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Alexia estava sentada à beira de um lago extenso e tranquilo, jogando pedrinhas o mais longe que podia, ouvia o som de pássaros e sentia uma paz enorme ali.

— Octávia ama você.

Alex olhou para o lado e sorriu ao ver Brenna se sentar junto à ela.

— Não foi o que eu ouvi. Ela disse que amava Elisa.

— De fato... mas é algo que só cabe a ela a explicação.

Alexia olhou para o horizonte e suspirou, não sabia o que pensar.

— Por que eu consigo te ver? Por que você me salvou tantas vezes?

— Conexão de almas... além do mais, você é muito mais receptiva do que minhas irmãs. Trice não muito, mas Octávia não acredita em nada, mesmo que eu quisesse ela não conseguiria me ver.

— Obrigada por me ajudar.

— Você precisa conversar com Octávia, precisa se despedir dela.

— Despedir?

Alex sentia-se trêmula e com o coração apertado, sentou-se rapidamente na cama e respirou com dificuldade, olhou o relógio que apontava 3:56h da manhã, lembrou das palavras da Brenna, por que teria que se despedir da Octávia? Será que seu ex sogro conseguiria colocar um fim em sua vida? Será que ele faria algo contra Octávia?

Alex se levantou e escovou os dentes, olhou para as mãos cheias de cicatrizes escuras do fogo e sorriu entristecida, desde que decidiu acabar seu casamento com Rafael não teve mais um único dia de paz, e mesmo após a morte dele, temia por sua vida, agora não mais por ser agredida e sem forças de reagir, mas porque sabia que a qualquer momento poderiam conseguir o que queriam.

Ela pegou seu carro e saiu de casa, dirigiu até o apartamento da Octávia e desceu, porém, foi informada pelo porteiro do condomínio que Octávia ainda não tinha voltado para casa. Respirou pesadamente indo até a base, poderia ligar para a tenente, mas não era isso que queria, queria encontrá-la, saber que Octávia estava bem.

— Bom dia, eu preciso falar com a tenente Octávia.

Um homem de aproximadamente quarenta anos a olhou dos pés à cabeça, sentiu uma excitação doentia em estar diante de uma mulher charmosa a essa hora da madrugada. Alex por outro lado fingiu não perceber, queria somente saber se Octávia estava bem.

— Pode chamá-la? — Reforçou sem paciência.

O homem passou a língua nos lábios de forma asquerosa e ligou para a tenente, alguns minutos depois Octávia apareceu com sua farda escura, os cabelos presos em um coque charmoso e uma arma maior do que as que ela usava fora da base, olhou para Alexia sem entender o que ela fazia ali, às 4h e pouco da manhã.

— Alexia? O que faz aqui?

Sem pensar muito Alex se jogou nos braços da Octávia que tentou se manter firme, olhou em seus olhos visivelmente transtornada e a observou.

— Aqui não, Alexia. Me espere no carro, saio em 10 minutos.

Sentindo-se contrariada, a pequena entrou no carro e a esperou. Octávia terminou o que estava fazendo e foi até o carro da Alexia. Ela ligou o carro e dirigiu até um lago, desceu do carro e Octávia desceu em seguida sem entender.

Com o coração apertado Alexia abraçou forte a tenente, confiava planamente no que Brenna disse, sabia que algo aconteceria a elas e não restava dúvidas de que estava apaixonada por Octávia, mas não podia esperar o amanhã para dizer isso, tinha certeza como nunca, que o amanhã poderia não chegar.

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