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Manu se sentia mal, como se tivesse falhado como esposa e mulher do Eduardo, ele sempre foi louco por crianças e ela nunca quis tê-los. Se sentia inútil por depois de tantos anos de casados nunca ter realizado o sonho de seu esposo, e agora, Trice teria toda atenção para ela.

O sentimento naquele momento era muito mais confuso, Manuela amava Eduardo e amava Beatrice, apesar de tudo, tinha consciência que foi apenas um acidente, e que Trice jamais teria engravidado propositalmente. Mas não podia deixar de se contorcer de ciúmes por saber que agora, Eduardo podia vê-la com outros olhos, assim como Trice, sabia que os laços entre eles iriam mudar, tomar outros rumos, e se sentia de certa forma excluída. Sentiu-se ainda pior quando descobriu da gravidez da Beatrice antes mesmo que ela tivesse confirmado.

— Manu... o que foi isso? — Perguntou Edu entrando no quarto com sua calma de sempre. Ele sempre tentava apaziguar os ânimos por ali.

— Não foi nada. — Disse ela emburrada.

— Como nada? Está chateada comigo? Com Beatrice? — Insistiu.

— Eu só quero ficar sozinha, só isso.

Eduardo abraçou-a e Manu desabou em seus braços, em um choro sentido com um certo medo de tudo o que estaria por vir. Ela odiava as vezes ser tão transparente, queria saber como disfarçar melhor os seus sentimentos.

— Por que está chorando? A gravidez da Trice não muda nada da a nossa relação. — Disse entendendo um pouco os medos de sua esposa.

— Como não muda? É óbvio que muda. — Ela secou as lágrimas e o encarou.

— Não, claro que não Manu. Você acha que vamos te deixar de lado? Não acredito que está com ciúmes do bebê.

Manu secou as lágrimas e encarou Eduardo que estava bem preocupado com a situação. Era tudo tão delicado naquele momento, que ele precisava pisar em ovos pra não machucar ninguém.

— Você tem noção de como deve estar sendo pior para Trice? Pensou em algum momento nela? Por que acha que ela não foi sincera assim que descobriu? Não dá pra ser egoísta agora Manu. Ela não fez isso sozinha!

— Eu tenho o direito de não estar comemorando a notícia. Não tenho?

— Sim, obviamente que sim. Mas a atitude não é muito inteligente, já que sua atitude só vai afastá-la de nós, nem preciso dizer quem mais sofreu quando Trice quis de afastar.

Manu se sentiu errada por todos os sentimentos que mesmo sem querer, a massacravam naquele momento. Escondeu o rosto entre as mãos se sentindo mais do que idiota.

— Estávamos sujeitos a isso o tempo todo, não adianta fingir que a possibilidade não existia. Manu, a Trice não precisa ser julgada, ela precisa do nosso apoio, não acha que ela já tem preocupações demais agora?

— Você tem razão, me desculpa. — Disse se sentindo mal com toda a situação.

— Não é a mim que você deve desculpas. Tente controlar seus impulsos. — Reforçou ele acariciando seu rosto.

Eduardo abraçou e beijou Manu com carinho, se sentia agora em um verdadeiro campo de guerra, apaziguando ambos os lados. Quando chegaram na sala perceberam que Trice não estava mais lá, Eduardo e Manu ligaram varias vezes até Beatrice desligar o celular.

Alexia estava acordada e terminando seu segundo cigarro quando ouviu batidas na porta, era Trice com os olhos vermelhos.

— Entre, o que foi? O que aconteceu? — Ela perguntou vendo-a nervosa.

— Desculpe vir a essa hora, mas se eu fosse para casa eles me achariam, e se eu fosse pra casa da Octávia ela ia surtar. — Tentou se justificar.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora