Ato 1: Felicidade paterna.

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A noite esfriou no vale, começou a chover bastante, dava pra escutar os trovões altos, Leônidas (um leão grande e forte, de pelo amarelo alaranjado e juba castanha escuta, olhos roxos e peito esbranquecido, possuía uma barba castanha meio avermelhada), estava sentado em sua cama olhando para a janela do seu quarto, ele morava em uma cabana velha de madeira, se sustentava bem durante aquela chuva.

Mas algo naquela noite parecia estranho, vozes de diferentes tons ecoavam na casa, eram sons meio perturbadores para quem não escutava muito esses tipos de coisas.

Léo: Só posso estar ficando louco...

Disse o leão assustado com as vozes, ele logo se pois a dormir, deitou em sua cama e adormeceu rapidamente, ele achava que dormir resolveria aquele problema paranormal, mas ele só estava começando. Sombras esquisitas o perseguiram pela floresta, um choro de filhote era escutado por todos os lados, cada sombra vinha de uma direção mas apenas uma conseguiu chegar até o Leônidas, assustado ele ficou parado olhando pra assombração, ela começou a falar com ele.

???: acorde...

Léo: Mas o que?... Quem é que tá falando?...

???: acorde...

Então uma grande sombra pulou em cima dele, tudo não passava de um pesadelo, mal tinha deitado e já tinha acabado de levantar, Leônidas farto de todo aquele barulho estranho lhe incomodando foi até o banheiro e molhou seu rosto, ele olhava em sua face uma expressão de cansado e tristeza, estava sozinho e cansado de viver uma vida assim.

Léo: Preciso dormir... Mas essas desgraças de vozes não me deixam em paz.. Affs

Então um barulho de choro, (de um filhote pra ser exato) começou a ecoar em sua casa, o choro era alto de se escutar, Leônidas achou que tudo aquilo era loucura ficou andando pela casa procurando por algo, seu estresse e preocupação só aumentava, ele achava que estava ficando louco. Leônidas chegou até a porta da frente e saiu de casa e ficou em sua varanda olhando ao redor, procurando de onde vinha o choro de filhote, ele viu uma luz no meio da floresta, esfregou seus olhos e começou a se perguntar o que era aquilo, o brilho não era natural, era roxo por incrível que pareça, Leônidas entrou em sua casa meio assustado e pegou um manto, se cobriu e saiu correndo em direção a floresta, a medida que se aproximava ele conseguia enxergar vultos estranhos e olhos de cores diferentes, ele parou no meio da floresta assustado, olhava ao seu redor com uma expressão de raiva, tentava intimidar as malditas sobras que lhe perseguiam. Ainda correria em direção a luz roxa, ficava mais calma a medida que chegava, o choro ia diminuindo a medida que se aproximava, ele via o brilho sumir aos poucos e o choro ficar mais baixo, com todas as suas energias que lhe restavam ele correu o mais rápido que pode pra perto da luz, o frio da chuva lhe causava uma tremedeira, a água piorava seu frio, mesmo de manta conseguiu se molhar bastante. Enfim o grande e corajoso leão chegou no canto desejado, era uma árvore gigantesca com sua copa bem fechada, a chuva não conseguia passar pelas folhas daquela árvore, Leônidas olhou pra todos os lados procurando pelo choro, mas estava tudo em silêncio, o brilho roxo e misterioso havia cessado, ele andou ao redor da árvore, e atrás dela havia um filhote de leão, ele estava no meio de cristais que o rodeavam, ele era amarelo com partes laranjas, não havia juba em sua cabeça, em seu braço direito havia uma pulseira roxa com um pingente de estrela, no meio desse pingente havia uma pedra muito bela, o mais estranho no filhote era que havia uma pedra abaixo de seu peito, uma pedra que estava fixada a seu corpo, sua cor era roxa. Os olhos do pequeno estavam fechados, era certo que estava dormindo, ronronava baixinho, Leônidas o olhava com um sorriso tremido, estava com muito frio, ele se sentou perto do filhote e o pegou em seu colo, o olhou atentamente, naquela hora ele sentiu algo forte, seu coração estava acelerado, ele então viu uma sombra em sua frente, ela possuía olhos brancos, não se mexia nem nada, ela apenas o observou com uma expressão de alegria, aquela sombra sumiu rapidamente, Leônidas sem entender abraçou o pequeno cuidadosamente e se levantou, olhou ao seu redor e não viu mais nada de estranho, a chuva tinha começado a parar, estava mais fraca, ele saiu andando com o pequeno filhote em seus braços. Minutos depois ele chegou em sua casa, entrou cuidadosamente pra não acordar o pequenino, e se dirigiu ao seu quarto, colocou o filhote em sua cama e o secou com seu lençol, e então um barulho de risada era escutado, o filhotinho havia acordado, sentiu cócegas com o Leônidas esfregando o lençol em seu corpo, ele então viu seus olhos, eram roxos, brilhantes e vibrantes, ele ficou um pouco assustado com os olhos do leãozinho, Leônidas havia sorrido de volta pra ele, o pegou novamente no colo enrolado no lençol, o acariciou e o beijou na barriga. Toda a aventura tinha o cansado um pouco, ele se deitou e colocou o filhote ao seu lado com muito cuidado, ele voltou a fazer carinho no pequeno na tentativa de fazê-lo dormir, ambos dormiram. Na manhã seguinte de outono, Leônidas acordou com um choro baixo do filhote, ele estava com fome, Leônidas se levantou segurando ele e o olhou atentamente, achava que tudo aquilo era um pesadelo, mas era real, Leônidas não estava triste com aquilo, muito pelo contrário, ele estava alegre com a nova companhia que ele arranjou, ele seguiu até a sua cozinha e procurou comida para o filhotinho, e pra sua infelicidade não havia nada que um filhote daquele tamanho conseguisse comer, Leônidas ainda com as roupas de ontem saiu de sua cabana e seguiu até a vila, chegando lá ele logo se dirigiu ao mercado, estava com o filhote em seus braços, os moradores ainda não haviam levantado, (aliás, haviam poucos moradores no vale inteiro) ele entrou no armazém e comprou algumas frutas, meio cansado da noite ruim que tinha tido ele apenas escondeu o filhotinho dentro de seu casaco, deixando ele um pouco a mostra para o dono do armazém. Depois de ter comprado ele seguiu até sua casa rapidamente, estava meio apressado pois o filhotinho estava faminto, o mais incrível e que ele se calou quando Leônidas o pegou nos braços, parecia mágica tudo aquilo, chegando em sua casa ele colocou o filhotinho em cima da mesa, pegou algumas coisas e colocou perto do filhote, ele descascou a maçã, a amaçou com uma colher e deu pro filhotinho.

Léo: você é bem quieto para um filhotinho, hahaha isso é bom

Ele falou tentando brincar com o filhotinho

Léo: Aliás.. Já que eu vou ficar com você.. Que tal te dar um nome?

O filhotinho então sorrio com os olhos fechados para o Leônidas, soltou uma gargalhada fofa e voltou a atenção a sua comida, Leônidas ainda pensando em um nome continuava dando de comer a seu filhote, o olhava com um sorriso sempre tentando deixar ele o mais confortável e feliz possível.

Depois de tudo aquilo o filhotinho começou a bocejar, estava sonolento, Leônidas logo viu seu sono chegando, o pegou e o balançou carinhosamente em seus braços, o pequenino ainda acordado se pois a abraçar os braços do pai com amor e o olhou com um lindo sorriso, seus olhos aos poucos iam fechando e logo ele dormiu, Leônidas o pois na cama e ficou sentado o observando, estava tomando conta pra que ele não virasse e caísse no chão.

Léo: Eu nunca pensei que algo assim podesse me acontecer... Eu sou pai... Ou algo assim...

Pensou Leônidas com um leve sorriso no rosto, logo voltou a sua atenção ao filhotinho.

Coração de cristalOnde histórias criam vida. Descubra agora