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Octávia estava sozinha em sua sala após resolver algumas burocracias e se encostou na cadeira, pegou o celular e digitou o número da Anne que pegou na agenda de sua avó. Anne acordou assustada com o celular vibrando, passou a madrugada toda apenas cochilando algumas vezes, olhou o visor e atendeu.

— Alô.

— Anne, sou eu, Octávia. — Anne se sentiu trêmula não só por toda situação, mas porque tinha se apaixonado por ela.

— Bom dia, Octávia. Por favor, eu preciso muito falar com você.

— Me mande sua localização.

— Está bem.

Anne enviou a localização e foi para o banho, sentia-se destruída por estar noites e noites praticamente em claro, após terminar o banho e se vestir, alguém bateu na porta.

— Quem é?

— Serviço de quarto 176, seu café da manhã senhora.

Anne respirou fundo, pediu que qualquer funcionário do hotel ao procurá-la informasse essa "senha" com a desculpa de que seu ex marido inconformado com a separação, estava procurando-a. O funcionário serviu o café e se retirou, um momento depois o telefone interno tocou e Anne foi atender, era Octávia.

Octávia entrou devidamente fardada e olhou para Anne que estava um pouco mais magra do que se lembrava da última vez que se encontraram. Anne ao vê-la abraçou fortemente, Octávia correspondeu o abraço que parecia muito mais um pedido de socorro do que algo sentimental.

— O que faz aqui? Sei que esteve me procurando.

— Octávia, sente-se, tome café comigo.

Octávia se sentou e serviu um pouco de café em uma xícara branca de porcelana, encarou Anne querendo que ela iniciasse o assunto de uma vez.

— Eu sei que você é casada Octávia, e de verdade a última coisa que queria era estar aqui podendo te causar qualquer problema possível com sua esposa.

— Pode ir direto ao ponto.

— Nem sei como começar... em primeiríssimo lugar eu quero pedir perdão, eu fui enganada... logo quando você me procurou pedindo emprego eu fiquei em dúvida porque você não tinha documentos, e todo aquele assunto parecia suspeito pra ser verdade, hoje em dia não podemos confiar em ninguém... Um rapaz chamado Bruno entrou no café minutos depois de você, ele me disse que te conhecia, e disse que você morava em uma cidade distante dali, e que estava envolvida com tráfico de drogas na fronteira, mas que gostava de sua família e não poderia te ajudar porque precisava se afastar para que você não se prejudicasse, ele pediu para que eu lhe desse uma chance, uma oportunidade de mudar, e que talvez você mudaria... ele me ofereceu dinheiro, mas eu obviamente não aceitei, eu fiquei pensativa sobre, até que acabei me apaixonando... e decidi arriscar.

— Como assim? Essa história não faz muito sentido.

— Octávia... uma semana depois que você foi embora ele apareceu no café com o rosto machucado, e tentou me agredir, ele disse que sabia que eu colaborei com um tal de Bruce para que você voltasse, desde então, a cafeteria foi assaltada três vezes, e em cada vez uma pessoa encapuzada deixou um bilhete.

— Bilhete?

— Me ameaçando de todas as formas, a mim e a minha família.

Octávia bateu na mesa e se levantou, ligou para o Bruce e ficou esperando que ele atendesse.

— Coronel...

— Bruce, certifique-se que Bruno está preso, vou visita-lo.

— Como quiser.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora