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Brenna olhou Alex e sentiu em seu peito o mesmo aperto de quando estavam juntas naquela tarde em que sua filha fora levada cruelmente de seus braços, lembrava perfeitamente de quando se apaixonaram, um amor tão sublime que jamais poderia ser esquecido.

Brenna se lembrava com perfeição de tudo o que viveu ao lado da Alex, era um amor correspondido porém proibido. Alex havia se casado com Octávia, mas se apaixonado por sua irmã Brenna, ambos eram homens naquela passagem. Lembrava-se que naquela encarnação Octávia era um homem imaturo e imprudente, que negligenciava o casamento que tinha, tendo varias amantes e não aceitando o pedido de Alexia que desejava se divorciar. E foi naquele momento em que uma amizade tornou-se amor, Alexia sentia o coração bater mais forte sempre que encontrava seu cunhado e quando deu por si, estava apaixonada por Brenna cometendo o deslize do adultério, o que resultou em uma gestação.

A gestação foi algo que Alexia não conseguiu esconder por muito tempo, assim como sua infidelidade, e quando a pequena bebê nasceu, Octávia sequestrou a criança tirando de seus braços o fruto do amor entre elas, apenas com a intenção de machuca-lá.

Foram momentos difíceis, a bebê jamais foi recuperada, e Alexia jamais perdoou Octávia pelo que teria feito a elas. Mas tudo na vida tem um propósito, e Octávia que fez Alexia tanto sofrer, hoje era apaixonada e faria qualquer coisa para vê-la feliz.

Brenna passou seus últimos dias na terra cuidando de crianças em situação de rua, não entendia que sua alma precisava resgatar o amor que jamais pode dar a sua filha. E Octávia, jamais poderia entender que tudo o que estava passando, era um acerto de contas. Mas Alexia nunca foi abandonada por Brenna, as promessas de amor eterno que fizeram naquela época ainda eram tão fortes quanto no dia em que foram feitas, Brenna cuidava com tanto carinho e amor, que sempre fez tudo o que pode para auxilia-la. Como um verdadeiro anjo da guarda.

Sim, foi Brenna que colocou Octávia no caminho da Alexia por intuição no dia em que Rafael queria matá-la, foi Brenna que levou Amanda até o restaurante naquele dia, entregando a Alexia, a filha que elas tiveram há tantos anos atrás. Não existem coincidências, tudo é destino ou acerto de contas.

Como justificar uma família em que três irmãos criados da mesma forma, com o mesmo amor e as mesmas oportunidades acaba com um deles se desviando do caminho do bem? Ora, não é possível que uma mãe tenha falhado na criação de apenas um dos filhos.

Acontece que nossa vida é guiada apenas por nossas escolhas, temos o livre arbítrio, podemos evoluir, ou estagnar, mas nunca regredimos, se estamos aqui é por algum motivo, e seja eles quais forem, é necessário que estejamos de peito aberto para nos adaptarmos a constante evolução.

Era como uma gigantesca teia de aranha, todas as almas ali estavam entrelaçadas, todas, sem nenhuma exceção.

Brenda podia ver Brenna com tranquilidade, crianças e animais são tão puros que não tem nenhuma dificuldade em se comunicarem entre si. Brenna cuidava e tranquilizava a todo momento sua filha ali, o que fez com que Brenda em momento nenhum se desesperasse.

Trice estava ao lado da Alexia quando Bruce apareceu com a pequena nos braços, Alexia e Amanda correram para abraçá-la, estavam emocionadas.

— Aonde Octávia está? — Perguntou Trice nervosa.

Bruce estava exausto, se sentou no sofá e passou a mão no rosto, Octávia apareceu emocionada, tinha escapado milagrosamente de ser atingida por um tiro quando a arma do Bruno falhou, atirando em seguida nele.

Bruce tinha ido embora, não teve como acompanhar Anne que foi hospitalizada, foi torturada por Bruno e estava machucada, física e psicologicamente, e teria que se submeter a alguns interrogatórios.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora