Meu anjo da guarda

4

A tenente não demorou a se arrumar, carregou sua arma e foi correndo para a base. No caminho até lá, julgou-se internamente por quase ter cedido aos seus desejos internos de beijar Alex, não podia deixar que isso acontecesse.

Alex arrumou tudo e foi para o banho, sentiu-se estranha ao lembrar dos olhares da tenente para ela, de alguma forma, sabia que seus olhares eram de desejo, mas não sabia lidar com isso. Viu um número não conhecido ligando para ela, olhou por um momento e atendeu rapidamente.

— Oi, quem é? — Perguntou pensativa.

— Alex, tudo bem? Sou eu, Gustavo. Está em casa?

Ela se quer lembrava de ter dado seu telefone a ele, mas estava decidida a se envolver com alguém, mesmo que seus desejos obscuros não quisessem isso.

— Estou sim, pode vir.

Ele desligou empolgado, queria vê-la novamente. Ela foi até a cozinha e encheu seu copo de whisky, precisava relaxar.

Gustavo chegou e tocou a campainha, ela abriu e ele lhe entregou um pequeno ramalhete, Alex sorriu e o abraçou. Ele percorreu seu corpo com os olhos, sentia uma atração gigantesca por aquela mulher.

Alexia na verdade só queria ter um orgasmo, se aproximou e o beijou, ele puxou-a pela cintura subindo sua blusa e apertando seus mamilos, Alex fechou os olhos e se deixou levar, sentiu a língua quente do homem passear em círculos nos seus mamilos e pensou em Octávia, sentiu-se estranha com aquele pensamento, imaginou a tenente com os lábios macios roçando levemente sua pele e soltou um gemido alto, abriu os olhos imediatamente, não podia fantasiar a tenente sexualmente, devorou os lábios do Gustavo como se pudesse apagar seus pensamentos mais inoportunos e tirou a roupa ficando nua, necessitava dele preenchendo-a, como se aos poucos começasse a tomar consciência dos seus desejos ocultos pela Octávia.

Depois do sexo, Alex se sentia frustrada, deu um jeito de despistar Gustavo para ficar sozinha, tomou um banho e se deitou apenas de camiseta e calcinha. Não conseguia entender o que ocorrera há instantes atrás, por que diabos ela pensou em Octávia? Apenas por Octávia ter encarado seus mamilos? Não conseguia entender o que estava acontecendo com sua mente e seu corpo.

E se a tenente a beijasse? O que ela faria? Sentiu uma fisgada em seu útero como resposta ao seu pensamento, como podia se excitar por aquela mulher? Não que Octávia não fosse atraente, ela era ao extremo, mas não conseguia administrar seu desejo por uma mulher. Ela balançou a cabeça frustrada imaginando que tudo isso era fruto da admiração pela tenente, não podia confundir as coisas. Ela sentia carinho apenas porque aquela mulher salvou sua vida, jamais poderia confundir os sentimentos e destruir as chances de uma possível amizade.

Alex ouviu um barulho e se levantou imediatamente, olhou pela fresta da janela e viu um homem estranho tentando entrar, com o coração quase saindo pela boca e o corpo trêmulo, discou o número da tenente. Octávia não atendeu, Alex imaginou que ela estivesse ocupada. Respirou com nervosismo e ligou para a polícia, informou a quem atendeu em quase um sussurro que tinha uma pessoa tentando invadir sua casa.

Os barulhos eram cada vez mais altos, ele estava cerrando a grade para entrar, Alex tremia e chorava, sabia que não estavam ali para assalta-la, ela sabia exatamente a mando de quem, e para que.

Já fazia mais de vinte minutos que aguardava uma viatura, Alex tentou ligar novamente, mas deixou o celular cair no chão ao perceber que tinha alguém na casa, correu para o banheiro e trancou-se, tremia com a cabeça no meio das pernas, ouviu alguém mexendo na maçaneta e se apavorou.

— Está com medinho, vadia? Acha que não vou conseguir abrir a porta?

Ela ouviu a porta sendo forçada e soltou um grito de desespero, ouviu um tiro e abaixou a cabeça apavorada. A porta foi arrombada e alguém entrou, ela não queria ver. Alguém se abaixou ficando na mesma altura do que ela, Alex sentiu dedos frios tocarem seus braços com carinho, olhou e se deparou com os olhos frios da tenente.