Capítulo 10

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#Dafine#

Acordo com o telefone tocando.

- Alô. Digo me espreguiçando.

- Bom dia minha netinha preferida como está a manhã aí na Flórida?

- Acho que bonita como sempre. Deixa eu ver.

Vou até a janela e dou um salto de alegria. - Vovô você aqui?

- Quem mais seria com olhos azuis e chapéu de velho.

Desço as escadas correndo para abraça-lo.

- Minha netinha como cresceu. Ele diz de braços abertos.

- Meu vovô querido que saudade.

Pego a mala dele no táxi e ajudo-o a entrar.

- Sua mãe não avisou que vinha?

- Tenho que te contar uma coisa. Sente-se no sofá vovô.

- O que foi?

- A mamãe está no hospital, em coma.

- O que aconteceu?

- Ela bebeu demais e tomou alguns remédios.

- Minha querida, ela não tinha parado ano passado?

- Desculpe vovô, ela fez eu prometer não contar para ninguém que na semana seguinte voltou a beber.

- Essas coisas não se esconde da família. Poderia ter ajudado vocês.

- Não vovô. Ela não ouve mais ninguém. Não adiantaria, ela estava descontrolada a ponto de perder o emprego e toda esperança que restava.

- Sinto muito por não estar com vocês nesse momento.

- O senhor está agora é o que importa. Vamos ao hospital fazer uma visita para ela?

- Sim vamos. Estou louco para dar umas broncas naquela teimosa.

Acho que o vovô não entendeu o que significa coma. Ou falou isso porque minha mãe precisa de uns tapas.

No hospital sinto sua preocupação. Vovô tenta disfarçar mais não consegue. Diz olhando para a mamãe. - Minha querida e teimosa filha onde você chegou? Uma mulher tão talentosa como você deveria estar brilhando nos paucos do mundo.

Começo a chorar ao lembrar do talento da minha mãe. Quando era criança ela estava à beira de gravar um CD solo e tudo de ruim aconteceu. Meu pai deixou a gente com um monte de dívidas e ela não conseguiu realizar seu sonho.

- Vovô vou pegar um café pra a gente. Digo limpando as lágrimas. Precisava sair daquele quarto triste.

Vejo Ruan entrando no hospital com flores nas mãos.

- Bom dia, ela já está recebendo visitas?

- Sim. Vem vamos comprar um café tenho que levar para meu avô que está no quarto com ela.

Ruan deixa as flores no quarto, comprimenta meu avô, e me segue.

- Seu avô tem seus olhos.

- Ele é fofo como eu.

- Quem disse que você é fofa. Ruan tenta brincar, mais não adianta, estou muito triste pra isso.

- Vem aqui me dá um abraço.

Sinto seu abraço apertado e não quero mais sair desse aconchego. Me traz segurança. Seguimos para a lanchonete abraçados e olhando um para o outro. Em seus olhos, vejo a mesma preocupação que vi em meu avô. Porque essa preocupação toda, ela vai sair dessa, sei que vai. Tento convencer a mim mesma com esses pensamentos.

- Dois cafés expresso e rosquinhas. Digo ao atendente.

- Seu avô também gosta de rosquinhas!

- Nossa família é louca por doce.

- É por isso que você é toda doce. Estou até agora sentindo o gosto doce de seus beijos. Fala ao meu ouvido. Dou uma cutuvelada nele, que reclama.

- Vamos "Dom Ruan" digo pegando os cafés, ele as rosquinhas.

- Beleza, só não se arrependa pelo apelido. Se o "Dom Ruan" der em cima das enfermeiras. Com aquele olhar malicioso ele me provoca.

- Fica a vontade. Digo com uma pitada de ciúmes.

Ruam volta a olhar para mim e diz.
- Nunca. Só tenho olhos para você.

Dou um beijinho rápido em seus lábios, ele fica com cara de quem quer mais. Continuo andando e falo. - Que dó de você amorzinho.

- Amorzinho, essa é nova.

- Desculpe. Digo olhando para o chão.

- Não se desculpe gostei.

Contei para meu avô que somos namorados. Ruan fica todo apreensivo mais deixo eles conversando e vou até o médico.

- Com licença doutor posso falar com você?

- Sim.

- Queria saber da minha mãe.

- Ela ainda está em coma, mais conseguimos desentoxica-la.

- Ela tem risco de morte?

- Tem sim. O estado de coma pode ser permanente. Só saberemos com o tempo.

Agradeço, e sigo até o quarto. Fico feliz ao ver que eles estão rindo e conversando como se já se conhecessem.

- Ei, deixei vocês sozinhos num maior clima, agora até parecem velhos amigos.

- Dafine ele conheceu minha mãe. Era melhor amiga da sua, no colégio.

- Nossa vovô que mundinho pequeno.

- É essa cidade que é pequena.

- Me conta como era a mãe dele?

- Uma menina muito linda, com olhos castanhos e cabelos cacheados.

- Igual a você. Ele diz se referindo a Ruan.

Olho para ele que está encantado nas palavras do vovô.

Escutamos um monte de histórias de duas garotas rebeldes que fugia do colégio e contrariava os pais, até a infermeira falar que o horário de visitas acabou. Me despeço de Ruan, que vai para seu carro, e sigo com o vovô para casa no carro da mamãe.

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