Capítulo 5

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Ford*

No momento que acordei naquela manhã de sexta feira não podia imaginar que meu dia seria difícil e surpreendente como foi. Logo que cheguei a empresa tive que resolver mil pepinos relacionados a conta que estávamos fechando, o cliente resolveu fazer várias exigências quando tudo já estáva sendo finalizado. Uma droga, mas ok, eu poderia lidar com isso.

O que eu já não estáva aguentando lidar era com Joon Ha, ele é o diretor  de T.I da empresa e começou a trabalhar aqui um ano antes de mim,ele não foi estágiario como eu, foi contratado imediatamente quando se candidatou a uma vaga mesmo ainda não tendo concluído a faculdade, por que simplesmente ele é um gênio dos computadores e umas das maiores autoridades no ramo da informática. Ele foi muito legal comigo quando entrei na empresa,sendo solicito e gentil sempre. Logo descobri o por que dele ser tão bom para mim, ele estáva interessado em mim. Não demorou muito para nos tornarmos mais próximos já que eu costumava sair com garotos e garotas. Nosso relacionamento era simples e fácil de administrar,nos divertíamos muito juntos e tinhámos  muita amizade um pelo outro, além do sexo ser ótimo. Mas depois de um ano as coisas foram tomando um rumo que eu não queria, com muitas cobranças vindas por parte dele. Ele queria que morassemos juntos, ele queria romance, ele queria um amor que não sentia por ele, ele queria um amor que eu não poderia dar. Acabamos por terminar e ambos continuamos com uma amizade tranquila.

Só que com um porém, ás vezes ele ainda me procurava... para transar...

Mesmo que eu estivesse saindo com alguém e ele também invariávelmente ele me procurava para conversar e acabávamos na cama. Eu não me orgulho disso mas sinceramente também não sinto vergonha já que depois dele não tive nenhum relacionamento sério. então eu não estáva enganando ninguém. Mas também com o tempo essas escapadas se tornaram desinteressantes e fui claro dizendo a ele que não aconteceria mais nada assim entre nós. Seriamos realmente só amigos, sem lençois entre nós.

E assim foi, até que de alguns meses para cá, ele vem me procurando com frequência,inventa desculpas para vir até a minha sala,me convida para almoçar e  para beber. recusei todas as vezes até que ele me disse que gostaria que tentassemos novamente ficar juntos. Eu fui honesto e disse que não havia essa possibilidade. Eu não queria voltar para ele,eu não queria nem comer ele de novo droga! Mas ele continuou no meu pé, até que marquei uma conversa com ele nesta sexta no restaurante do trabalho. Nesta conversa deixei claro que o tempo que passamos juntos foi bom mas que não aconteceria mais nada, para que procurasse outra pessoa e fosse feliz, ele me interrompia dizendo frases melosas que só estávam me deixando irritado até que em certo momento ele segurou minha mão,ah aquilo fez meu sangue ferver de raiva. Esse idiota não tem limites! Eu já tinham deixado claro que não vou voltar para ele. Antes que desse um soco na cara desse imbecil apenas disse um "me deixe em paz" me levantei e fui embora.

Joon Ha era um cara bom e legal e nosso relacionamento foi bom enquanto durou, mas o amor que ele queria que eu sentisse eu não senti e não passaria a sentir agora. Eu nem sei se sou capaz de amar verdadeiramente alguém, eu nunca tivesse esse sentimento por ninguém. Eu desconhecia o que era o amor. E estáva bem com isso.

No fim do expediente fui levar toda a documentação para o cliente que estáva me causando certos problemas, mas antes arrastei Peek e Juho comigo, eles não gostaram muito pois parece que já tinham planos para uma bebedeira com nossa animada estágiaria.

Depois de resolvermos tudo com o cliente, o que levou mais tempo do que eu gostaria chamei os dois para comer e comemorar o fechamento dessa conta e o fato de finalmente o cliente ter ficado satisfeito,agora tudo tinha ficado acertado.Finalmente!

Comemos no restaurante de sempre que ficava não muito longe da empresa, no fim do jantar deixei os dois próximo de um bar e quando ia seguindo viagem para casa passando perto de um ponto de táxi quem eu vejo. Moose!

