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Alex passou dois dias viajando, e estava agora mais tranquila, a viagem lhe fez bem suficiente para tomar algumas decisões, sairia dali, aceitaria trocar sia casa pelo apartamento, e sentiria-se mais segura. Octávia chegou e a abraçou como de costume, era a primeira vez que estavam se vendo depois do sumiço repentino da Alex. Pode sentir o quanto Alex estava melhor, e como se a viagem lhe fizera bem.

— Pensei sobre... quer café?

— Sim, prossiga. — Alex encheu uma xícara e a entregou.

— Vou aceitar a troca.

— Ótimo, vou ligar para a Veronica.

Alex tomou um gole do café e a observou, como podia ter tanta seriedade e charme em uma só pessoa? Seus lábios mexiam com uma sensualidade capaz de despertar os mais lascivos sentimentos.

— Ela vai ligar para o proprietário e ver se ele ainda tem interesse.

— Está bem.

— Mas me diz, por que decidiu viajar do nada? Fiquei preocupada... pensei que tinha acontecido algo.

— Estava nervosa, ansiosa, precisava me acalmar, colocar a cabeça no lugar. São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Octávia olhou para Alex e a observou, seu celular tocou e ela atendeu.

— Ah, ótimo. Vou falar com ela.

— Boas notícias, vai dar certo. — Disse Octávia com um sorriso.

— Que bom.

— Ela vai me mandar a documentação necessária por e-mail.

Octávia logo foi embora, precisava tirar um cochilo antes de mais um plantão habitual. Alexia encaminhou a documentação necessária e começou a arrumar aos poucos sua mudança, sentia que estava fazendo a escolha certa. Sentia-se presa aquela casa por ter vivido ali com seus pais, mas sabia que era o melhor a se fazer diante de toda a situação.

A noite estava exausta, sentou-se na varanda e fumou um cigarro, lembrou-se da tenente, e da amizade que elas construíram no decorrer dos dias. Mas o que não saía de sua cabeça foi o dia em que por pouco, não pulou daquele penhasco. Se lembrava claramente da semelhança da Octávia com a mulher que a salvou, poderia jurar que era Octávia sem dúvida alguma.

Será que Octávia era um anjo da guarda? Será que ela não é real? Sentiu-se frustrada com essas questões, não queria nem imaginar a possibilidade de ter feito amizade com alguém do além. Pensou em tocar no assunto com a tenente, mas não queria parecer louca, mesmo que sentisse que foi real, que não foi nenhuma alucinação.

Octávia ao chegar em casa percebeu algo estranho, o tapete de entrada estava milimetricamente fora do lugar. Ela era virginiana perfeccionista ao extremo, sabia exatamente quando algo não estava como ela deixou. Carregou sua arma e deu a volta em sua residência, abriu a porta e entrou, havia uma folha branca em forma de bilhete.

"Tenente, Octávia.
Cuide-se, assassina... você está na minha lista"

Inteligente como era, não tinha dúvidas que o bilhete era da mesma pessoa que tentou matar Alex algumas vezes, mas diferentemente dela, sabia se defender, não se intimidou nenhum pouco, ao contrário, amassou o papel jogando-o no lixo, abriu uma cerveja gelada e tomou com prazer.

Alexia estava em uma rua escura e via Octávia sentada em uma poltrona, ela sorriu e se aproximou, iria surpreendê-la.

— Por favor, ajude-a. — Ouviu uma voz parecida com a da que a salvou de pular do penhasco.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora