Meu anjo da guarda

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Quem consegue mensurar a dor da alma de alguém depressivo? Quem pode entender como é estar doente, mas não ter nenhum remédio eficiente para tal doença? As vezes quem desiste de viver, na verdade grita silenciosamente com todas as forças por ajuda, mas na maioria das vezes a ajuda não vem.

— Amanda... meu Deus.

Sabine se viu desesperada ao encontrar Amanda ensangüentada e com os pulsos feridos, enrolou lençóis apertando e estancando o sangue antes de colocá-la nos braços e correr para o hospital.

— A paciente vai passar por uma transfusão, ela perdeu muito sangue. — Disse o médico se aproximando.

Algumas horas depois e Sabine pôde entrar para ver Amanda. Amanda estava dormindo e com os lábios pálidos, Sabine sentiu-se culpada em pensar que Amanda poderia estar por trás do sumiço da Brenda. Algum tempo depois Amanda acordou, estava se sentindo fraca e envergonhada.

— Me desculpe.

— Você não precisa me pedir desculpas, você precisa cuidar de você. Como se sente?

— Melhor do que eu mereço.

Amanda olhou para os olhos gentis e preocupados da Sabine, sabia que o que estava fazendo não prejudicava apenas a ela, mas quem estava a sua volta.

— Desculpa... eu sei que você fez de tudo para me ajudar, mas o melhor é que eu vá embora.

— E aonde você vai? Aonde quer que você esteja os problemas vão estar também, o que precisa é encara-los.

— Eu não mereço você Sabine. Peço que me deixe sozinha, não quero ser um peso pra você.

— Eu não vou fazer isso.

Sabine abraçou Amanda carinhosamente e a beijou.

— Eu não vou te deixar sozinha... não agora que precisa de mim.

Amanda estava em casa após ser liberada pelo hospital, após jantarem. Sabine estava na cozinha quando o seu celular recebeu uma notificação na cama, ao lado da Amanda que olhou com curiosidade.

"Sabine, por favor, se souber algo sobre a Brenda me avise, estou desesperada"

Amanda se levantou pegando o celular e mostrou pra Sabine que ficou tensa ao vê-lá.

— O que está acontecendo? Aonde Brenda está?

— Amanda, volte para a cama.

— Eu preciso saber... se não me falar eu vou ligar para Alexia.

— A Brenda desapareceu.

— Como? Como assim desapareceu? Como uma criança de quase três anos desaparece?

Amanda estava fraca, mas foi até o quarto se arrumar.

— Aonde pensa que vai?

— Vou procurar Brenda.

— Você precisa de repouso, já tem uma equipe fazendo isso.

— Ninguém vai me impedir de sair daqui.

Naquele momento, o instinto materno falou mais alto, e mesmo que Amanda não fosse capaz de amar Brenda como gostaria, sentia a necessidade de ter sua filha em segurança.

Alexia estava sentada no sofá ao lado da Trice quando viu Amanda entrar ao lado da Sabine. Amanda olhou para os olhos desesperados da Alexia e naquele momento toda e qualquer rivalidade que ambas tinham desapareceu, Amanda abraçou-a e choraram emocionando todas a sua volta.