12

8.1K 694 364
                                    

"É muito bom poder ter certeza de que a vida continua após a morte, de que os que partiram deste mundo estão vivendo em outras dimensões do universo, com os mesmos sentimentos que tinham aqui, interessando-se em nos proteger, ajudar e provar que eles estão mais vivos do que nunca."
ZIBIA GASPARETTO.

O desespero tomava conta da Octávia no dia 57 em que Alex permanecia em coma, apesar de não ter tido nenhuma outra convulsão ou parada cardiorrespiratória, Alex não respondia mais aos estímulos, estava há dias praticamente no estado vegetativo.

— Fique calma, Octávia. O caso não é tão simples.

— Ela não responde, Beatrice.

— Vai responder, tenha fé. Você precisa acreditar.

— Acreditar? Acreditar em que? Acreditar que tem um homem todo poderoso nos céus sentado anotando quem deve viver e quem deve morrer? Estou grandinha pra acreditar em fantasias.

— Ser negativa também não vai ajudar.

— É indiferente, Trice. A fé nunca me ajudou em nada. Só acredito no que vejo.

Octávia saiu batendo a porta do quarto sentindo-se derrotada. Beatrice se aproximou da Alex e tocou suas mãos frias.

— Não ligue para ela, ela só tem medo de te perder... não vamos desistir de você.

Brenna estava ali, o tempo todo, sabia que o estado da Alex se agravava, abraçou sua irmã Beatrice antes de sair dali. Beatrice sentiu uma paz e sorriu, podia sentir muitas vezes a mesma calma em meio à tempestade que sua irmã lhe transmitia quando estavam juntas.

Brenna olhou para Alex dormindo profundamente, tratou de acorda-lá e a observou.

— Brenna.

— Precisamos conversar, Alexia.

Alex se sentia tão fraca que mal podia se sentar, não entendia como tinha piorado tanto, temia que sua passagem fosse antes que ela esperava, temia não voltar a ver Octávia novamente.

— Novamente por aqui...

Já era rotineiro Octávia beber a qualquer hora do dia, sentia-se inútil e destruída com a certeza de que Alexia não sobreviveria.

— Pois é. — Respondeu amarga.

A garota ruiva se sentou ao lado dela acariciando suas pernas, Octávia estava usando sua habitual farda preta.

— Não dei permissão para que me toque.

— Claro, desculpa tenente.

Mesmo que quisesse, Octávia não tinha o menor clima para nada, sentia que a vida estava sendo injusta com ela.

— Por que estou tão fraca?

— Está passando o tempo, Alexia.

— O que faço? Preciso voltar.

— Você está aqui por um motivo, na verdade, tudo tem um motivo para acontecer. Você precisa encontrar sozinha a solução.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora