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Octávia se levantou rapidamente e olhou o relógio, eram 9h da manhã, se sentou e esfregou o rosto com as mãos, apesar de relaxada, temia que Alex tivesse escutado algo. Se levantou e viu que ela estava sentada tomando café, percebeu que a pequena encarou seu corpo e sorriu internamente.

— O café está pronto, sente-se tenente. — Disse ela sem tirar os olhos de Octávia.

— Octávia se sentou e a olhou pensativa.

— Eu te acordei durante a noite? — Perguntou enfim, mas logo tentou corrigir. — Às vezes falo dormindo.

— Não... não ouvi nada.

Alex corou por um momento ao lembrar que espiou por alguns minutos Octávia dormindo, olhou suas curvas e algumas cicatrizes curiosas que ela tinha em sua perna esquerda.

— Eu amo o seu café, o máximo que consigo é preparar um péssimo café solúvel. — Disse Octávia com sinceridade.

— Se quiser eu te ensino. — Respondeu paciente.

— Prefiro tomar o seu. — A tenente percebeu que estava falando demais e se compôs, não podia transparecer interesse.

Após a segunda xícara a tenente olhou para Alex admirando-a, nessa altura do campeonato, os olhares entre elas já diziam muito mais do que as palavras, e mesmo que ambas tentassem fugir do que estavam sentindo, uma hora não poderiam mais esconder.

— Alex... eu estive pensando. Por que não tenta ir para outro lugar? Onde você está não é muito seguro, não tem moradores ao lado, as casas estão à venda. Seria melhor se você fosse para um apartamento.

— Não gosto de apartamento. — Disse afastando a possibilidade.

— Um condomínio residencial então. Só acho que você precisa sair daqui. Eu estou a trabalho e posso ter que viajar a qualquer momento, a gente sabe que você está correndo riscos.

— Eu vou pensar. — Concluiu pensativa.

— Eu vou falar com uma amiga que é corretora, ela pode ajudar.

Alexia sabia que Octávia tinha toda razão, não se sentia segura em sua própria casa, o que era péssimo. Sozinha pôs-se a pensar na possibilidade e viu que era o mais sensato a fazer e não podia ficar dependendo da tenente, aproveitou o horário da manhã de segunda-feira e agendou uma visita para vistoria da residência. No horário combinado chegaram dois avalistas, conversaram um pouco com Alex e ficaram de retornar em breve.

Alguns dias se passaram, e por sorte não lhe aconteceu nada, o que a deixava bem tranquila já que Octávia teria viajado para auxiliar em uma investigação em uma cidade vizinha, por esse motivo, Alex se sentia completamente sozinha.

Ela estava com os pés na mesa de centro descansando após o almoço quando ouviu batidas leves na porta antes da tenente entrar. Octávia sentia tanta saudades da Alex que não conseguiu nem mesmo ir para casa depois de retornar da viagem que fizera a trabalho. Tinha que ver Alex antes de qualquer coisa.

— Olá, como foi de viagem? — Perguntou Alex feliz ao vê-la.

Octávia abraçou-a, beijando levemente sua bochecha, adorava sentir o contato de seus lábios com a pele da pequena. Percebeu que Alex deu uma leve engordada ficando ainda mais linda.

— Cansativo, mas em paz.

Octávia jamais entraria em detalhes de que quase foi baleada, apesar das dores que sentia do tiro de raspão em seu ombro. Ela já estava acostumada a isso, como uma artesã que fura com frequência os dedos com agulhas finas.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora