Capítulo 28

13.9K 951 16
                                    

Emily

Os dias viraram semanas e as semanas viraram um mês. Leah continuava meio triste, mas fazia questão de mostrar exatamente o contrário. Estava sempre sorrindo, brincando e até saiu com alguns garotos, só Nath e eu percebíamos a verdade por sermos melhores amigas dela. Uns imbecis vieram zoar ela uma vez por causa do que aconteceu mas digamos que ela deixou alguns deles impossibilitados de ter filhos e avisou que se voltassem seria pior. Ninguém mexe com a Leah, pelo menos, não duas vezes.

Ross por outro lado parou de vez de falar com a gente, só andava com alguns idiotas do time, mas quando eu olhava para ele na cantina sentado na mesa dos “populares”, ele sempre estava olhando para a Leah, e não parecia gostar de estar onde estava. Quando ela ria ele tentava disfarçar mas também abria um pequeno sorriso e quando ele percebia que eu o olhava confusa ele levantava e ia embora o que só me fazia ficar ainda mais confusa.

O time perdeu um dos jogos, o que quase custou a vaga no campeonato sorte que eles se recuperaram e ganharam o jogo de volta e a semi final, ou seja, estamos na final! Que a propósito é no próximo domingo, a escola inteira vai parar para saber se vamos perder mais uma vez ou finalmente ganhar esse campeonato.

Isso é muito importante para o Zack, já que ele me disse que não jogou a final do ano passado, ao qual eles perderam, pois os alunos do primeiro ano não podem. Me disse também que se algum aluno quer ter chance de ganhar uma bolsa de estudos para o basquete ano que vem precisa impressionar nessa final.

— Esse era o sonho do Ross. – Zack me disse quando estávamos vendo ele entrar na escola com algumas lideres de torcida. – Mas ele está agindo tão estranho ultimamente que eu nem sei mais. Ele não fala mais com a gente e virou um babaca de vez... Eu estou preocupado.

— Calma Zack, acredite não tem ninguém mais confusa que eu nessa história. Eu não entendo os motivos do Ross para fazer o que ele está fazendo, mas se ele precisasse de alguma ajuda, eu acho que ele pediria não?

— Eu não sei. – Ele abaixou a cabeça suspirando.

Isso me fez aumentar um pouco mais a atenção que eu tinha no Ross e só o que percebi foi que ele passou a evitar a Carly onde quer que fosse, ao ponto de que se ela entrasse em algum lugar, ele saia imediatamente. E isso já era estranho o suficiente para perceber que havia algo errado, mas o que poderia ser?

Estava na aula pensando em algum motivo convincente para o comportamento do Ross, mas na minha perspectiva não existia uma justificativa para o que ele fez...

— Oi princesa.— Evan disse se sentando ao meu lado quando o professor saiu para atender uma ligação.

— Evan o que faz aqui? Pelo o que eu me lembro essa não é sua sala.

— Eu vim te ver amorzinho. Queria saber quando você vai me dar uma chance. – Ele segurou minha mão tentando a beijar mas eu puxei de volta antes disso. – Fica comigo princesa?

— Evan eu não vou ficar com você, para de insistir. Que saco! – Disse perdendo a paciência, esse garoto entende o que a palavra NÃO significa?

— Por que você não me dá uma chance amor? O que eu te fiz?

— Você quer a lista em ordem cronológica ou alfabética? Devo te lembrar de todas as piadas e brincadeiras? Lembra da semana do Halloween do nono ano? E não me chame de amor, a última coisa que eu quero é ser seu amor.

— Que isso princesa, aquilo foi só uma brincadeirinha saudável.

— Saudável? Eu fiquei uma semana tirando a tinta vermelha do cabelo, por que você quis ver se eu iria matar todo mundo tipo Carrie a estranha! – Ele começou a gargalhar e eu o olhei com tédio, tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse ele.

— Isso foi antes de você ficar gostosa meu amor. – Disse na maior cara de pau. – Vamos eu sei que você quer, seria um privilégio para você ficar comigo. – Que idiota, ele tentou pegar minha mão de novo se ajoelhando no chão, sorte que ninguém olhava para aquela cena ridícula. – Só me dá uma chance para eu te fazer feliz? Se encontre comigo hoje atrás das arquibancadas Emilyzinha?

Eu iria explodir, minha cabeça já estava doendo, mas resolvi fazer algo diferente (e também meio maldoso).

— Quer saber, me desculpe Evan você tem toda razão, é claro que eu também te quero. – Disse tentando fazer uma voz sexy, nem sei se consegui. – Te encontro lá depois da aula gato.

Meu Deus que vergonha. Mas ele pareceu gostar abrindo um sorriso cafajeste e se apoiando na minha mesa para chegar mais perto. É lógico que eu não iria, mas seria legal ver a cara dele amanhã.

