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Octávia chegou em casa e Alexia estava esperando sentada na varanda com uma camisola rendada azul claro e fumando um cigarro. Alex ouviu a porta e colocou um pouco mais de vinho tinto em uma taça bebendo em seguida.

— Brenda já dormiu? — Perguntou Octávia aparecendo na porta.

— Sim, e Trice?

— Estava com Bruce, tinha esquecido o celular no carro dele.

Alexia balançou a cabeça em concordância e esticou as pernas confortavelmente no parapeito da varanda, soltou em seguida a fumaça para cima apagando o cigarro em um cinzeiro de vidro e encarou sua esposa que estava ali parada e em pé.

— Quem é Anne, Octávia? — Octávia encarou Alexia e se sentou tomando um pouco do vinho da Alex.

— Eu já disse Alexia, quando morava com dona Rosa eu trabalhava com ela.

— Vocês tiveram algo?

Octávia arrumou os cabelos longos e negros em um coque alto se encostando na cadeira e observando Alexia milagrosamente com ciúmes.

— Sim... mas eu não me lembrava de nada, não sabia do meu passado, ao contrário de você que já estava morando com Sabine.

— Você está sendo injusta Octávia... eu não tinha como adivinhar que você estivesse viva.

— Não vamos chegar a lugar algum com esse assunto...

Alexia ficou em silêncio e Octávia entrou se trancando no banheiro, após ouvir um choro no quarto de Brenda, Alex percebeu que ela tinha acordado e estava um pouco enjoada e com febre, embalou-a em seus braços e fechou os olhos pensativa na poltrona confortável do quarto sua filha.

Octávia tinha acabado de se arrumar confortavelmente para dormir quando seu celular tocou na mesa de cabeceira, era da base.

— Tenente, eu não ligaria se não fosse urgente, preciso que venha para a base, precisamos que assine alguns papéis...

— Eu estive aí até pouco tempo, não tinha hora melhor para isso?

— Desculpe, apenas estou cumprindo ordens. — Disse a policial constrangida ao ouvir a voz de sua superior.

Octávia desligou a ligação e voltou a vestir-se com seu fardamento escuro, penteou os cabelos longos e negros cobrindo as olheiras da noite mal dormida com um pouco de base, usou seu perfume habitual e foi até o quarto em que Alexia estava.

— Alex, vou precisar ir a base.

— Você acabou de chegar de lá Octávia.

— Não demoro. — Octávia beijou Alex e saiu rapidamente.

Alexia começou naquele momento ter uma possível desconfiança de sua esposa, seria coincidência demais, no mesmo dia em que a garota a procurou, Octávia sair no fim da noite para base? Isso dificilmente acontecia.

Octávia estacionou e achou estranho o silêncio ali, os oficiais não estavam em seus postos de trabalho onde deveriam, carregou sua arma temendo que tudo não passasse de uma armadilha, entrou acendendo as luzes e subindo com cautela, acendeu a luz de sua sala e foi abordada por uma surpresa de seus companheiros.

— Porra... vocês quase me matam galera. — Disse Octávia repreendendo-os.

— Queremos te parabenizar por dois fatos tenente. — Disse seu superior saindo de trás de algumas pessoas. — Exatamente hoje você completa 13 anos na corporação, temos muito prazer em trabalhar esse tempo todo com você.

Todos aplaudiram deixando Octávia sem reação, nunca foi muito adepta a demonstrações de afeto, ainda mais por parte de sua equipe.

— E segunda coisa e mais importante, é que você ainda não foi promovida como prometido em sua última operação.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora