Capítulo 55

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#Dafine#

Já passa da meia noite e ele ainda não acordou. Espero que não tenha morrido. Chego bem perto para ouvir sua respiração, vejo que está tudo bem. Fico admirando seu rosto perfeito. Olhos pequenos, lábios carnudos e uma carinha de anjo. Levo um susto com ele, quando abre os olhos.

- Onde estou? Ele pergunta se levantando.

- No meu apartamento, já que não sei onde fica seu alojamento.

- Não era para você vir me buscar. Era só avisar Sofia que ela me levaria para o alojamento.

- Há entendo, eu aqui te ofereço abrigo, e você querendo que aquela garota te leve pra casa? Faça bom proveito! Jogo o celular em cima dele, e digo que ligue para ela.

- Eu não vou acordar a garota a essa hora. Ele diz irritado.

- Pois devia, ela não é sua namorada?

- É sim, e você não tem nada a ver com isso.

- Sai da minha casa agora. Digo irritada.

- Ele se levanta e meu telefone acaba caindo no chão.

- Você deixou meu telefone cair? Digo mais irritada ainda.

- É só um aparelho.

O telefone está tocando. Pego-o bruscamente e digo: - Alô

- Alô Dafine, te acordei?

- Não pastor, pode falar.

O pastor da China não tem ideia que agora é bem tarde aqui. Só pode.

- Estou ligando, porque surgiu uma vaga na caravana que vai para Israel. Você quer vir conosco?

- Pastor, agradeço o convite, mais estou na Universidade e pretendo me formar.

- Então está bem. Fica com Deus e nunca pare de fazer a obra. Sei que aí também tem pessoas precisando de Deus.

- E como tem pastor. Fica com Deus.

Desligo o telefone, olho em volta e Ruan já se foi. Fico com um aperto no peito. Ao lembrar dele naquele estado. Fedia a bebida e parecia muito irritado quando acordou. Tranco à porta e vou dormir.

Viro de um lado para o outro, não consigo dormir. Fico martelando aquelas palavra na minha mente " sim, e você não tem nada a ver com isso". Então, ele está namorando com a Sofia mesmo. Meu coração está partido. Sei que agora perdi esse garoto para sempre.

Amanheço com uma dor de cabeça, nem sei a hora que peguei no sono. Descido faltar a primeira aula.

Depois de passar um quilo de maquiagem para tentar esconder as olheiras vou para a aula.

- Bom dia pra você também. Arruda diz.

- Bom dia, desculpe, é que hoje estou morrendo de dor de cabeça.

- Não dormiu á noite?

- Só tirei uns cochichos.

- E o motivo é aquele garoto alí?

- Arruda, esquece esse garoto. Não quero que meu dia fique pior.

- Ok. Vamos para a próxima aula.

O dia passa rápido e Ruan não topou comigo o dia todo. Até prefiro, não quero lhe dirigir a palavra.

- Dafine, estamos indo para o shopping fazer compras, você não quer ir conosco? A Geovane pergumta.

- Em plena terça? Prefiro ficar em casa.

- É lá tem dia para fazer compras?

- Eu prefiro no sábado, para fazer com calma.

- Mais nós temos uma urgência. Amanhã será a festa de aniversário da Gabi lembra?

- Havia esquecido, então, faça boas compras e aproveite. Eu vou para casa. Tchau Genova.

- Tchau Dafine.

Chego no ap e fico pensando em uma estratégia para ajudar Ruan. Mesmo que não fique comigo, precisa largar o álcool, se não, vai acabar como o pai.

- Já sei vou mandar uma mensagem por dia. Decido iniciar com esta:

"Mesmo que uma mãe vá se esquecer de seus filhos Deus nunca esquecerá dos seus"

Pronto, enviei. Já que ele não quer me ouvir e nem falar comigo. Terá que dar atenção a palavra de Deus. Sei, que mesmo distante, atenderá as palavras de vida eterna. Ruan nasceu duas vezes, ou melhor três. Porque aquele acidente quase tirou sua vida. Deus tem um grande propósito em sua vida. Vou ajudá-lo a perceber.

#Ruan#

Acabei de receber uma mensagem da Dafine. O que essa garota quer agora.
Meus olhos lacrimejam, ao ler esse versículo falado pelo próprio Cristo.

- Ruan, vamos cara, os garotos estão esperando. Rafa diz.

- Já vou. Digo apagando a tela do celular e entrando no carro do Rafa.

- Vamos para onde mesmo? Pergunto.

- Para a republica das loiras mais gatas do campus. Felipe responde

- É cara, e agora que terminei com a minha, quero pegar umas três essa noite. Rafa diz

Dou uma risada sem graça e olho pela janela. Hoje está garoando aqui. Olho para o céu e fico a pensar na mensagem que a Dafine mandou.

- Cara, o que deu em você? Volta pra terra.

- Desculpe é que estava pensando em uma loira gata.

- Ruan e Felipe, vamos fazer um trato essa noite. Dou uma piscadinha para vocês quando escolher a minha.  Rafa diz.

- Quem disse que você tem a preferência? Felipe diz.

- Eu sou o mais velho cara!

- E você Ruan vai deixar esse cara escolher.

- Pode escolher, elas que me escolhem mesmo.

- Pronto então, boa estratégia Ruan. Vamos paquerar geral e quem escolhe são as garotas. Felipe diz para Rafa.

- Ok. Todos falam juntos.

Uma loira alta me oferece bebida e começo a paquera-la. Logo ela se joga em meus braços e senta-se em meu colo. Sinto um mal estar, olho para todos na festa e vejo as mesmas pessoas, sem vida. Observo melhor, vejo pessoas jogadas no corredor, tão bêbadas que não conseguem se levantar.  Sinto uma coisa estranha, como se esse não fose o meu lugar. Levanto-me do sofá tirando a loira de meu colo, e vou embora.

No caminho de volta para o campus, olho em meu celular, e não  consigo resistir, vejo algumas fotos dela. Como éramos felizes sem essa droga de álcool e cachorrada.  Sinto como se minha vida estivesse afundando.

Passo foto e mais foto, suspiro várias vezes. Ainda sou completamente apaixonado por ela. Dafine me acertou, bem dentro do coração. Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Abro a porta do quarto e jogo-me na cama. Agarro o travesseiro e penso em nossos momentos juntos, como sinto falta de toca-la, abraça-la e beija-la. Aperto o travesseiro mais uma vez na tentativa de senti-la. Como doi ficar sem ela. Dafine, parece estar arrependida, mais ao mesmo tempo, é necessário manter a distância. A dafine precisa aprender a me valorizar. Brincou com meus sentimentos, fugiu de nós. Mais o que deu naquela garota? Medo de se casar? Pelo menos, não partiu, porque não me amava. Garota difícil, a minha garota, a minha princesa. Passou por muitas dificuldades e nunca reclamou. Sempre foi agradecida a Deus por estar viva.

- Há Dafine como eu quero você. Digo em voz alta.

Mais tenho que esperar. Essa é minha decisão, vou esperar até o momento certo.

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