

Quando já era bem tarde da noite naquele mesmo dia,depois que eu já havia visto muita Tv,lido,trabalhado e organizado algumas coisa para levar para empresa no dia seguinte,resolvi dormir,apaguei as luzes e deitei.Evitei ao máximo pensar nele enquanto tentava pegar no sono,vinha tendo muitas noites de insônia nos últimos tempos e meus olhos já tinham começado a ganhar manchas negras sobre eles.

Mas antes que meu sono chegasse de fato,meu telefone tocou,já era bem tarde e eu pensei em ignorar a ligação.Mas o telefone não parava de atormentar meus ouvidos. então quando o peguei e olhei a tela iluminada fiquei surpreso imediatamente. Na escuridão do quarto um nome brilhava na tela.

Hani.

-Oi Hani.

-Sr.Ford! Oh por favor! por favor!

Sua voz estava nervosa e tremula. Eu fiquei assustado com seu tom.

- O que houve? Por que você está me ligando?

-Moose! Acho que aconteceu alguma coisa com ele!

Eu congelei instantaneamente. Por alguns segundos eu esqueci como se respirava.

-O que aconteceu?Onde ele está?

-Eu não sei,eu não sei!Ele me ligou a alguns minutos,mas ele não estava falando direito,eu não entendi quase nada que ele disse.

-O que ele disse pra você?

A cada segundo eu ficava mais desesperado,meu coração estava batendo loucamente,meu peito parecia que ia explodir.

-Ele me pediu para ajuda lo,mas ele parece estar bêbado!Eu não sei se o Senhor sabe mas beber não é costume dele.

Sim eu sabia que ele não tinha esse costume e isso me deixava ainda mais preocupado.

-E onde ele está? Ele falou onde está?

-Como eu disse antes ele não estava falando coisas com sentido,todas as vezes em que perguntei onde ele estava ele só repetia,me ajude! não sei onde estou!

Que droga! Onde esse moleque se meteu?!

-Hum,entendi.Algum lugar que você ache que ele possa estar Hani? Ele disse mais alguma coisa?

-Eu não sei,desculpe ligar para o Senhor mas estou longe de casa e achei que você poderia ajudar,estou muito nervosa,não sabia o que fazer!

-Tudo bem,eu vou tentar acha lo.

-Ele disse outra coisa que para mim não fez sentido nenhum,mas talvez você saiba o que é.

-O que?

-Ele disse,eu só queria comer a melhor comida de Shanghai. Mas eu não sei o que isso significa.

Um a luz se acendeu na minha cabeça.Eu sabia onde ele estava.

-Já sei Hani,não se preocupe,vou buscar esse garoto.

-Sr.Ford...Cuide dele por mim...

-Tudo bem.

Desliguei o telefone peguei as chaves do carro e sai.

Eu sabia Muito bem onde ele tinha ido,Mao Xao!

Por que ele tinha ido até lá?! Por que ele foi tão longe comer?

Nevava bastante naquela noite,as ruas estavam vazias e pela hora o restaurante já estava fechado a muito tempo.O que eu não parava de me perguntar era por que ele estava tão bêbado? Por que ele foi tão longe e ainda tinha bebido ao ponto de se perder?!

Dirigi devagar pelas ruas próximas ao Mao Xao que obviamente estava fechado,ali não haviam outros comércios, muito menos bares e movimentos de pessoas nas ruas. Era tudo deserto a essa hora,Era um bairro simples e residencial,onde ele estaria?

Enquanto o procurava tentava e tentava falar com ele ao telefone,mas seu número caia na caixa de mensagens todas as vezes. Depois de vários minutos dirigindo entre as ruas estreitas e vielas,ao longe avistei um pequeno ponto de ônibus,e lá estava ele.Me aproximei com o carro descendo rapidamente e respirando aliviado por te lo achado.

Deitado no banco,inconsciente, seu corpo magro vestindo seu grande casco preto estava coberto de neve.Seus lábios sempre tão rosados estavam levemente arroxeados, sua respiração exalava álcool puro e estava tão fraca que mal podia ser sentida.

Ele estava em péssimas condições.Tentei acorda lo sem nenhum sucesso,então o peguei nos braços e o coloquei dentro do carro.Enquanto o carregava ele abria os olhos algumas vezes e repetia sem parar.

-Isso tudo é culpa sua! Eu odeio você!

Eu não sabia se essa frase dita tantas vezes por essa voz embriagada me fazia rir ou ficar bravo.

Pensei em lava lo ao hospital,era certo que seu estado era quase de um coma alcoólico,mas depois que seus lábios voltaram a ter um pouco de sua cor normal resolvi que seria melhor levar aquele moleque para sua própria casa.

Subi o elevador com ele nas costas,abri seu apartamento,tudo era igual como eu me lembrava,as mesmas coisas,o mesmo cheiro.Eu me senti tão estranho por estar ali novamente,era uma sensação como se eu tivesse voltado para minha própria casa depois de uma longa viagem.

O deitei na cama,tirei todas as suas roupas úmidas e geladas de neve,o vesti com seu moletom de dormir, que estava no mesmo lugar de sempre.Liguei o aquecedor e o cobri.Sua cor voltava ao normal lentamente a medida em que ele se aquecia.Ele continuava apagado,dormindo profundamente.Lentamente meu coração foi ficando mais calmo e eu começava a raciocinar novamente. Pensar que algo de ruim poderia ter acontecido a ele foi uma sensação terrível ao extremo! Eu tentei manter a calma e pensar com clareza para encontra lo com mais rapidez,mas eu sentia que se demorasse mais alguns minutos eu ficaria desesperado.

Eu ainda estava com raiva,eu continuava magoado,mas jamais eu deixaria de procurar por ele, de me preocupar em uma situação como essa. Eu tinha muitas perguntas do por que dessa atitude dele.Mas além de eu não ter mais o direito de perguntar eu não queria ter que conversar com ele sobre isso.

Fiquei durante horas sentado nos pés daquela cama olhando seu sono agitado,ele era tão lindo,sua  pele tão suave e macia.Eu sentia tanta falta do seu jeito rabugento e fofo comigo.Eu sentia tanta saudade de estar com ele nessa casa,nessa cama,dormindo abraçados, acordando abraçados. Eu tive tanta vontade de deitar ao seu lado nesse momento,de envolver seu corpo com meus braços e não solta lo mais.Ao mesmo tempo eu quis ir embora já que eu já tinha feito o bastante por ele nessa noite.

Mas a preocupação de saber se ele estava confortável e aquecido não deixou que eu partisse. Eu me convenci de que eu queria apenas me certificar que ele ficaria bem.

Em alguns momentos ele suspirava e falava frases soltas,virando se de um lado para o outro, vez ou outra ele repetia as mesmas palavras num ciclo que meu coração não sabia como lidar.

-Ford....Sinto sua falta...Eu te odeio tanto...Eu preciso ficar longe...Não me odeie...Acho que amo você...

Muitas e muitas vezes essas palavras saiam da sua boca naquele sono embriagado.

Eu não sabia o que pensar.Eu não sabia como me sentir.

Affection Rain (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora