Capítulo 1

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#Dafine#

Estava no fim da pregação, na reunião dos jovens que fazemos todos os sábados de manhã, olho para o fundo da igreja e vejo um rapaz com semblante triste entrar na igreja.

Hoje a palavra que Deus me direcionou a falar, foi sobre perdão. Devemos aprender a perdoar e amar as pessoas.

Gustavo o nosso lider, olha pra mim, logo entendo o que quer. Peço para os jovens orarem pelo rapaz que Gustavo está trazendo a frente. Agora estou reconhecendo o garoto que entrou cabisbaixo, é Ruan, um cara que se mudou para a minha rua.

Vou até ele toco em suas costas e começo a orar. Logo sinto sua dor e começo a chorar com ele. Os jovens se aproximam e nos ajudam a orar com mais fervor. Sinto que ele está sofrendo muito, peço que o Espírito Santo o console.

Quando terminamos a oração, Gustavo pede para que leve Ruan para uma sala mais reservada, é isso que faço.

- Ruan sou a Dafine, você está bem? Pergunto preocupada, ele chora muito.

- Agora estou melhor.

- Se quiser conversar pode contar comigo.

- Obrigado. Mais não quero falar sobre meus problemas.

- Esse é meu telefone se precisar conversar pode ligar. Também temos um grupo de amigos que se reúne toda a quarta. Digo olhando em seus olhos cheios de lágrimas.

- Obrigado mais uma vez. Ele diz enxugando suas lágrima e sai.

Fico parada pensando no que acabou de acontecer. Sentir essa dor o que quer dizer?

Vou até Gustavo para falar com ele.

- Gustavo quando estava orando pelo Ruan meu coração ficou apertado, foi como se estivesse sentindo tudo que está passando. Isso é normal?

- Sim Dafine, quando você intercede por alguém se coloca no lugar dela. E as vezes pode sentir sua dor. No Reino Espiritual a intercessão é algo sério, por isso, precisa de cobertura espiritual. Não percebe que intercedemos por vocês o tempo todo?

- Verdade, agradeço. Digo me despedindo dele - Tchau até amanhã.

Chego em casa e como sempre minha mãe não está. Tomo um banho e me jogo na cama. Que dia cansativo, fiquei o dia todo envolvida com as coisas da igreja. No entanto, adoro estar com os jovens e poder ajuda-los.

Deito-me na cama e fico pensando naquele garoto. O que será que está acontecendo, para ficar tão triste assim?

Caio no sono e acordo com um estrondo de porta abrindo.

- "Seu diabo, capeta, infeliz"...
Acordar com os beros da minha mãe bêbada é rotina aqui em casa. Desço correndo para ajuda-lá. Vejo no relógio são 5 horas da manhã. Hoje, chegou mais tarde do que de costume.

- Mãe pare de gritar, os vizinhos vão acordar. Digo irritada por ve-la naquele estado.

- Minha querida o Jorge é um canalha. Ela grita alto.

Levo-a até o banheiro sem dar crédito para as coisas horríveis que está falando do seu namorado. Ligo o chuveio e dou banho nela. Como está muito bêbada tenho muito trabalho. Deito-a na cama e vou até a cozinha fazer um café. Quando volto, já está roncando. Descido tomar o café e ler um pouco do meu libro preferido "Orgulho e preconceito" em alguns minutos caio novamente no sono.

Acordo com o barulho do celular que toca. Meio adormecida ainda atendo com a voz rouca.

- Alô.

- Oi, aqui é o Ruan, você me passou seu telefone na igreja, lembra? Desculpa se te acordei.

- Sim, é claro. Em que posso ajudar? Digo tentando ajustar a voz.

- Gostaria de ir para a igreja hoje. Que horas é o culto?

- As 18 horas. Se quiser poderemos ir juntos. Afinal, você mora perto da minha casa.

- Ok. Mais não sei onde fica sua casa.

- É a casa 35 de cor amarela.

- Beleza.

Ruam desliga o telefone e resolvo levantar. Preciso ver se mamãe está bem.

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