Capítulo 47

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Zack

Nós já não víamos mais o sol entre as montanhas e mesmo que ainda fosse mais cedo, tenho certeza que não o veríamos por conta da força da nevasca.

A esse ponto eu e a Emily já tínhamos desistido de voltar ao hotel hoje, e só começamos a seguir cada vez mais por dentro da floresta, em busca de QUALQUER lugar em que pudéssemos não morrer congelados.

— Nunca m-mais... Faço t-trilhas pela... N-neve. – Falei na esperança de diminuir aquele clima ruim entre nós, mas saiu com dificuldade por eu estar tremendo até a alma.

— A c-culpa é s-sua! – Emily me encarou brava.

— Como m-minha?

— V-você f-ficou nos a-atrasando pela tri-trilha Zack! Se ti-tivéssemos ido j-junto com os outros isso n-não teria a-acontecido! – Ela me deu um soco no peito e sei que se ela não estivesse tão agarrada a mim naquele momento ela teria me batido até a morte com a raiva que estava sentindo. – E-eu quero ch-chorar Zack. M-mas tenho m-medo das minhas lá-lágrimas c-congelarem t-também!

— C-calma por favor. – Abracei ela com o resto de força que eu ainda tinha. – Br-brigar não v-vai re-resolver i-isso. Eu s-sei que errei, m-me desculpe.

Acabamos saindo numa clareira, só descobri isso por que paramos de ver árvores a nossa volta. Continuei seguindo e finalmente achei que estivéssemos  perto de algum lugar, talvez até de pessoas. Só que ai eu caí.

— ZACK! – Emily se ajoelhou perto de onde eu cai na neve. – O q-que acon-teceu? V-você se m-machucou?

— E-eu estou bem... – Quando tentei me levantar, passei a mão onde eu estava e senti uma superfície lisa e molhada. – Isso é... G-gelo?

— Z-zack eu a-acho que você es-escorregou num l-lago. – Emily tentou me puxar pelo braço. – Vem l-logo p-para cá por fa-favor, é perigoso. P-pode rachar.

Com um pouco de dificuldade, por que ali escorregava pra caramba, eu consegui me sentar, alguns lugares ameaçaram rachar e a Emily tampou a boca com as mãos.

Tentei ficar calmo e não fazer nenhum movimento brusco, fazendo os movimentos o mais devagar possível. Depois do que pareceu uma eternidade ela me puxou de novo e eu finalmente deitei na margem do lago respirando fundo. Se o gelo tivesse quebrado não teria jeito de eu voltar, foi muita sorte.

— Nossa, e-essa foi por p-pouco... – Emily me agarrou quase deitando em cima de mim. – Tudo b-bem meu amor. E-eu tô aqui...

— V-você não i-imagina o meu m-medo de... – Ela estava chorando de verdade agora. – M-me desculpa, me d-desculpa por te c-culpar, eu sei que v-você não t-tinha intenção d-disso Zack...

— Shh, eu sei... C-calma tá t-tudo bem... – Beijei a testa dela, que estava muito fria, e fiquei acariciando seu cabelo e a segurando nos meus braços por um tempo, decidi olhar em volta de onde estávamos nesse tempo e acho que vi algo um pouco ao longe, parecia a estrutura de uma casa. – Ei, aquilo é u-um... Ch-chalé?

Ela se virou para ver também, o que me fez ter uma visão melhor daquilo, parecia ser mesmo um chalé perto da beira do lago. Estava todo apagado.

— Ai gr-graças a Deus. S-será que t-tem alguém l-lá? – Emily perguntou esperançosa.

— V-vamos ver! – Nós levantamos com dificuldade e corremos o máximo que a neve funda e nossas pernas congeladas permitiam.

Quando paramos perto da casa percebemos que não era possível ter alguém ali, aquele lugar parecia ter sido abandonado a meses, por causa da neve acumulada na porta, tinha apenas um cômodo mas estava bem fechado, nenhuma janela quebrada e um cadeado na porta.

— ALÔ! Tem a-alguém ai?— Tiramos o máximo de neve que conseguimos da frente e eu tentei bater na porta, só que a Emily avisou que isso era perigoso pois ainda estávamos ao pé da montanha, aquilo poderia causar uma avalanche então decidi arrombar a porta de vez e torcer para o barulho não ser tão alto.

Tive que bater ali no mínimo umas cinco vezes para a porta ceder, quando finalmente consegui abri-la, meu ombro estava destruído. Entramos rápido e Emily fechou a porta, respirando aliviado.

Era um chalé bem simples e pequeno, tinha um tapete antigo no chão perto de uma lareira e ao lado dela tinha um pouco de lenha, um sofá laranja estava encostado na parede de trás, só que ele estava quebrado, com todas as madeiras soltas e tinha algumas almofadas velhas em cima dele. Lá no fundo acho que era uma cozinha, mas não tinha nada, só uma pia e um armário no canto que ia até o teto do chalé.

Eu e Emily decidimos fechar a porta com o sofá, por que eu tinha quebrado o cadeado quando entramos e a nevasca estava forte demais.

— A-acho que v-vamos ficar a-aqui essa n-noite né? – Emily perguntou ainda tremendo.

— Uhum... Temos q-que dar um je-jeito de a-acender isso. – Apontei para a lareira. – Se n-não vamos c-congelar.

— T-temos que ver as co-coisas que t-temos, pode t-ter algo útil p-para acender a-ai.

Fomos até a “cozinha” e eu virei todo o conteúdo das nossas mochilas em cima da pia.

— S-seis barrinhas de c-cereal, duas g-garrafas de água, a câmera e seu c-celular.

— N-não ajuda m-muito.

— Por a-aqui tem q-que ter a-algo mais útil.

Resolvi abrir aquele armário, a parte do meio estava vazia mas encima tinham alguns cobertores e uma muda de roupas, que consistia em uma camisa de flanela xadrez grande e uma calça de moletom.

— A-acho que seria b-bom trocarmos de r-roupa mesmo. – Emily disse apontando nossas roupas molhadas.

— Certo. An, v-você fica c-com a parte de c-cima e eu c-com a de b-baixo ok? – Sugeri e ela assentiu vermelha.

Entreguei tudo a ela que pôs em cima da pia, voltando a olhar o armário comigo, na parte de baixo eu achei uma pasta com alguns papéis e um kit de primeiros socorros, o abri e dentro tinha, além dos remédios e curativos, um sinalizador e uma caixinha de fósforos. A peguei e mostrei sorrindo para a Emily.

— P-por favor, a-acenda aquela l-lareira. – Ela me implorou.

— Com t-todo prazer. C-continua olhando as coisas que t-temos.

Peguei um pouco da lenha e arrumei na lareira, me ajoelhando ali e abrindo a caixinha de fósforos, no começo eu não consegui acender direito e ficava sempre apagando depois de alguns segundos, mas depois da terceira tentativa frustrada eu finalmente consegui acender, aos poucos o fogo foi aumentando e eu sorri vitorioso.

— Consegui... – Me virei para ela ficando estático. – Ah...

Emily tinha tirado toda a roupa pesada e molhada de neve a colocando na pia, ficando apenas com um sutiã e uma calcinha brancos e apesar de ser simples e até fofo eu só consegui pensar em como ela estava sexy, toda arrepiada e tremendo levemente pelo frio.

— É... Eu... Eu re-resolvi m-me trocar... – Ela tentou dizer abaixando a cabeça.

— Ah claro, me d-desculpa. – Me virei sorrindo por ela estar toda corada e adorável.

— Não, pode... Pode olhar. – Me voltei lentamente de volta para ela e a encarei. – Não é como se v-você nunca tivesse me v-visto assim né?

Claro que eu já havia visto ela assim, ela dormia muito na minha casa e às vezes eu acabava vendo ela trocar de roupa, mas os olhares que eu dava para ela naquela época eram muito mais inocentes que os que eu estava dando agora.

Ela sorriu tímida e amarrou o cabelo em um coque, depois pegou a blusa de flanela e a colocou fechando cada botão bem devagar e eu acompanhava cada mínimo movimento daquele anjo na minha frente.

Assim que Emily acabou de se vestir ela soltou o cabelo e veio até mim sorrindo, me abraçou e me deu um selinho.

— Você é m-mesmo meu h-herói! – Ela disse sorrindo e olhando a lareira.

Apertei a cintura dela a puxando para mais perto de mim.

— Não Zack! Você está t-todo molhado! Se troca primeiro. – Ela riu.

— Tá bom. – Dei mais um selinho nela antes de me afastar.

Tal como ela fez eu tirei as roupas, ficando só de cueca, e as pus em um lugar para secar por que teríamos que usá-las amanhã. Coloquei a calça moletom e olhei para a Emily que eu percebi que também ficou me encarando, mas ela se virou rápido quando eu a olhei, me fazendo sorrir.

Voltei para lá e vi que ela tinha puxado o tapete para mais próximo da lareira e colocou todas as almofadas e cobertores ali para a gente, mas eu percebi que ainda seria pouco quando eu a puxei para deitar comigo e ela ainda estava tremendo.

— Calma, agora eu vou te esquentar. – Disse dando um beijo nela.

Ficamos um tempo abraçados, apenas observando as chamas da lareira quando a barriga dela roncou.

— Hum, com fome? – Perguntei sorrindo.

— Sim, muita.

Fui até a pia e peguei as barrinhas de cereal e a água, dividimos e comemos, então voltamos a deitar e ela encostou a cabeça no meu ombro só que dessa vez foi num ponto que doeu e eu resmunguei.

