Capítulo 28

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#Dafine#

Acordo com meu braço dormente. Ruan está agarrado a mim, como se eu fosse fugir a qualquer momento. Tento sair de seu abraço e não consigo. Digo: Preciso ir para meu quarto.

Ele mexe a cabeça de um lado para o outro em sinal de negariva, olha para  mim e diz: obrigado por me fazer o homem mais feliz desse mundo.

Dou um beijo em seus lábios doces e ele pergunta.

- Você gostou?

Dou um sorrisinho e digo: - Adorei.

- Então vamos repetir a dose?

Abaixo a cabeça envergonhada e sinto meu corpo queimar. Só de pensar nele fazendo o que sabe fazer de melhor.

- Ei, não precisa ter vergonha. Agora somos um.

- Um em dois, gostei.

- Poxa vida. Ele diz colocando a mão no rosto.

- O que foi? Pergunto preocupada.

- Não tenho camisinha. Só tinha aquela. Por sorte deixei na bolsa uns meses atrás.

- Há é isso? Digo

- Isso acabou com meu humor.

- Teremos tempo para fazermos de novo quando voltarmos.

- Não sei se posso esperar até lá. Depois de sentir seu gostinho fiquei viciado.

Me abraça e começa a me dar beijinhos em todas as partes do corpo.
Começo a rir. Se aproxima da minha orelha e diz: - Como não ficar viciado em você, gostosa.

Fico toda arrepiada com as besteiras que ele continua a falar em meu ouvido. Preciso sair daqui, estou em chamas.

- Vou para meu quarto. Digo

- Vai se não te agarro e não paro até...

Interrompo o que ia dizer. - Pare com isso tá me deixando sem graça.

Ele dá uma risadinha safada e me solta para sair da cama.

- Sonha comigo. Digo me despedindo dele.

- Há, pode ter certeza, vou sonhar.

Chego em meu quarto na ponta dos pés e fico aliviada pelo vovô não ter acordado ainda. Tomo um banho e deito-me na cama. Abraço o travesseiro e lembro de cada sussurro, olhar e promessas de amor. Fecho os olhos e caio num sono profundo.

- Abro os olhos e sinto um vento frio e forte. Tudo está tão escuro, não sei onde estou. Parece um campo aberto e não consigo ver nada à minha frente. Desesperada grito seu nome por várias vezes. Estremeço de medo e clamo por Deus. Mais ninguém me ouve. Sinto um aperto forte no peito e começo a chorar. Naquele breu, vejo ao longe uma luz piscando. Como se fosse um farol. Me aproximo e a luz se apaga, deixando o lugar mais escuro ainda. Grito por socorro mais ninguém me ouve.

Ouço uma voz ao longe dizer: Amor acorde. E a cada segundo a voz fica mais forte.

Levanto-me em lágrimas e abraço Ruam que parece estar desesperado, sentado em minha cama.

- Dafine respita, está tudo bem, foi só um sonho. Ele me embala como se eu fosse uma criança assustada. Estou em prantos sem entender o que realmente aconteceu.

- Ruan, era tão real. Digo olhando em seus olhos e volto a abraca-lo.

Depois de alguns minutos junto a ele. Ruam se afasta devagar e pergunta:
- Você estava gritando meu nome, quer me contar o sonho?

- Sim. Primeiro preciso de água.

Vamos até a cozinha e vejo pela janela que mamãe está sentada no balanço tomando um sol.

Depois de beber água, começo a contar para ele como foi terrível aquele pesadelo.

- Que coisa estranha. Você já teve um sonho assim antes?

- Não, nunca. Temo que seja um alerta de Deus. Será que aquele lugar escuro e frio era o inferno?

- O inferno pode ser escuro mais frio? Não é nada, fica tranquila. Ele tenta me acalmar.

- Não consigo. O que fizemos é errado.

- O que fizemos é amor.

Viro o rosto em lágrimas. Não consigo falar de amor agora.

- Dafine olha pra mim.

Volto a olhar em seus olhos.

- Fomos feitos um para o outro. Nunca duvide do nosso amor. Deus vai entender. Ele diz.

- Deus condena o sexo antes do casamento. Digo

- Então vamos nos casar.

- Temos 17 anos.

- Eu tenho quase 18, vou fazer aniversário em dois meses. E não importa se somos novos. Eu compro uma casa com a herança que meu pai deixou, arranjo um emprego. E você entra para a faculdade.

- Não é tão simples assim. Estou com medo das conseqüências.

- Vamos conseguir se estivermos juntos. Não fique com medo. Tenho certeza que Deus te ama assim como eu.

Ao ouvir essas palavras fico mais tranquila. Tento esquecer o que aconteceu, levando o dia me ocupondo com Ruan e a mamãe. Sentada ao lado dela, na beira do lago, ouço-a dizer: - Olha filha, que lindo esse por do sol.

Olho para o horizonte e vejo o sol encontrando a beira do lago. Raios de sol se espalham pela água, deixando uma vista espetacular. Em poucos minutos ele se vai, e com ele, minha alegria. Sinto lágrimas escorrerem por meu rosto.

- O que foi filha? Ficou emocionada com o por do sol?

- Sim mãe. Digo tentando esconder a tristeza que estou sentindo. Não sei explicar, só sinto.

- Vem cá. Da um abraço apertado na mamãe.

Em seus braços ela diz: - Te amo querida, sempre vou te amar. Me perdoe por todos os momentos difíceis que fiz você passar. E por agora, ter que cuidar de mim. Te amo minha pequena. Você sempre será minha pituxinha.

Sorrio, lembrando-me de como ela me chamava quando éramos uma família perfeita.

Olho dentro de seus olhos e digo:
- Também te amo mãe. Não tenho nada para perdoar, sei que a senhora tentou fazer o melhor. Não se lamente por eu estar cuidando de você. A vida é assim, um cuidando do outro. Um dia você cuidou de mim, agora é a minha vez.

- Espero não estar estragando o momento família de vocês. Ruan diz segurando uma jarra de suco e três copos.

- Não meu querido. Agora faz parte da familia. Mãmae diz e fico feliz ao ver Ruan retribuindo com um sorriso.

- Eee, cheguei em boa hora. Um piquenique no meio do quintal! Vovô diz.

- Porque demorou tanto pai. Senti sua falta. Mãmae diz.

- Filha, tinha muitas coisas para resolver. Também senti sua falta.

Vovô senta-se ao nosso lado e come um pedaço de bolo com o suco que Ruan fez.

Olho para eles conversando e rindo. Por um momento sinto o tempo parar. Fecho meus olhos e agradeço a Deus pela família perfeita.

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