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Bruce acordou bem cedo e tomou um banho indo caminhar, estava decidido a ir nos hospitais e delegacias da cidade, sabia que se Octávia estava viva e não apareceu em todo esse tempo, é porque algo de extrema gravidade teria acontecido. Com uma intuição extremamente forte, e sendo guiado por Brenna apenas instintivamente, sentiu um cheiro agradável de café fresco e bolo saindo do forno, avistou uma cafeteria e seguiu até lá, estava faminto. Ele se sentou e aguardou até que alguém fosse lhe atender. Anne beijou Octávia nos lábios pressionando-a contra a parede e sorriu.

— Tem cliente. — Disse dando uma leve mordida no lábio da tenente.

— Volto já.

Octávia pegou a pequena prancheta para anotar o pedido e se aproximou da mesa. Bruce levantou o olhar e encarou-a, se sentiu nervoso por um momento.

— Meu Deus, Octávia. — Disse se levantando de uma vez.

Octávia estava confusa, não se lembrava dele, como também não se lembrava de exatamente nada de seu passado. Bruce sem medir as consequências abraçou a tenente forte, deixando-a quase sem ar e ganhando em seguida um soco na boca.

— Desculpa, por favor, desculpa. — Disse Octávia vendo que passou dos limites.

— O que está acontecendo aqui? — Perguntou Anne ao ver que Octávia praticamente agrediu aquele homem.

— Está tudo bem, não se preocupe, ela sempre foi carinhosa assim. — Justificou Bruce limpando resquícios de sangue.

— Me desculpe mais uma vez. — Disse Octávia sem jeito.

Bruce olhou para as mulheres ali e ficou se perguntando o porquê de Octávia não ter ido embora.

— Octávia, podemos conversar? É importante.

— Desculpe senhor, não te conheço e estou no meu horário de trabalho.

— Converse com ele, Octávia. Não tem problema. Pode ser importante. — Disse Anne contrariando suas vontades.

Anne apesar de se sentir insegura agora, não podia impedir que procurassem Octávia, sabia que ela merecia saber sobre seu passado, e que algum dia ela teria sua memória de volta. Octávia pegou uma xícara de café após servir o homem que não fazia ideia de quem era, olhou para os olhos dele, mas mesmo assim não se lembrava de nada.

— Não posso demorar.

— Octávia, você perdeu a memória, é isso? Já faz quase um ano desde que tudo aconteceu.

— Quem é você?

— Meu nome é Bruce, nós trabalhávamos juntos.

— Que tipo de trabalho? — Questionou apreensiva.

— Você é tenente, a melhor tenente que eu já conheci, estávamos resolvendo uma importante operação e você desapareceu na mata, acredito que estava ferida.

— Um tiro... — Ela pensou na marca que estava cravada em sua coxa.

— Se lembra? — Questionou com interesse.

— Não, quando acordei estava no hospital, tinha sido baleada na coxa. Desde então, vivo com uma senhora que me encontrou e me ajudou.

— Sua família toda acredita que você está morta, preciso que volte comigo.

Octávia olhou para ele e balançou a cabeça negativamente.

— Eu não vou a lugar nenhum, não importa o meu passado, se eu não me lembro, é porque não preciso lembrar.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora