Emily
Dia da final, e também da surpresa do Ross.
Você deve estar pensando, estava um dia lindo, sol brilhando, nenhuma nuvem no céu, passarinhos cantando... Mas não.
Acordei com um trovão e com a chuva batendo na minha janela, estava caindo a maior tempestade e o google disse que provavelmente ficaria daquele jeito o dia inteiro.
Me arrumei colocando uma roupa quentinha, porque, além de estar caindo o mundo lá fora, também estava frio e mandei mensagem para o Noah avisando a hora que sairíamos, ele respondeu dizendo que ia levar a Ella já que as sessões de fotos dela foram canceladas, por causa da chuva. Sinceramente, achei melhor assim, pelo menos Zack vai ver que eu e o Noah não temos nada.
Quando ouvi a buzina, corri para fora e entrei no carro que, por sorte, estava com a capota levantada.
— Oi gente. – Disse tentando, em vão, me secar dos pingos que me atingiram mesmo com o guarda-chuva, e não foram poucos.
— Oi, e essa chuva em? Será que vai dar algum problema no jogo? – Noah perguntou saindo com o carro.
— Não sei, mas espero que não, ou é capaz do Ross ter um surto. – Dei uma leve risada.
Quando chegamos a escola, vimos Nath e Ross nos esperando na entrada de trás do ginásio. Corremos até lá, deixei Noah e Ella nas arquibancadas e fomos para a salinha de onde controlam o som do jogo, que ainda estava vazia.
— Então Emily, o carinha que controla o som disse que vai nos ajudar, quando der o intervalo no meio do jogo, ele vai te deixar entrar e você põe o cd tá? Só não esquece de checar se tá tudo certo lá em baixo antes de dar play na música. – Nath explicou e eu assenti. – Enquanto isso eu vou pegar um dos microfones e entregar ao Ross, ai o resto é com você maninho.
— Tudo bem. – Ele suspirou nervoso mas deu um sorriso em seguida. – Essa é a coisa mais doida que eu já fiz na vida, mas eu não poderia estar mais ansioso para fazer.
— Te entendemos. – Sorrimos tentando encorajá-lo.
— Emily, você pode fazer algo para mim? – Ele pediu.
— Sim, o que?
— Quando for levar a Leah lá para baixo, entrega isso para ela? – Ele me estendeu um papel dobrado. – Aí está contando sobre a chantagem, para o caso de mesmo com a música e a declaração ela não acreditar em mim.
— Claro que entrego Ross, mas tudo vai dar certo.
Ele avisou que também precisava pedir algo ao Noah e ir por o uniforme então saiu correndo, Nath e eu ficamos lá mais um pouco revisando tudo e vendo onde cada um ia ficar, quando vimos que só faltava 10 minutos para o início do jogo saímos apressadas e nos sentamos junto do Noah e da Ella, que por sorte guardaram nossos lugares, já que a arquibancada estava lotada de gente. Leah tinha acabado de chegar e estava emburrada, Nath disse que ela quase não queria vir, mas ela conseguiu convencê-la não sei como.
— Eu nunca fui a um jogo de basquete. – Ella comentou batendo palmas. – Parece tão empolgante!
— Iupi! – Leah disse sarcástica fazendo eu e Nath rirmos da chatice dela. Ah se ela soubesse.
Passaram-se mais alguns minutos e o locutor disse que o jogo estava prestes a começar.
Não vou mentir, eu estava empolgada e nervosa, essa final é super importante para os meninos, e também para a escola, e para o treinador, que não faz um time vencer uma final a uns seis anos, pelo que me falaram. Então os meninos devem estar uma pilha de nervos. Quando olhei na direção da entrada, vi o Zack passar indo aos vestiários e me olhar rapidamente.
— Eu... já volto. – Me levantei e fui atrás dele o encontrando no corredor vazio. – Zack!
Ele ficou parado alguns segundos depois se virou e me olhou, abrindo um sorriso fraco em seguida.
— Oi.
— Oi... E-eu, eu queria te desejar boa sorte, sei como esse jogo é importante para você e eu tenho absoluta certeza de que você vai ser o melhor. – Eu estava estranha, estava desconfortável e nervosa em falar com o Zack, como se... Tivesse algo errado entre a gente, de algum jeito. Foi uma sensação muito ruim.
— Obrigada Emily. – Ele coçou a cabeça nervoso e ficou vermelho.
— An... N-não vai mais inventar nenhum apelidinho? – Disse me aproximando. – Eu... Eu gosto sabia? Apesar de me irritar eu acho engraçado e, e até um pouquinho fofo.