Bem nessa hora o professor voltou e expulsou o Evan por essa não ser a aula dele. E eu ri voltando a prestar atenção.

Saí da sala sorrindo mas também um pouco culpada. Eu não fazia maldades desse jeito, mas também ele não me deixava em paz, aquilo só foi para ele me esquecer...

— O que você aprontou Emily? – Zack perguntou baixinho, chegando por trás de mim, dei um pulo de susto o fazendo rir.

— Meu deus Zack! Não me assusta assim! – Disse pondo a mão no coração e em seguida desviei o olhar dando de ombros. – Não aprontei nada.

— Uhum sei, eu te conheço, e conheço essa cara, é a mesma que você fazia quando a gente apertava a campainha de alguém e saía correndo quando era pequeno, culpada mas adorando, pode me contar, o que você fez?

— Ok... Eu meio que marquei com o Evan de me encontrar com ele depois da aula, atrás da arquibancada do ginásio, só que... – De repente ele me parou ficando na minha frente, parecia zangado.

— O que? Por que você fez uma besteira dessas? Esqueceu o que ele faz com as garotas lá? Esqueceu como ele é babaca Emily? Você não vai! Eu não vou deixar. – Ele segurou minha cintura e estava bem tenso, isso me fez perder o foco por vários segundos.

— C-calma Zack, é lógico que eu não vou. Foi brincadeira. – Disse segurando os ombros dele tentando relaxa-lo, ele parecia prestes a explodir.

— O que? – A expressão mal humorada suavizou um pouco apesar de ainda estar lá.

— Ele não me deixava em paz, eu só disse o que ele queria ouvir. Eu nem cogitei a ideia de ir lá ok? – Ele me soltou e ficou com a expressão meio constrangida mas não se afastou.

— Ah... M-me desculpe... Eu... – Ele tentava falar mas eu o cortei sorrindo e segurei o rosto dele entre as mãos.

— Tudo bem, você só queria me proteger. Eu entendo e te amo por isso. – Fiquei nas pontas dos pés e o abracei, deu para ouvir o coração dele acelerado, tanto quanto o meu, mas tenho certeza que não era pelo mesmo motivo.

Zack apertou minha cintura me puxando mais para perto de novo, a respiração de alívio dele no meu pescoço me arrepiou ao mesmo tempo que me fez sorrir. Queria continuar naquele abraço para sempre só que eu não tenho tanta sorte.

— Awnt!— Nos viramos olhando para Nath, Elliot e Leah que nos olhavam de um jeito estranho. – Vocês são tão fofinhos!

— Pff p-para com isso. – Disse abanando a mão no ar e o afastando, tentando disfarçar a vermelhidão do meu rosto.

— Desculpa atrapalhar mas, se vocês não perceberam a hora do almoço já está quase na metade. – Elliot disse rindo.

— É, e estamos com fome. – Leah completou.

— Vocês não precisam da gente para comer. – Zack resmungou cruzando os braços o que só fez eles rirem mais.

— Desculpa esquentadinho. – As duas me puxaram para a cantina enquanto o Zack ia com o Elliot.

— Vocês duas tem um timing perfeito né? – Disse bufando e as fazendo rir enquanto escolhíamos algo para comer.

— A gente tenta amiga.

— Se você contasse logo a verdade teria muitos momentos iguais aquele sabia?

— Nem começa. – Peguei um bolo, um suco e me sentei ao lado do Zack na mesa.

— Bolo de chocolate hum... – Ele roubou meu bolo e deu uma mordida enorme.

— Ei! – Protestei puxando o prato de volta. – Ta me devendo um bolo de chocolate!

— Por que? Eu só dei uma mordidinha!

— Uma mordidinha maior que o meu punho! – Mostrei o punho fechado para ele.

— Bebê, temos que concordar que o seu punho não é muito grande. – Ele disse rindo e eu o fuzilei com o olhar e dei um tapa no seu ombro o que só o fez rir mais.

— Você chamou ela de bebê? – Nath perguntou ainda com aquela cara estranha e os olhos brilhando.

— Hum... Chamei, por que?

— Por nada não. – Ela disse rápido e começou a conversar baixinho com a Leah o que me fez revirar os olhos para as duas.

Continuamos comendo e conversando até que deu a hora de voltar para sala, e o dia seguiu normalmente.

Zack me daria uma carona na hora de ir embora e nesse momento eu estava indo para o estacionamento encontrá-lo super distraída, quando alguém tampou minha boca e me puxou para o laboratório de química, que era ali do lado.

Pronto, vou ser sequestrada, morta e cortada em pedacinhos.

Tentei me contorcer e me soltar mas a pessoa era mais forte que eu, quando finalmente me soltaram, olhei para o meu “sequestrador” e vi a última pessoa que eu esperava alí.

When we fell in love...Onde histórias criam vida. Descubra agora