Um tempo

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Tudo aconteceu rápido demais, uma hora eu estava beijando Henrique, na outra, Rafael estava me abraçando e dizendo que largaria tudo para ficar comigo: “A MULHER DELE.”.

Neste momento meu cérebro bugou, não fazia ideia de que o amava tanto até tê-lo novamente tão perto e, não tinha noção de que era correspondida até ouvir aquelas declarações.

Se ele sentia alguma coisa por mim, por que não voltou? Não tentou reestabelecer um contato?

Antes de ir embora ele sabia quase tudo sobre mim. O que fazia, onde me encontrar...

- Lu, você está bem? – Henrique pergunta.

- Sim. – respondo.

- Você está monótona desde que chegamos. Quer que eu vá embora?

- Não, você pode esperá-los aqui. Estou bem, eu juro.

- Eu queria pedir desculpas por beijá-la mais cedo. Não fazia ideia de que ele deixaria de ir ao almoço por isso. Nem sabia que estava nos observando.

- Não é sua culpa e foi eu quem o beijou. – digo sorrindo. Mesmo que meu coração seja de Rafael, não posso negar que sinto uma forte atração e carinho por Henrique. – Não me importo com o que Rafael vê ou pensa. – minto.

- Podemos repetir então? – ele retribui o sorriso e se aproxima do balcão onde estou encostada.

Sorrio ainda mais, pois ele transmite uma paz e conforto que eu não me lembro de ter sentido em todo decorrer da minha vida.

Não parece que vai embora a qualquer momento.

Quando ele chega perto eu descruzo os braços e apoio minhas mãos em seus ombros.

- Você é muito ansioso.

- Acha que eu não vou aproveitar cada espaço que me der? - diz arqueando uma das sobrancelhas.

- Aproveitar o quê? - faço biquinho.

- Desde aquele dia no consultório eu não paro de pensar em como é linda.

- Já faz dois anos. - meu sorriso aumenta.

- Você não tem ideia de quantas vezes fui dormir com a esperança de que me ligasse no dia seguinte.

- Aé?

- Por isso te dei meu cartão.

- Um cartão comercial que fica na recepção do consultório. – acaricio sua nuca e ele geme.

- Se você reparar, o cartão é diferente e tem meu celular. Meu cartão comercial não tem o número do meu celular.

- Pensei que você amasse salvar vida de crianças e não se importasse se os pais ligassem para o celular particular.

- Uma vez dei meu celular particular, virei uma babá, um vampiro. Não dormia, não comia, não conseguia ir ao banheiro sem receber mensagens irrelevantes. Hoje em dia eu só dou meu número quando a criança tem uma doença grave e eu posso auxiliar de alguma maneira, fora isso, só agendando um horário.

- Hum...Sua profissão é linda, mas eu quero saber mesmo é  o porque não me procurou.

- Porque você pareceu não ter se interessado por mim. Foi até rude em determinados momentos.

- Eu estava estressada, meu filho nunca tinha ficado doente de verdade. - me defendo.

- Por isso eu não levei para o coração.

- Obrigada.

- Quando você ligou há uma semana, quase eu tive um orgasmo. Praticamente corri pra cá. Não via a hora de reencontrá-la. - pigarreio. Ele parece se divertir com minha expressão.

- É mesmo? Parece que os homens fogem de mim, como um imã ao contrário

- Eu não sou ele, Luna. - diz taciturno.

- Desculpe. Não foi o que quis dizer.

- Tudo bem, desde que você me deixe aproximar, te levar para sair, te paparicar, entrar em sua vida, mesmo que seja aos poucos. – deixa um rastro de beijos em meu pescoço. - Eu não toco no nome dele. E nem a farei pensar nele com sugestões como essa.

- Sobre isso, precisamos conversar. Eu preciso pensar sobre tudo o que está acontecendo em minha vida e resolver com o Rafa coisas do passado. – ele para os beijos e me encara. - Não posso te dar uma resposta ainda. Acabamos de nos conhecer.

- Eu entendo isso e darei todo o tempo que precisar para pensar. Sempre estarei aqui. Foi a melhor semana que tive em muito tempo.

Quando Henrique está se aproximando para me beijar a porta da sala se escancara.

Meu filho e Rafael entram dando gargalhadas de algo que não faço ideia e param assim que nos veem abraçados.

Henrique se afasta o suficiente para ficar de frente para os rapazes e o semblante de Rafael se tensiona.

- Oi, mãe.

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