O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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Ali estava ela outra vez, focada em transcrever símbolos e fazendo leitura dos livros de bruxaria nórdica antiga. Conforme sua mão se movia, a tinta da canela deslizava pelo papel formando letras, palavras, frases, parágrafos e mais e mais folhas.
Ao lado dela, pilhas e pilhas de resumos sobre muito do que ela vinha estudando ao longo desses meses. Agora ela sabia há quanto tempo estava li. Contando do primeiro dia naquele escritório sobre os termos de Daquasião e seu acordo com Hugo, faziam quatro meses. O que equivalia há 2 dias humanos...
Cansada de ficar tanto tempo sentada, ela levantou para esticar o corpo e começou a tocar uma música de tortura. As vezes por dia havia músicas variadas de tortura, mas de todas as que mais faziam sucesso eram de uma tal Bieber. Kelly já havia decorado aquela canção e até gostava. Não entendia o porque muitos ali se sentiam torturados, achava a letra um doce.
Música: Justin Bieber- One Time
- O que está fazendo? - Perguntou Hior, o Demônio que vinha passando mais tempo com ela do que qualquer outro. Ele ria da dancinha dela ouvindo a música.
- Ha, eu gosto. Acho a voz dela toda fofa e a letra, me lembra daqueles casais adolescentes. Muito fofo. Talvez a fofura seja uma tortura mesmo para almas cruéis. - Pensou ela, se sentando na mesa, focando atenção no que tinha que fazer, pois ali era o inferno, não a sala da casa dela.
- Ela?
- A cantora. - Disse Kelly, recomeçando de onde tinha parado.
- É um garoto.
- Poxa, agora entendi a implicância deles. - Riu ela entre dentes.
Prestando total atenção no que fazia, ela tinha finalmente conseguido traduzir um simbolo. Significava "porta", ela gostou disso. Havia muito a ser feito ainda, cansada, porém não desistia. Os minutos passavam devagar, como se nunca mais acabasse. No inferno era sempre Noite, então não havia como saber se era dia ou noite, ou mesmo o mesmo dia.
Quando deu a hora, foi liberada. Voltou ao quarto, era o único comodo que podia estar alem desse. Trancou a porta e entrou. Se jogou na cama, chorrando horrores. Ela sentia saudades de sua vida, sentia saudades de seu marido, da sua filha, da casa e até do mordomo. Ela sentia falta de sua família.
(Como será que Esther está? Oh minha nossa! Quantos anos será que já estou aqui? Será que ela está.... Não. Ela é uma boa menina. Ela com certeza sabe se cuidar. Minha pequena boneca... ) Pensava ela, criando forças que não tinha para superar a dor da saudades, as duvidas e a preocupação com aqueles que ama.
Entrou no banheiro, lavou-se por completo enquanto chorava mais ainda. Porém dessa vez era por Hugo. Ela queria estar com ele. No lar deles, tomando banho juntos, rindo, fazendo amor...
Aquilo era o legítimo inferno! Conteve a raiva. Sabia que de nada adiantaria sentir isso. Ela precisava decorar muita coisa, bolar algum feitiço... E não podia ficar esperando muito tempo.
Depois de um banho longo, ela vestiu algo confortável e adormeceu, pedindo á Deus para cuidar de Hugo e de sua pequena.
