Alexia acordou durante a madrugada e olhou Sabine dormindo ao seu lado, olhou para o teto e suspirou, não amava Sabine, mas Octávia não estava mais ali, e ela sabia que nenhum recomeço seria fácil. Se levantou e foi até o quarto ver Brenda dormir como fazia todas as noites, se sentou na poltrona e chorou baixinho por saudades da Octávia, e talvez por ter naquele momento sentimento de culpa, mesmo sem saber que Octávia estava viva.
— Está tudo bem? — Sabine perguntou parada na porta usando uma camiseta da Alexia.
Alex se levantou e abraçou Sabine, sabia que ela não tinha culpa e devia ser no mínimo sincera com ela.
— Não tem sido fácil para mim. — Confessou olhando para os olhos da morena.
— Eu sei, eu entendo perfeitamente Alex.
— Eu ainda amo a Octávia, mesmo sabendo que ela não está mais aqui, eu queria me conformar e seguir em frente, mas não consigo.
— Não se culpe pelo que sente.
Sabine a beijou no pescoço com carinho, entrelaçou seus braços no pescoço da Alexia e sorriu.
— Está com fome, quer que eu prepare algo?
— Não, quero que você venha para cama. — Respondeu Sabine puxando-a.
Ambas se deitaram abraçadas em silêncio. Sabine sabia exatamente o que Alexia estava sentindo, e jamais iria pressiona-la, teria paciência e se dedicaria para compreendê-la.
Eduardo acordou pela manhã e foi preparar o café, não demorou muito e Trice apareceu se encostando no balcão da cozinha.
— Bom dia. — Trice beijou Eduardo no rosto.
— Como está?
— Enjoada. E Manu?
— Uma fera, você deve imaginar.
— Eu não tive culpa, e muito menos esperava aquela reação, não sei o que deu naquela criatura.
O silêncio se instalou na cozinha, Eduardo ficou pensativo enquanto preparava ovos mexidos como Trice e Manu adorava.
— Tome o suco, vai se sentir melhor.
Beatrice tomou o suco e percebeu Manu se aproximar. Elas não se olharam, Trice por vergonha, e Manuela por estar ainda magoada. Ela passou por Trice e beijou os lábios do Edu, como se não tivesse mais ninguém ali. Eduardo encarou as mulheres adultas agindo feito crianças e as observou por um momento.
— Precisamos conversar, não acham?
— Não. — Respondeu Manu.
— Mas vamos... — Respondeu Eduardo de forma mais autoritária do que o habitual.
Mesmo sem querer, Manuela ouviu a versão da Beatrice em silêncio, Eduardo parou para observá-las.
— Acho que já esclarecemos as coisas, agora se sentem e vamos tomar café. — Disse ele procurando algum vestígio de paz naquele lugar.
Trice estava completamente enjoada, o álcool da noite anterior ainda parecia estar impregnado em sua garganta.
— Os ovos estão estragados. — Disse Trice colocando o garfo do lado e afastando o prato.
Manu olhou para ela pela primeira vez desde que acordou.
— Excesso de álcool. — Respondeu irônica.
Trice se irritou e saiu da cozinha, entrou no quarto e foi diretamente para o banheiro, estava enjoada, seu estômago revirava só de pensar nos ovos que experimentou.
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Meu anjo da guarda
SpiritualA vida da Alexia, uma mulher forte de 29 anos tornou-se um verdadeiro inferno desde que decidiu se separar do seu marido abusivo Rafael. Mas o que ela não podia imaginar, era que a mulher que a salvou, no dia em que ela pensou que morreria nas mãos...