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"Tudo que é seu encontrará uma maneira de chegar até você."
CHICO XAVIER.

Já completava nesse momento 98 dias em coma, com poucas evoluções, a previsão para que Alexia abrisse os olhos era cada vez mais incerto. Alexia após despedir-se de Brenna não pode mais vê-la, nem mesmo conseguiu sentir novamente seu corpo, caiu em uma vasta escuridão, como se fosse um sono profundo, não se movia, não ouvia ou sentia mais nada, absolutamente nada.

— A saúde dela está em perfeitas condições, mesmo por todo esse tempo vivendo em um quarto de hospital. O coma é algo curioso, ela pode acordar em 10 minutos, ou em meses, é algo que não temos como adivinhar ou subestimar. — Disse Manuela olhando para as irmãs juntas.

— Você acha que ela sente fome? Dor? Acha que ela escuta o que a gente fala? — Perguntou Octávia com curiosidade.

— Há muitos relatos de pacientes que voltam do coma, alguns relatam não lembrar absolutamente nada, outros relatam uma espécie de estadia em outro plano... não existem estudos que comprovem nada a cerca desse assunto com precisão... se me dão licença, preciso ir.

— Claro, bom dia. — Respondeu Octávia.

Beatrice olhou Manuela saindo do quarto e suspirou, sentia-se inútil por ter se interessado por uma mulher casada. Após a primeira transa, Beatrice evitou-a de todas as formas possíveis. Manu consequentemente estava a cada dia mais interessada por Trice, e mesmo não tendo esperanças, não tinha a intenção de desistir.

— Não ficaram mais? — Octávia iniciou o assunto ao ver sua irmã encarando a porta fechada.

— Não.

— Acho que ela gosta de você.

— É muita modernidade para mim me relacionar nessas condições. Não consigo amar duas pessoas ao mesmo tempo, e acredito que ninguém possa amar assim, alguma parte da relação vai ficar de fora.

— Talvez não... é difícil opinar estando de fora.

Octávia se despediu de Trice e foi para a base, tinha muito trabalho acumulado para resolver antes das férias que se aproximavam. Ajustou sua farda, fez sua maquiagem habitual, prendeu os cabelos e saiu.

Trice olhou para o relógio, estava morrendo de fome, tinha se esquecido de almoçar enquanto organizava os conteúdos para as próximas aulas.

— Alex eu estou indo almoçar, não demoro. — Disse deixando Alexia sozinha.

Beatrice se sentou e olhou o cardápio, pediu uma massa com molho de tomate natural e manjericão, era vegetariana ou ao menos tentava. Degustou de um vinho enquanto seu prato não chegava e percebeu um homem se aproximar de sua mesa, sabia que já o viu em algum lugar, olhou cuidadosamente para não correr o risco de cometer uma gafe, mas logo percebeu que era o marido da Manuela.

— Beatrice, posso me sentar? — Pediu educadamente.

— Claro.

Beatrice pensou em recusar, mas era curiosa ao extremo, queria saber o que ele queria com ela ali.

— Aqui tem um vinho excelente, vou pedir para nós.

Meu anjo da guarda Onde histórias criam vida. Descubra agora