Casa de Praia

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Juan

Desde que saí da casa de Luna não consegui fazer nada, pensar em mais nada. A única mulher que poderia me ajudar a achar minha irmã não conhece direito porra do homem que a sequestrou.

Os policiais insistiram que minha presencia seria desnecessária e poderia até atrapalhar as buscas.

Como um irmão seria dispensável na merda da investigação?

Eu vi tudo. Aquele desgraçado levando-a de mim.

Não tinha uma porra de táxi na rua para segui-los. E fiquei de mãos atadas. Um estúpido.

- O que está fazendo aqui, Juan? Tenho mais o que fazer. - diz Ana fechando a ONG.

- Preciso da sua ajuda. Minha irmã foi sequestrada. - Digo angustiado, num único gancho.

- Nem vem com suas mentiras absurdas, tenho um encontro e ainda vou passar num salão de beleza. Você não vai me boicotar dessa vez.

- É sério, Ana. Por favor. - Ela consegue ver minh'alma através dos meus olhos. Sem que eu precise descrever o que estou sentindo e isso nunca foi tão vantajoso.

- Juan. Em que eu seria útil, pelo amor de Deus?

- Os detetives estão averiguando onde eles poderiam estar. Rafa e Luna estão acompanhando de perto toda a investigação, mas eu consigo sentir que cada segundo que passa, o sofrimento da Dai aumenta, gradativamente. - sussurro as palavras como se fossem loucuras infundadas.

- E como eu poderia ajudar? Eu seria inútil. - diz fazendo um coque no alto da cabeça e colocando a bolsa por sobre os ombros.

- Você poderia entrar no carro e me dar apoio moral enquanto eu faço coisas questionáveis para ajudar a encontrar minha irmã.

- O que você entende por questionável?

Enquanto Ana entra no carro eu explico todo o meu plano, contudo ela consegue se contrapor a 100% dele imediatamente.

- Não vou deixar você fazer isso. Nem pensar. - retruca balançando a cabeça desenfreadamente. - Liga para a polícia e explica a eles. - completa entredentes. - É a vida da sua irmã, Juan. Não consegue fazer a coisa certa e sensata nem quando o assunto é a vida da Diana?

- Não se trata de mim, Ana. Não tenho tempo para explicar nada a ninguém e nem espera-los tomar uma decisão. Fazerem outro plano. - Abro o porta luvas e retiro uma Taurus G2c de 9mm. Depois de uma viagem de três horas viajando, conseguimos encontrar o destino.

- Mas que porra é essa?

- É aqui.

- Você me disse o plano, mas não me disse como chegou à todas essas conclusões. - Eu estaciono o carro, Ana vira o corpo inteiro para mim e prende meu rosto entre suas mãos sedosas, cujo poder de calma me tranquiliza momentaneamente. - Para de tremer, meu amor, fica calmo. Eu estou aqui, tá legal. Só precisa me contar tudo. Detalhe por detalhe, pois quando eu chamar a polícia, não quero deixar furos no nosso depoimento. Ok? E cuidado com essa arma.

- Tá. - Cheiro suas mãos e prossigo. - Esse homem já foi casado. Há muito tempo atrás. Eu o vi numa festa que fui com uma das mulheres que ficava na época. Ele era um homem comum dentre todos os outros pertencentes aos casais que estavam nesse evento, mas a forma que ele olhava para a mulher e a sensação de pavor que emanava dela prenderam minha atenção por mais tempo. Eu, simplesmente deixei passar e isso me incomodou por dias. - tomo fôlego. - Eu deveria ter tomado uma atitude, então eu voltei na casa em que fora dada a festa e conversei com os organizadores. Utilizei todo o meu charme e um bolo de notas que estavam na minha carteira para descobrir se a mulher estava bem. - paro e olho ao redor.

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