— Sério? É que eu achei que... Esquece... Claro que continuo sendo o mestre dos apelidos, meio metro, minha meio metro. – O sorriso dele aumentou e ele piscou pra mim.
Ri de volta e sem ele esperar corri até ele o abraçando apertado, ele não esperou um segundo parar me apertar me tirando levemente do chão, senti ele encaixar a cabeça no meu pescoço sem se afastar. Zack nunca se afasta, ele sempre espera eu me afastar primeiro. E eu não estava com a mínima vontade de fazer isso.
— Que saudade eu estava dos seus braços. – Acho que acabei falando mais alto do que imaginei, por que ele deu uma risada baixinha contra minha pele.
— Que saudade eu estava de você nos meus braços. – Levantei a cabeça, o fazendo me olhar e sorrindo para ele que suspirou. – Emily não dá...
E sem eu nem perceber, ele puxou minha cintura e me beijou.
Ele não se moveu e nem eu, acho que fiquei com medo de estar sonhando de novo. Foi um selinho, tá foi bem mais profundo e demorado que um selinho, mas ainda assim, ele só encostou a boca na minha, e apesar disso, significou o mundo para mim, pena que acabou cedo demais, com ele me soltando e correndo para o vestiário. Eu ainda fiquei um bom tempo paralisada no corredor tentando entender o que aconteceu.
— Emily? Está tudo bem? – Noah me perguntou quando voltei ao meu lugar.
— Eu... – Fui interrompida pelo locutor anunciando a entrada do nosso time.
— SENHORAS E SENHORES NOSSO TIME DA CASA, OS BEARS!
O time entrou rasgando uma faixa gigante e todo mundo gritou e aplaudiu. Eu porém, só consegui encarar o garoto de olhos azuis que também não tirava os olhos de mim.
— Vai Emily, mais animação! – Noah disse rindo do meu lado e começou a me cutucar me fazendo cosquinha.
— Noah! Para caramba! – Tirei as mãos dele de mim e voltei a olhar o Zack que nos olhava com a cara fechada aí se voltou para o treinador que gritava algo. Ótimo.
— E OS ADVERSÁRIOS, OS VIKINGS DA PACIFIC ACADEMY!
O lado deles também gritou e aplaudiu e Noah tentou fazer uma vaia mas ficou com medo dos garotos que o encararam.
O time deles era um dos melhores do estado, eles não perdiam a anos e tinham verdadeiras caras de psicopatas, mas nosso time é incrível, é claro que eles vão ganhar.
O jogo começou bem tenso, a defesa deles era boa e não deixava nosso time se aproximar para marcar algum ponto, mas a nossa era ótima também, ou seja, o jogo ficou zero a zero um bom tempo. Ross passou para o Elliot, que jogou por cima da cabeça de um loiro e quase acertou a cesta, mas o loiro tirou a bola antes.
— CALMA AMOR! VOCÊ CONSEGUE NA PRÓXIMA, EU ACREDITO EM VOCÊ! – Nath gritou e Elliot fez um coraçãozinho com as mãos para ela. – Ele não é um fofo?
Mas alguns minutos e nada de ponto nenhum, até que deu o intervalo e eu e Nath nos entreolhamos, depois fizemos sinal para o Ross que assentiu.
— Leah, vem aqui comigo. – A puxei.
A levei para a parte de baixo da arquibancada e a sentei num lugar que já tínhamos reservado para ela.
— Por que eu tenho que ficar aqui? – Ela perguntou franzindo as sobrancelhas.
— Eu não posso te contar agora, mas daqui uns cinco minutos você vai descobrir.
— Ah não, você também? Já não basta a Nath toda estranha de manhã me obrigando a vir?
— Leah é importante, eu tenho certeza absoluta que você vai amar. – Peguei o bilhete que o Ross tinha me dado e entreguei a ela. – Leia isso se caso você não se convencer e vai entender tudo melhor, por enquanto, só aproveite o show. Eu tenho que ir.
— Show?
Mas eu já tinha corrido, fui até a cabine de som e entreguei o cd ao garoto alí ele o pós no som e ligou as caixas em volta do ginásio, agora era só esperar Ross me dar o sinal.
O vi no meio da quadra e cruzei os dedos.
— Agora é com você Ross. – Disse ligando a música.
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When we fell in love...
JugendliteraturEu sempre fui apaixonada por ele. Desde criança, desde que ele me protegeu naquele primeiro dia de aula. Só tem um problema, a partir daquele dia Zack me trata como uma gatinha indefesa, pequenininha e que precisa de ajuda para tudo, e não me leve a...