Emily
Acordei as 5:30 da manhã naquela sexta-feira, o céu estava nublado e caia uma chuva leve, os primeiros sinais do inverno estavam aparecendo mas só começaria a nevar mesmo em dezembro, sorte que nas montanhas é frio o bastante para já estar nevando.
— Arg, por que tão cedo senhor? – Disse me arrastando para fora da cama. – Tenho certeza que as montanhas ainda vão estar lá de tarde.
Me levantei na maior preguiça do mundo, tomei o banho mais demorado do mundo e me arrumei parecendo um bicho preguiça em câmera lenta. Olhei as horas e eram 6:25, é para estar na escola as 7:00, para sairmos 7:30, tranquilo.
Coloquei uma roupa que consistia em uma calça bem grossa mas que ficava justa em mim, uma blusa e um casaco enorme por cima, coloquei um cachecol e estava pronta e bem quentinha, por que se já estava frio aqui, imagina em vermont.
Peguei minha mala que já estava arrumada, meu celular e desci, encontrando um lindo moreno no sofá ao lado do meu pai. Zack tremia e gaguejava, acho que meu pai o estava assustando.
— Pai! Para de amedrontar meu namorado. – Disse indo até os dois.
— Só estamos batendo um papinho de homem, não é não Zack? – Ele o encarou e o Zack engoliu em seco.
— S-sim... Sim, claro que sim, p-papo de homem. – Peguei na mão do Zack e o levei para a cozinha comigo, olhando feio para o papai. – Obrigado, seu pai nunca me deu tanto medo.
— Percebi, você estava todo trêmulo lá com ele. – Ri enquanto pegava algumas torradas e passava geleia de morango, sentei na mesa e dei uma mordida enorme numa delas em seguida.
Olhei para o Zack e ele me encarava com um sorrisinho bobo.
— O que foi? – Perguntei arqueando uma sobrancelha.
— Minha namorada é muito gata, meu Deus. – Ele me puxou para perto e me abraçou beijando meu pescoço.
Sorri, adorando aquilo, até que ele deu uma mordida na minha torrada!
— Ei! Seu falso, mentiroso! – Comecei a dar tapas nele que só ria, ele segurou minha mão e me deu um selinho.
— Desculpa, mas eu estou com fome ok. E eu não menti, você tá muito linda de toquinha. Uma gracinha.
— Uma gracinha?
— Uhum, só você que não vê como é uma pequena coisinha. Principalmente quando fica brava. – Ele apertou minha cintura voltando a ficar perto. – Você franze o nariz e fica com uma ruguinha aqui.
Ele beijou minha testa. Só para saber eu fiz minha pior cara brava para ele, que me lançou um sorriso de tirar o fôlego.
Zack me beijou, mas eu o afastei quando ouvi minha mãe se aproximando, ela só nos olhou rindo e foi pegar algo no armário.
— Me larga Zack eu to comendo. – Resmunguei sorrindo.
— Ui chata, já que é assim, eu vou pegar suas coisas para por no carro tá? – Disse roubando outra torrada do meu prato e se levantando.
— Tá. – Assim que ele saiu a mamãe me chamou.
— Filha, você pegou tudinho mesmo né?
— Sim mãe. – Disse terminando de comer.
— Não quer levar mais nenhum casaquinho não?
— Mãe, eu já peguei quatro. – Avisei a ela sorrindo. – Pode deixar, eu vou ficar bem e não vou esquecer nada.
— Principalmente dos remédios em. – Ela me olhou sugestivamente me fazendo corar.
— Claro, já estão na mala. – Eu tinha começado a tomar anticoncepcional a uns três dias, eu particularmente acho desnecessário, afinal vamos ser supervisionados 24 horas por dia lá, as chances de realmente fazermos alguma coisa são mínimas.
— Você está doente Emy? – Zack entrou na cozinha me olhando confuso. – É que eu ouvi você falar de uns remédios.
— O que? Ah n-não, sabe como a mamãe é preocupada né, ela me fez pegar umas... Aspirinas sabe, para o caso da minha gripe voltar. – Tentei disfarçar e a mamãe balançou a cabeça como se concordasse com o que eu disse.
— Pois é Zack, você sabe como a saúde da Emily é frágil, não quero nenhum imprevisto depois dessa viagem. – Ela disse dando ênfase em imprevisto.
Alguém abre um buraco para eu me jogar dentro por favor.
— An tudo bem, vim chamar você por que já são 6:50, temos que ir se quisermos chegar a tempo.
— Claro, vamos.
Fui com ele até a porta onde dei um abraço na mamãe e no papai.
— Tchau mãe, tchau pai.
— Boa viagem amor. – Meu pai disse.
— Tchau sogrinha, Tchau sog... Sr J-jones. – Zack corrigiu percebendo o olhar do meu pai para ele. Minha mãe riu e o abraçou.
— Cuide bem dela Zack por favor. – Pediu minha mãe.
— Claro que cuido. – Ele me abraçou pela cintura.
— Mas não precisa cuidar tão bem assim, entendeu? – Meu pai rosnou e o Zack tirou as mãos de mim.
— Deixe de ser cabeça dura querido, vão logo antes que vocês se atrasem. Tchau!
Entramos no carro e eu acenei para eles enquanto saíamos.
Quando chegamos na escola todos já estavam lá fora, perto de dois ônibus verdes que nos levariam até Vermont. Leah estava fazendo cosplay de zumbi abraçada no Ross e Nath ao contrário dela, parecia que tinha tomado energético por que não parava quieta e o Elliot só ria dela.
— ELES CHEGARAM! – Ela gritou animada sacudindo a Leah assim que nos aproximamos.
— E aí gente. – Cumprimentamos eles.
— Muito bem jovens! – Sr Logan, professor de geografia chamou a atenção de todo mundo. – Vamos dividir as turmas! Ficou combinado que dois professores iam com cada turma então o segundo ano vai ir com o treinador Boring e a srta Grace no ônibus 1! – Que droga, justo o treinador, mas pelo menos a professora de artes compensava por que ela era bem legal. – O terceiro ano vai comigo e a sra Michel no ônibus 2!
O treinador assoprou naquele apito infernal dele e toda nossa turma se juntou ao lado do ônibus.
— OK JOVENS, VAMOS ORGANIZAR ISSO! EVAN NADA DE GRACINHAS! O MESMO SERVE PARA VOCÊ SR LINCOLN! – Ross mandou um beijo para ele e passou o braço pelos ombros da Leah.
— Vou fazer a chamada meus girassóis reluzentes, assim que eu disser seu nome, deixe suas malinhas no bagageiro e escolha um lugar para sentar. – Srta Grace disse com toda sua calma e paz, ela era meio hippie.
— SEM ENROLAÇÃO OUVIRAM!
— Essa viagem vai ser ótima com esses dois tomando conta da gente em. – Ross riu.
Srta Grace foi chamando todo mundo. Quando chamaram meu nome eu guardei minhas coisas e subi no ônibus indo para o fundão, Elliot já estava lá dentro e eu me sentei na frente dele, esperei o Zack entrar e vir do meu lado mas como ele era o último da chamada alguém veio primeiro.
— Oi Emily! – Sarah me abraçou como se fossemos amigas a anos. – Nossa essa viagem vai ser demais em!
— Sarah, por que você sentou aqui? Por que não vai com suas amigas? – Falei olhando as duas que estavam sentadas um pouco a nossa frente rindo e nos olhando às vezes.
— Ah é que a Crystal me obri... Quer dizer eu quis. Sim eu que quis por que... Você sentou no melhor lugar do ônibus e eu e elas somos em três e o banco é só para duas pessoas se você não sabe.
Zack entrou, olhando a Sarah com um ponto de interrogação na cara, dei de ombros e ele acabou se sentando com o Evan do outro lado.
— MUITO BEM, TODOS PRONTOS? – Treinador disse e todo mundo gritou animado. – OK, OK, PODEMOS IR! Odeio meu emprego. – Ele resmungou mais baixo sentando lá na frente ao lado da sra Grace.
— Uhul! – Nath exclamou assim que o ônibus partiu e eu me ajoelhei no banco para encará-la.
— Tudo bem ai? – Perguntei.
— Não. – Ela disse dando um sorriso enorme em seguida. – EU TÔ MUITO ANIMADA!
— Amiga calma, a gente ainda tem umas cinco horas de viagem pela frente. – Expliquei rindo.
— O QUE? – O sorriso dela morreu imediatamente.
— É Nath, você acha que vermont fica pertinho? São quase 400 km.
— NÃOOOOO! Por que raios a gente não foi de avião? – Ela disse indignada.
— Acho que a escola não tinha dinheiro suficiente para isso Nath. Calma, já já, a gente chega. Você nem vai ver a hora passar meu amor. – Elliot disse abraçando ela e a consolando.
— Vai gente, vamos animar isso aqui! – Evan gritou.
— Evan! São 7:30 da manhã! Ninguém tem o direito de ficar animado tão cedo! Não dá para gente se animar as 15:00 da tarde não? – Leah disse de volta brava e praticamente deitando em cima do Ross, ela tinha um sério problema em acordar cedo.
— Vai, só uma musiquinha. – Esse cara ta com fogo no cu, só pode. – A lorena roubou pão na casa do João, a Lorena roubou pão na casa do João...
Depois de quase uma hora do Evan cantando no ouvido de todo mundo o treinador começou a se irritar e a gritar (mais), e perseguir o Evan no ônibus enquanto ele ainda cantava e puxava os outros para cantarem com ele, até que ele se trancou no banheiro e morreu (não custa sonhar).
Metade do caminho todo mundo parou para comer algo e quando voltamos o Zack me puxou para sentar ao lado dele, Sarah nos olhou, revirou os olhos e se sentou com o Evan que roncava alto encostado na janela, aí o ônibus saiu e todo mundo resolveu seguir o exemplo do Evan e dormir.
Deitei a cabeça no ombro do Zack me sentindo sonolenta, ele me abraçou e sem perceber eu apaguei.
Quando acordei já tínhamos chegado.
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When we fell in love...
Teen FictionEu sempre fui apaixonada por ele. Desde criança, desde que ele me protegeu naquele primeiro dia de aula. Só tem um problema, a partir daquele dia Zack me trata como uma gatinha indefesa, pequenininha e que precisa de ajuda para tudo, e não me leve a...