TOSS

Epílogo

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Noah

- Parabéns, pra você. Nessa data querida. Muitas felicidades. Muitos anos de vida. - o ciclo se repete mais de três vezes e novas músicas são inseridas na pequena comemoração.

Eu queria que meu aniversário fosse num lugar mais espaçoso, onde meus amigos pudessem estar presente, mas minha mãe achou melhor fazer algo mais íntimo. Depois de tudo que sofremos nos últimos dias e dada as circunstâncias de sua gravidez, acatei de prontidão. O que não vai me impedir de sair mais tarde com os garotos.

- Assopra, filho. - Pede mamãe ao meu lado. Do outro está vó Madalena tentando apagar minhas velas, acredito que ela deva pensar estar me fazendo algum favor.

- Seu pai ficaria orgulhoso de como tem se comportado. Está se transformando num homem. - Comenta vovó com orgulho.

- Estaria mais feliz se ele estivesse aqui, mas acho que posso conviver com isso. - respondo. - Não poderia ter tido uma festa melhor. - finalizo.

Minha pequena família está no quintal da nossa nova casa, depois que o Pediatra Louco nos atacou, não restou alternativa a não ser nos mudarmos para um local mais seguro. Dito isto, cá estamos. Numa excelente casa dentro de um condomínio seguro. Mamãe fez questão de trazer seus padrinhos, meus avós, para que morassem com a gente. Após muita barganha, eles aceitaram com a condição de fazermos um anexo.

- Chegou a hora de abrir os presentes. - diz tio Juan.

Meu estômago dá um salto e me sinto zonzo. Tenho que manter as aparências. Parecer forte. Não posso dar para traz. O maior presente que eu poderia ter seria meu pai aqui comigo e saber que ele não está nesse momento tão importante para mim, me corrói por dentro.

Sorrio para todos e abro seus respectivos presentes. Sempre fiz isso após minhas festas, mas somos poucos no evento e qualquer coisa que possa prolongar a confraternização será feita.

Há cerca de um ano atrás, meu pai caiu na minha vida de paraquedas. É claro que eu já sabia quem ele era, minha mãe sempre foi aberta em relação à isso, mas vê-lo, sair com ele, conversar com ele, brincar com ele, foi mais do que eu poderia imaginar. Esse preenchimento de um vazio que nem sabia sentir me arrebatou, me transformou e eu agradeço ao destino por isso.

- Filho, você está bem? - Pergunta tia Daí.

- Estou com saudades dele. - Confesso.

Nunca pensei que meu melhor amigo pudesse ser uma garota... Mas é. E é a tia Diana.

Ela se mostrou compreensiva, amorosa, sempre esteve presente para mim e para minha mãe em momentos difíceis. É um ser humano altruísta e dócil ao mesmo tempo. Como mamãe, a todo tempo sabe em que estou pensando, porém diferente dela, é sutil e pacifista.

Como Luna está grávida e com saudades de Rafa, me sinto meio que deixado de lado. Numa hora eu sou o centro das atenções e na outra, minha mãe tem que focar em seu bem estar e no bem estar do bebê enquanto papai, enfim, tia Diana está aqui agora e eu não consigo fingir com ela. Com ela eu posso ser qualquer coisa. Não preciso me manter forte o tempo inteiro.

- Eu sinto tanto a falta dele. - repito num sussurro e sinto seu braço sobre meu ombro. - É patético, eu sei, mas sinto tanto, tanto a falta dele.

- Não fique assim, meu chico, todos nós sentimos muitas saudades do seu pai. - Abro o presente e lamento não ser o último.

Tia Ana, tia Malu e tio Matheus se aproximam e me cumprimentam pela milésima vez só na data de hoje. Tento não revirar os olhos e agradeço pelo presente de ambos.