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Alguns dias depois, Octávia estava decidida a voltar, não sabia o que encontraria a sua espera, a única coisa que tinha certeza, é de que precisava ir. Octávia estava de frente para Anne no fim do expediente, encarou a morena e sorriu entristecida.

— Não queria que fosse uma despedida.

Anne tentou se acalmar, desde que soube que Octávia era casada não voltaram a se encontrar.

— Está tudo bem. — Mentiu, sentia naquele momento uma grande melancolia.

Octávia abraçou-a fortemente e Anne chorou, beijou-a nos lábios em um momento de desespero.

— Não vá, por favor Octávia. — Pediu com a voz embargada.

— Desculpa, por favor Anne. — Octávia se sentia mal em fazê-la chorar.

Anne a observou com os olhos marejados e o coração batendo descompassado, se sentia inútil por ter se apaixonado por Octávia em tão pouco tempo. Bruce olhou para Octávia saindo do café e sorriu.

— O que você faz para que todas as mulheres se apaixonem por você?

— Nem me fale, não foi fácil deixar Anne magoada aqui, apesar de não amá-la, eu tinha um grande carinho por ela.

— Octávia, eu não quero ser pessimista, mas você precisa estar preparada para tudo.

— Como assim?

— Faz muito tempo que você sumiu, ninguém imagina que você pode voltar a qualquer momento. Sua esposa pode estar refazendo a vida dela.

Octávia parou de andar e encarou os olhos do homem, sabia que era possível, e não sabia como iria reagir. Mas se não se lembrava de sua esposa, as coisas talvez seriam mais fáceis.

— Vamos vó, não podemos nos atrasar.

— Estava rezando minha filha, já pensou o avião despencar?

— Não cai não dona Rosa, é mais seguro do que andar de carro. — Disse Bruce.

Alexia acordou pela manhã e olhou para fora, o dia estava lindo e quente, beijou Sabine acordando-a.

— Vou levar Brenda para a piscina, você vem?

— Sim. Deixe só eu mandar alguns emails.

— Vou preparar o café então.

Bruce conseguiu acessar os arquivos da corporação, era hacker, pegou o endereço da Octávia e as levou até lá, chamou um chaveiro e entraram.

— Eu morava aqui? — Perguntou Octávia colocando as malas no quarto.

— Segundo os arquivos, você morava aqui antes de se casar, após o casamento o endereço é outro.

— Vó, sinta-se em casa, eu vou sair com Bruce. Não demoro.

— Está bem.

Octávia estava nervosa de uma forma que não sabia muito bem definir, era como se seu coração já estivesse se preparando para o que iria vir a seguir.

— Quer que eu vá com você? — Perguntou Bruce parado na frente do apartamento da Alexia.

— Pode me esperar aqui? Prometo não demorar.

— Está bem. Boa sorte.

Octávia desceu do carro e olhou para a guarita e logo abriram o portão para ela. E agradeceu por não barrarem-a.

— Bom dia dona Beatrice. — Disse o porteiro.

— Bom dia. — Respondeu e seguiu rapidamente.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora