Coração de cristal

Saudades

Depois de ter saido do hospital, Leônidas seguiu até a casa de seu pai e chegando lá ele notou que a casa estava muito bem cuidada, havia alguém lá dentro, ele bateu na porta mas ninguém atendeu, por incrível que pareça a porta estava destrancada, ele abriu e entrou, a casa continuava a mesma, limpa e bem arrumada, era uma casa enorme de 2 andares, um luxo, Leônidas tinha uma vida boa naquela casa, morou no campo por que estava cansado da vida na cidade, mas ele era alguém que possuia tudo que ele quisesse.

Seguindo até primeiro andar, ele foi andando pelo corredor onde os quartos ficavam, ele entrou no quarto dele, era um cômodo imenso, mas não estava arrumado, estava quase vazio, tendo apenas o Guarda roupa, cortinas e algumas coisas jogadas no chão

Léo: Incrível...

Ele falou, logo foi surpreendido com outra voz.

Dante: Impressionante.

Uma girafa de olhos laranjas, cabelo castanho e alto apareceu atrás de Leônidas, o assustou e o deixou arrepiado.

Léo: Aaah!! Não me assusta! Dante..

Dante: Olá meu caro irmão.

Léo: Quanto tempo em..

Dante: É, você mudou bastante, não parece mais o mesmo leão mimado que eu tive que aturar, hahaha

Léo: Ei!

Dante: Calma, só estou brincando, a propósito nosso pai nos deu a casa, ele disse ela está em nossos nomes.

Léo: Você pode ficar com a casa.

Dante: Obrigado.. Maninho.

Léo: A propósito, ele deixou mais alguma coisa?

Dante: Sim, o testamento e seus antigos pertences.

Léo: Obrigado...

Dante: Sente saudades?

Léo: Sim.. Muita, só de lembrar daquela época.

Dante: Você foi um bom filho pra ele.

Léo: Obrigado..

Dante: Léo, você foi visitar o túmulo dele?

Léo: Lembra..

Dante: Ainda tem trauma de ir em cemitérios? Desde aquele dia?

Léo: Sim... Mesmo ele sendo meu pai mas.. Não dá eu não consigo..

Dante: Tudo bem.. Mas ei, alguma novidade?

Léo: Eu tenho um filho.. E ele acabou de ir pro hospital..

Dante: Algum problema?

Léo: Eu encontrei ele sangrando no chão de uma cabana, ele foi cortado nas costas por alguma lâmina, pensei que ele fosse morrer..

Dante: Vai dar tudo certo. Quer que eu vá visitar ele com você?

Léo: Seria legal, ele adora conhecer gente nova.

Ambos conversaram por mais alguns minutos, Léo foi buscar suas coisas que estavam guardadas, havia uma caixa no meio disso, nela tinham fotos bem antigas, algumas muito fofas, na caixa também tinha uma chave, um pelúcia de um leãozinho, um colar e umas conchas, Leônidas pegou a caixa e alguns documentos, e seguiu devolta pro hospital, Dante decidiu seguir ele, no meio do caminho...

Dante: Léo.. Eu queria agradecer..

Léo: Pelo quê?

Dante: Lembra do dia que seu pai me adotou?

Léo: Lembro.. Você estava na rua, sofrendo e sozinho, a gente te salvou da morte quando..

Dante terminou a frase de Leônidas com um tom meio trêmulo.

Dante: Me espancaram com toda força possível.. Tentaram me matar por ser estrangeiro... Seu pai me tirou das ruas e me deu um lar, uma família.. Eu nunca pude agradecer a ele com palavras.. Ele nunca gostou de textos melosos... Obrigado por ter me salvado...

Léo: Que isso, mano, a gente fez o que foi preciso por você.

Dante estava lacrimejando, estava triste ao lembrar do quanto aquele velho leão fazia falta pra ambos, e do quanto foi difícil sobreviver pra ele antes do leão ter o salvado, eles se abraçaram rapidamente, Dante parou de chorar e ambos continuaram a caninhar rumo ao hospital.