— Tudo bem? O que aconteceu? – Ela me olhou preocupada.

— Tudo ótimo, só foi por conta da força que eu usei na porta.

— E por que você não me falou antes?

Emily foi até o armário e voltou com o kit de primeiros socorros, se ajoelhando na minha frente e pegando uma pomada para contusões.

— Posso? – Assenti e ela passou aquilo no meu ombro me fazendo arrepiar por estar gelado e resmungar pela dor. – Calma, amanhã já deve estar um pouco melhor.

— Você podia dar um beijinho para sarar sabe. – Disse fazendo biquinho e ela riu se aproximando e dando um beijinho no meu ombro.

Só que ela não parou como eu achei que faria, ela continuou me beijando, cada vez mais para cima, até chegar no meu pescoço e eu me arrepiei, agora por outro motivo.

Segurei a cintura dela a puxando para mais próximo de mim e a incentivei a continuar me beijando o quanto quisesse. Emily as vezes me mordia para logo em seguida beijar bem de leve o local me fazendo revirar os olhos enquanto ela repetia de novo e de novo.

Ela sentou no meu colo abraçando meu pescoço e eu aproveitei para beija-la de uma vez, não conseguindo mais me conter, puxei a cintura dela descendo minha mão só para apertar sua bunda a fazendo suspirar na minha boca.

— Hum... Safado...

— Você ainda não viu nada. – Eu sorri a deitando no meio das almofadas sem parar de beija-la, senti suas unhas na minha nuca, se infiltrando no meu cabelo do jeito que eu amava.

Desci minha boca para o pescoço dela com minhas mãos inquietas no seu corpo e percebi que com todo nosso movimento a blusa dela acabou subindo até a barriga, deixei minha mão ali enquanto eu chupava em baixo da orelha dela e o gemidinho que eu ouvi foi o combustível para mim continuar.

Minha mão subiu bem devagar, até eu encontrar aquele tecido de renda que era o sutiã dela, mordi meu lábio a olhando, ela estava com a boca entreaberta meio ofegante, com os olhos escuros e nublados e puta que pariu acho que eu nunca tive uma visão tão linda assim.

A beijei, apertando o seio dela sem muita força, o que a fez suspirar meu nome no meio do beijo.

— Zack eu... – Sorri fazendo de novo e dessa vez ela gemeu mais alto me puxando para mais perto.

Ela arranhou minhas costas, fazendo minha pele queimar de um jeito muito bom, apesar de todo o frio lá fora.

Me afastei um pouco, dessa vez descendo a mão pela perna dela, a segurando e colocando em volta da minha cintura, me apertando contra a dela, e o contato, mesmo por cima das roupas, nos fez gemer ainda mais.

Comecei a desabotoar a blusa dela devagar, só que parei quando ela travou de repente e se encolheu nos meus braços.

— Emily, tudo bem? – Perguntei me afastando.

— Sim, S-sim tudo bem. – Olhei para ela sem acreditar muito e ela suspirou. – Eu... Eu só... Tenho medo Zack. – Ela admitiu desviando o olhar.

— Medo? Medo de que? De mim?

— Não. De... Fazer algo errado sabe? Eu... E-eu sou virgem. – Ela me encarou receosa e eu apenas sorri me deitando ao lado dela e a puxando para os meus braços. – E-eu não sei direito o que fazer Zack...

— Posso te contar um segredinho? – Perguntei olhando nos olhos dela.

— Hum, pode.

— Eu também sou virgem. – Sorri mais quando ela arregalou os olhos.

— O que? Mas e você e a Crystal? Eu jurava que vocês...

— A gente só se beijava, só isso Emily, ela tentava avançar, mas eu nunca quis. – Dei de ombros e a apertei mais. – Olha, isso pode parecer muito “mulherzinha”, para algumas pessoas, mas eu quero que seja especial, não que seja só sexo, acho que é influencia de ter sido criado só por uma mulher. – Eu ri e ela também. – Eu te amo Emily. E sei que aqui não é um lugar muito romântico, então se não quiser tudo bem, eu espero o tempo que for.

Eu acho que o fato dela saber que isso é tão novo para mim quanto é para ela a deixou mais calma, por que eu posso dizer que fiquei mais calmo.

Emily se virou para mim sorrindo meiga, ela puxou meu rosto e me beijou.

— Eu te amo. E quero fazer isso. Você é o amor da minha vida Zack. E vai ser perfeito, só por ser com você, o lugar não importa.

Olhei cada parte do rosto dela com desejo e amor, e continuaria olhando, gravando cada sarda na mente, se ela não tivesse me puxado pelo colar com o E que eu ainda usava. Voltei a beija-la lentamente, afinal, tínhamos a noite inteira só para nós...



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