Ele parecia perdido e confuso. parei o carro em ao lado dele e abaixei o vidro, ele me olhou com seu habitual olhar tímido, mas dessa vez ele parecia triste. resolvi oferecer uma carona.

- Ei Moose! venha entre aqui, Eu te levo para casa. - falei apontando a porta do carro.

- Oh Sr.ford não precisa, vou pegar um táxi.

Eu insisti, um táxi ali iria demorar séculos para aparecer e ele não estáva com jeito de que estáva em condições emocionais de ficar ali sozinho esperando.

- Ande logo Moose,entre aqui. Eu levo você sem problemas. O táxi deve demorar!

Ele olhou para os lados e acho que pensando que um táxi provavelmente fosse mesmo demorar veio em direção a porta do passageiro.

- Moose! o que você está fazendo? Entre aqui na frente. - Ah esse garoto lesado.

Ele veio até a porta do carona e entrou. Ele cheirava a bebida,mas não muito forte, o suficiente para qualquer um saber que tinha tomado umas e outras. Seu rosto estáva vermelho e algo me dizia que ele havia chorado. Eu só pensava, o que será que aconteceu com esse garoto? Não sabia se deveria perguntar ou não. 

- Você quer que eu te leve para casa Moose?

- Sim Sr. Ford, por favor.- ele respondeu olhando para a frente.

Segui com o carro depois de perguntar seu endereço, que ficava só a alguns minutos de onde estávamos.Não resisti e perguntei.

- Moose, o que aconteceu com você? Por acaso foi assaltado?

- Está tudo bem, eu só estou cansado.- Ele continuava olhando somente para frente. Achei melhor não insistir na pergunta,embora eu tivesse certeza de que algo tinha acontecido  a ele, ele não iria me contar mesmo. Mantive os olhos na estrada e continuei dirigindo, então  um silêncio grande tomou conta do carro já que nenhum de nós falava nada. Ás vezes eu olhava para ele e  notei que ele havia adormecido. Eu me senti estranho nesse momento, puxei meu casaco que estáva no banco de trás e o cobri. Ele suspirava e vez ou outra soluçava dormindo. tive a certeza que ele havia chorado. 

Chegamos ao estacionamento do prédio em que ele morava. e aí eu não sabia o que fazer. Não sabia se deveria acorda lo, como deveria acorda lo. Que droga!

Eu não sei explicar o por que, mas vê lo assim dormindo tão indefeso fez eu me sentir triste,fiquei ali parado olhando aquele garoto de rosto e corpo magro dormindo no meu carro.Seu rosto estáva mais tranquilo mas ele ainda soluçava, eu queria acordar ele para que ele fosse para seu apartamento, mas uma parte de mim queria ficar ali olhando para ele. olhando ele dormir. Eu me aproximei um pouco para despertar ele mas quando já estáva quase  tocando seu braço ele acordou, nossos rostos próximos, nossos olhos um no outro. Um segundo parado no tempo e eu pigarreei e disse um pouco embaraçado.

- Já chegamos ao seu prédio, quer que eu te leve ao seu apartamento?- Falei  num tom baixo e amigável.

Ele tirou meu casaco de cima do seu corpo desconfiado por ter sido coberto por mim, passando as mãos no rosto.

- Não precisa Sr.Ford, o senhor já me ajudou muito me dando essa carona.- sua voz também soou baixa e um pouco envergonhada.

Nos despedimos e ele subiu para seu apartamento me agradecendo ainda algumas vezes pela carona.

No caminho de volta ao meu apartamento eu não conseguia esquecer seu rosto tão triste e choroso. Cheguei ao meu apartamento e me joguei no meu sofá. Fechei os olhos e só pensava em nossos rostos tão próximos, nossos braços encostados um no outro. Aquela sensação de estar perto dele me fez sentir estranho e confuso,algo estáva errado comigo, derrepente me dei conta de eu queria ter abraçado ele e quando eu imaginei esse abraço meu coração que nunca sentia nada deu um salto no meu peito. o que estáva acontecendo comigo? por que eu estáva me sentindo assim? Tentei dormir mas passei toda aquela madrugada pensando em como teria sido bom abraçar aquele garoto magricelo.

Affection Rain (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora